Casa das Rosas |
"O espirito nos une e o Ego nos separa."
Cida Medeiros
Ódio é amor decepcionado.
É, sobretudo, um sentimento infantil, contudo, não resulta sempre de uma decepção pessoal.
Com freqüência, o ódio aparece quando alguém assume, inconscientemente, a decepção de um outro membro de sua família.
Por exemplo, odiamos em nome da nossa mãe quando queremos vingar uma injustiça cometida contra ela.
O ódio que se manifesta, às vezes, em atos cegos de vingança é, em sua desmedida, um sentimento infantil.
Porém ele é brandido como luta por uma causa justa, por exemplo, em nome do grupo ou do povo ao qual se pertence.
Leva pessoas a empenhar e sacrificar a própria vida a serviço dessa vingança.
Que imagem interna nutre e atiça esse ódio?
- É a imagem da mãe, a quem nossa criança diz:
"Por ti farei qualquer coisa".
Como podemos lidar com essas pessoas raivosas?
Como chegar a elas e levá-las à reflexão?
- Amando a mãe delas e amando a imagem que elas fazem da mãe.
Não precisamos dizer isso a elas.
Não devemos tratá-las como crianças, embora em seu intimo, o sejam, mas guardamos em nós essa imagem e a respeitamos.
Com isso, já não oferecemos ao seu ódio uma face agressiva.
Abstendo-nos de tomar partido, apenas reconciliando internamente ambos os lados, com respeito.
O que acontece então?
- A imagem da mãe, pela qual seus filhos combatem tão furiosamente, olha amigavelmente para nós e, por nosso intermédio, também olha amigavelmente para seu filhos.
Dessa maneira o ódio mostra a sua outra face - uma face amorosa.
Do livro "Pensamento a Caminho" de Bert Hellinger