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Cuidar do Ser: Uma Reflexão Inspirada em Filón de Alexandria


Cuidar do Ser: Uma Reflexão Inspirada em Filón de Alexandria


Por Cida Medeiros

Existem inúmeras possibilidades de Ser, mas às vezes nos perdemos no caminho. A vida nos atravessa com suas demandas – o tempo que corre, o espaço que nos prende, as ações que nos dispersam. Mas, para Filón de Alexandria, um pensador judeu do século. I que fundiu a tradição filosófica grega com a espiritualidade judaica, o verdadeiro obstáculo não está fora: é a separação do Ser. Em Cuidar do Ser , Jean-Yves Leloup nos lembra que, segundo Filón, a tristeza nasce quando damos importância demasiada àquilo que não somos – as máscaras, os desejos, os ruídos que nos afastam da nossa essência.


Quem sou eu, então? Quem é esse "Ser" que clama por ser ouvido? Filón dizia que o Logos, o pensamento de Deus, é a ponte que nos religa a essa dimensão profunda. Não é apenas razão, mas uma escuta viva, um cuidar do Ser que habita em nós. Os Terapeutas de Alexandria, grupo de ascetas judeus que Filón admirava, viviam com simplicidade, dedicando-se à contemplação, à interpretação das escrituras e à cura da alma. Eles nos mostram que cuidar do Ser é praticar a temperança, silenciar o ego e buscar a sabedoria divina.


Anos atrás, quando participei do Colégio Internacional dos Terapeutas (CIT), fundado por Jean-Yves Leloup, Roberto Crema e o saudoso Pierre Weil, senti essa chamada em seminários, supervisões e retiros. Era um convite a olhar para dentro, a cuidar do Ser com ternura e presença – uma prática que ressoa com a psicologia transpessoal, essa "quarta força" que envolve o espírito.


E se o "bandido" que nos roubou a paz por apenas o esquecimento? Filón propõe que resgatar o Ser é voltar às fontes – aquele lugar sagrado onde a alma encontra reserva. Não se trata de lutar ou correr, mas de ouvir, de acolher. Só assim nos libertamos – dos pesos que não nos pertencem, daquilo que não somos. E, finalmente, somos.


Você já parou para ouvir seu Ser hoje? O que ele te pede para cuidar?


Fontes: Leloup, Jean-Yves. Cuidar do Ser: Filón e os Terapeutas de Alexandria (Ed. Vozes); Weil, Pierre. A Psicologia Transpessoal (Ed. Cultrix); Filón de Alexandria. Sobre a Vida Contemplativa ( Enciclopédia Britânica )

Por Cida Medeiros, atualizado em 2025

Krishnamurti: A Sabedoria da Libertação em Minha Jornada

A Visão de Krishnamurti sobre Liberdade de Ser

A busca pela verdade e pela profundidade da existência sempre guiou meu caminho. E, nesse percurso, me deparei com figuras que ressoaram profundamente com a minha alma. Krishnamurti (1895-1986), nascido em Madanapalle, Madras, na Índia, é um desses exemplos que me inspira e me lembra da importância de trilhar um caminho genuíno de autoconhecimento.

Minha própria jornada me levou a mergulhar nos ensinamentos da Dinâmica Energética do Psiquismo, uma escola conceituada que me proporcionou encontros e vivências transformadoras. Uma de suas fundadoras, uma mulher de sabedoria e perspicácia admiráveis, era reconhecida por sua profunda compreensão da multidimensionalidade humana e dos campos de energia. Sua influência, enriquecida por viagens e encontros com mestres espirituais na Índia – e em especial o encontro transformador com Sai Baba –, moldou uma visão de mundo que ia muito além do óbvio.

Lembro-me com carinho das segundas-feiras, quando meditávamos em sintonia com o Campo de Sabedoria antes dos nossos estudos e reflexões. Eram encontros que, de fato, estavam além dos Egos, a serviço e em sintonia com um propósito maior. Essa vivência me preparou para compreender a grandiosidade de um pensador como Krishnamurti.