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A Morte

Krishnamurti

A MORTE

Que é a morte? A morte é uma coisa comum a todos nós. Todos acabaremos assim. Que é que chamamos de vida? Que é que chamamos de morte? Esse é realmente um problema complexo. Se pudermos descobrir, se pudermos compreender o que é viver, então talvez possamos compreender a morte.

Sobre a Verdade


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"A verdade não pode ser trazida para baixo; é o individuo que deve fazer o esforço de ascender até ela."

Jiddu Krishnamurti

Desconhecido


"Entrar no desconhecido; não considerar nada como garantido, certo, não pressupor nada, ser livre para descobrir - só assim pode haver haver profundidade e entendimento."


Jiddu Krishnamurti

Eliminação do Tempo Psicológico

"A Eliminação do Tempo Psicológico" Diálogos entre J. Krishnamurti/David Bohm

A eliminação do tempo psicológico é a transcrição de um debate em profundidade mantido entre dois mestres do pensamento moderno: J. Krishnamurti e David Bohm. 

Particularmente gostei muito desse trecho do livro, pois Krishnamurti, enriquece esse dialogo quebrando crenças e paradigmas a respeito do cérebro e da capacidade do mesmo em curar-se: Veja:

Se o cérebro humano permanece na ignorância auto-gerada, ele se desgasta com o conflito resultante.

Um cérebro assim poderá, acaso ser revitalizado? A deterioração das células cerebrais e a senilidade poderá ser evitada?

O Desejo de Permanência por Krishnamurti

O DESEJO DE PERMANÊNCIA
Krishnamurti

Entre as circunstâncias mutantes da vida existe algo permanente? Existe alguma relação entre nós próprios e a constante mutação ao nosso redor? Se admitíssemos que tudo é mutável, inclusive nós próprios, então jamais existiria a idéia de permanência. Se nos imaginássemos num estado de continuo movimento, então não haveria conflito entre as circunstâncias mutantes da vida e aquilo que agora supomos ser permanente.

Existe em nós uma profunda e radicada esperança ou certeza de que existe algo permanente no meio da contínua mutação e isto cria o conflito. Vemos que a mutação existe ao redor de nós. Vemos tudo decaindo, fenecendo. Vemos cataclismos, guerras, fome, morte, insegurança, desilusão. Tudo que nos cerca está em constante mutação vindo-a-ser e decaindo. Todas as coisas se gastam pelo uso. Nada há e permanente ao redor de nós. Em nossas instituições, em nossas morais, nossas teorias de governo, de economia, de relações sociais – em todas as coisas existe fluxo, existe mudança.

E entretanto, no meio dessa impermanência, sentimos que existe permanência; estando insatisfeitos com essa impermanência, criamos um estado de permanência, gerando, por esse modo, conflito entre o que se supõe ser permanente e o que é mutante, o transitório. Mas se percebêssemos que tudo, inclusive nós mesmos, o “eu” é transitório, e também o são as coisas ambientes da vida, certamente não haveria então esse irônico conflito.

O que é que exige permanência, segurança, que anseia pela continuidade? É nessa exigência que se baseiam todas as nossas relações sociais e morais.

Se vocês realmente acreditassem ou sentissem profundamente, por vocês mesmos, a incessante mutação da vida, então jamais existiria ansiedade pela segurança, pela permanência. Mas porque existe uma profunda ansiedade pela permanência, nós criamos uma parede estanque contra o movimento da vida.

Portanto, o conflito existe entre os valores mutantes da vida e o desejo que está procurando permanência. Se sentíssemos e compreendêssemos profundamente a impermanência de nós próprios e das coisas deste mundo, então haveria o cessar do amargo conflito, das dores e temores. Então não haveria apego, de onde surge a luta social e individual.

O que é pois essa coisa que se atribui permanência e está sempre procurando uma continuidade ulterior? Não podemos investigar isto inteligentemente se não analisarmos e compreendermos a capacidade critica em si mesma.

A nossa capacidade critica brota dos preconceitos, das crenças, das teorias, das esperanças, etc., ou do que denominamos experiência. A experiência baseia-se na tradição, nas memórias acumuladas. A nossa experiência está sempre matizada pelo passado. Se vocês acreditam em Deus, talvez possam ter o que chamam de uma experiência divina. Certamente esta não é uma experiência verdadeira. Tem sido gravado em nossas mentes, através dos séculos, que existe Deus, e de acordo com esse condicionamento nós temos uma experiência. Esta não é uma experiência de primeira mão, verdadeira.

A mente condicionada atuando de um modo condicionado não pode experimentar completamente. Tal mente é incapaz de plenamente experimentar a realidade ou a não-realidade e Deus. Do mesmo modo, a mente que já está preconcebida pelo desejo consciente ou inconsciente do permanente não pode compreender a realidade como plenitude. Toda pesquisa de tal mente preconcebida é apenas um novo fortalecimento desse preconceito.

A busca e a ânsia pela imortalidade são o incitamento das memórias acumuladas da consciência individual, o “eu”, com seus temores e esperanças, amores e ódios. Esse “eu” fraciona-se em várias partes em conflito: o superior e o inferior, o permanente e o transitório, e assim por diante. Esse “eu”em seu desejo de perpetuar-se, procura e utiliza outros modos e meios de se entrincheirar.

Talvez alguns de vocês possam dizer a si mesmos: “Certamente, com o desaparecimento dessas ansiedades, deve haver realidade”. O próprio desejo de saber se existe algo além da consciência em conflito da existência é uma indicação de que a mente está procurando uma segurança, uma certeza, uma recompensa para seus esforços.

Vemos como é criada uma resistência contra outra, e essa resistência, através das memórias acumulativas, através da experiência, é cada vez mais fortalecida, tornando-se cada vez mais consciente de si mesma.

Assim, existe a vossa resistência e a do vosso próximo, da sociedade. O ajustamento entre duas ou mais resistências é chamado relações mútuas, sobre que é construída a moralidade.

Onde há amor, não há a consciência das relações mútuas. É só num estado de resistência que pode haver esta consciência, que é apenas um ajustamento entre conflitos em oposição.

O conflito não existe somente entre várias resistências, mas também dentro de si mesmo, dentro da qualidade permanente e impermanente da própria resistência.

Existe algo permanente nessa resistência? Vemos que a resistência pode perpetuar-se por meio da aquisição, da ignorância, por meio da consciente ou inconsciente ansiedade da experiência. Mas certamente essa continuação não é eterna; ela é apenas a perpetuação do conflito.

O que chamamos permanente na resistência é apenas parte da própria resistência, e, portanto, parte do conflito. Assim, em si mesma, não é o eterno, o permanente.

Onde existe falta de plenitude, não-preenchimento, existe a ansiedade de continuação que cria a resistência, e esta resistência dá a si mesma a qualidade de permanência.

Aquilo a que a mente se agarra como sendo permanente é em sua própria essência o transitório. É o produto da ignorância, do medo e da ansiedade.

Se entendemos isto, então vemos que o problema não é de uma resistência em conflito com outra, mas como esta resistência vem a ser e como pode ser dissolvida. Quando defrontamos este problema profundamente, existe um novo despertar, um estado que pode ser chamado amor.

Krishnamurti – Holanda 1937

Krishnamurti - O que e a mente

Interessante, vale a pena ler.
Cida Medeiros


                KRISHNAMURTI  - SAANEN  - IX

O que é a mente?


            Penso que já falamos suficientemente sobre a questão do medo; entretanto, naturalmente poderíamos entrar em mais pormenores, explora-la mais minuciosamente, mas, se já não a compreendemos, continuaríamos com o mesmo problema inicial – o medo. O mero interesse nas particularidades do medo não indica necessariamente, a meu ver, uma mente séria, por mais sérios que nos mostremos acerca dessas particularidades. Muito mais importante é estarmos sérios em relação ao processo total do medo e, também, ao que existe alem do medo; inquirirmos se há possibilidade de nos livrarmos, de nos libertarmos completamente do medo. Tal inquirição poderá parecer um tanto fútil, porque a maioria de nós está ainda às voltas com o medo; entretanto, uma vez que do assunto já tratamos em várias reuniões, aqui, penso que será melhor prosseguirmos, em vez de ficarmos a bater só nesta tecla.
           

Caminhos da liberdade


Caminhos da liberdade.
Como reconhecer o que ainda nos amarra?
E o que é realmente ser livre?
Dizem que o diabo andava passeando com um amigo quando viu um homem à sua frente abaixar-se para apanhar algo brilhante que faiscava em seu caminho.
O homem pôs aquela estrela luminosa em suas mãos, admirou-a por um bom tempo e a colocou junto ao peito.
O amigo do diabo, curiosíssimo, cochichou baixinho no ouvido de Satanás: Nossa!!! O que é que é aquilo!?!
Que coisa mais linda e brilhante aquele sujeito pegou do chão!
O diabo, experiente, respondeu:
Aquele homem acabou de encontrar a liberdade ao colocar a luz da verdade em seu coração...
Então o amigo do diabo exclamou: Xiiii, mas isso deve ser um péssimo negócio para você!
Como vai poder obscurecer a verdade e aprisionar novamente o homem às suas intenções?!?
O diabo arqueou as sobrancelhas, deu um sorriso malicioso e disse: Fácil. É só organizá-la em crenças, sistemas e instituições...
Quem gostava de contar essa historinha foi um dos homens mais livres que a humanidade talvez já tenha conhecido:
o escritor e líder espiritual indiano Jiddhu Krishnamurti (1895-1986). Krishnamurti, como tantos outros que encontram o brilho da verdade e se tornam realmente livres,
pode nos ajudar a enxergar nossos grilhões e nos ensinar como abandonar o peso de muitas correntes que atrapalham nossa caminhada.
Os caminhos são muitos. Com liberdade, você pode escolhê-los entre as mais variadas opções.
Mas o que importa saber se o que sustenta suas crenças é a força do Divino ou se é o medo.
Um escraviza e aprisiona, outro liberta...
Cida Medeiros
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