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Uniões de Almas-Gêmeas


Uniões de Almas-Gêmeas: Corpo, Alma e Espírito, na Nova Terra da Quinta Dimensão

Essa idéia da alma gêmea é algo que eu acredito, essa canalização tem uma sabedoria que considero fundamental. Espero que gostem! Cida Medeiros

Arcanjo Miguel através de Célia Fenn

Meus caros, uma das maiores dádivas da Quinta Dimensão serão os alegres e amorosos relacionamentos que vocês criarão e usufruirão como seres despertos.

Vidas Maiores, O Serviço de Alice Bailey


Biosofia nº4 - Inverno de 1999
Vidas Maiores
O Serviço de Alice Bailey

Nascida na Inglaterra vitoriana do final do Séc. XIX, e falecida em Nova Iorque em 1949, Alice Bailey, uma grande servidora da Humanidade, deixou assentes as bases de um movimento conducente a uma nova cultura de valores espirituais, além de situar de uma forma ordenada e credível a existência e o trabalho dos Mestres de Sabedoria de todos os povos e de fundar a "Escola Arcana", que visa a formação e a preparação de discípulos aptos para o Serviço às necessidades mundiais.

Descrever a vida de Alice Ann Bailey é narrar uma existência plena de trabalho, esforço e abnegação.

Nascida em 1880 em Manchester, no seio de uma família abastada, muito cedo ficou orfã de pai e mãe, passando a estar (juntamente com o seu irmão) ao cuidado de uma tia.
Ainda que nunca lhe tenha faltado nada, não soube adaptar-se ao convencionalismo social da sua época. Quando, aos 20 anos, se tornou independente, logo se começaram a manifestar rasgos do carácter empreendedor e idealista que possuía.

Trabalhou em diferentes obras cristãs para jovens e via, então, toda a experiência de Deus unicamente através do prisma dogmático dessa particular religião, que vivenciava de modo quase fanático. O ingresso de Alice Bailey, como trabalhadora voluntária, nos Lares para Soldados que haviam sido criados pela filantropia da Sra. Elise Sandes, constituiu um marco na sua vida. Aí, para além de desempenhar os rotineiros trabalhos domésticos, dirigia sessões e sermões evangélicos, visto se achar tão segura das crenças religiosas que na época professava.

O labor que desenvolvia levou-a a viajar até à Índia, a fim de tomar a cargo várias das suas delegações. Tal representou um elemento essencial na sua forma de encarar o Divino.

Depois de um desafortunado primeiro matrimónio, de que teve três filhas, e que suscitou a sua ida para os Estados Unidos, conheceu Foster Bailey (em 1919). Este viria a ser seu marido, com-panheiro inseparável e principal ajudante na imensa obra que, a partir de então, assumiriam conjuntamente.

Durante 30 anos, Alice Bailey escreveu (24) livros - que somam vários milhares de páginas -, proferiu centenas de conferências, atendeu a uma multidão de pessoas e, até ter cumprido a totalidade da sua obra, sobrepôs-se a um estado de saúde constantemente precário. Morreu a 15 de Dezembro de 1949, rodeada do carinho dos milhares de pessoas que beneficiaram do seu trabalho. Na tarde desse mesmo dia, afirmara: "Tenho muito que agradecer. Vivi uma existência rica e plena. Inumeráveis pessoas em todo o mundo foram muito bondosas para mim".

Os Livros
Alice Bailey sempre disse que, desde o momento em que com ela (ainda na sua adolescência) se encontrou um "senhor de porte oriental", mais tarde identificado como o grande Instrutor Koot-Hoomi, tinha plena consciência de pertencer a um grupo de discípulos. Na sua "Autobiografia Inacabada", escreveu: "Quero que os Mestres de Sabedoria sejam reais para o mundo, tal como o são para mim e para muitos milhares de pessoas em todo o planeta".

No entanto, o trabalho literário de Alice Bailey foi realizado, numa grande parte, em colaboração (e sobre a direcção) de um outro grande Instrutor Espiritual, chamado Djwhal Khul ou, como é conhecido mais comummente (dada a sua procedência geográfica), "O Tibetano".

Esta obra grandiosa, pelo seu volume e pela informação proporcionada, começou com o livro "Iniciação, humana e Solar", no qual se transmite a realidade da existência da Hierarquia de Mestres de Sabedoria, a que aludem (sob diferentes nomes) as diversas grandes religiões e a que, modernamente, já se haviam referido Helena Petrovna Blavatsky e outros autores da Sociedade Teosófica.

Da colaboração acima referida, que se prolongou durante três décadas, surgiram outros títulos como "A Luz da Alma"- um comentário sobre "Os Aforismos de Yoga" de Patanjali, texto de grande antiguidade e sabedoria tradicional - "Um Tratado sobre os Sete Raios" - obra em 5 volumes, na qual se versam temas tão variados como a psicologia, a cura e a astrologia (não no sentido popularmente conhecido, o qual é uma pura desvirtuação profana e exotérica mas, sim, no sentido profundo, ou seja, esotérico) e, ainda, o caminho da iniciação e suas regras -, "Problemas da Humanidade", "A Exteriorização da Hierarquia", "Discipulado na Nova Era" (2 volumes), etc.

Justifica uma menção à parte o livro "Um Tratado sobre Fogo Cósmico", que se apresenta como uma continuação, fundamentalmente numa perspectiva psicológica, de "A Doutrina Secreta", de H.P.Blavatsky (a quem, em justiça, o mundo nunca poderá pagar a portentosa obra que realizou para a Humanidade). "Um Tratado sobre Fogo Cósmico" é um trabalho de extraordinário volume (mais de 1.200 páginas no original em Inglês), em que se explana o vasto esquema da manifestação e da evolução universal.

Em geral, pode dizer-se que a obra escrita por Alice Bailey representa um marco notável na espiritualidade do século XX, pela ingente quantidade de conhecimento aportado e pela raríssima clareza de expressão, constituindo um quase inesgotável manancial de esclarecimento das grandes e eternas verdades que subjazem ao ensinamento religioso de todas as épocas e de todas as culturas.

Aborda, em simultâneo, temas de invulgar profundidade filosó-fica e questões de imediato interesse prático, transportando um repetido apelo ao serviço sério, inteligente e persistente à causa do verdadeiro progresso da Humanidade e alertando contra os perigos do astralismo ilusório e do psiquismo inferior.

A Escola Arcana

Em 1923, juntamente com o marido (Foster Bailey) e alguns estudantes, AAB criou a Escola Arcana, a que presidiu o conceito de gerar um centro onde os respectivos membros tivessem plena liberdade e não se vissem obrigados a fazer juramentos nem a contrair compromissos; o que, sim, lhes proporciona a referida Escola é a meditação, estudos e ensinamento esotéricos, concedendo liberdade para fazer os seus próprios ajustes e interpretar a verdade de acordo com a natureza e a capacidade própria de cada um.

Na Escola Arcana (que ainda hoje continua a transmitir ensinamento a quem o solicite), não se exige obediência a ninguém ou, tão pouco, a Mestre algum. Em contrapartida, enfatiza-se a existência do Mestre no Coração ("Cristo em nós", como lhe chamava São Paulo), da Alma, do verdadeiro homem espiritual dentro de cada ser humano. Do mesmo modo, não se criam impedimentos a que os estudantes trabalhem em qualquer outro grupo, nomeadamente espiritualista ou religioso; apenas se lhes pede que considerem essa actividade como um campo de serviço a favor da Humanidade.

Boa Vontade Mundial
Uma das mais conhecidas actividades de Alice A. Bailey e Foster Bailey foi a de lançar o movimento de Boa Vontade Mundial (World Goodwill).

Surgiu no período entre as duas grandes guerras mundiais, quando na Europa e nos Estados Unidos da América se gerou um forte ideal pacifista. A Boa Vontade Mundial (BVM), movimento que ainda existe e exerce a sua benéfica influência, fundou-se com o objectivo de congregar vontades, sentimentos e pensamentos de todas aquelas pessoas que tinham e têm a convicção de que os problemas com que se defronta a Humanidade podem ser solucionados através do diálogo, da cooperação e da aplicação da boa vontade - não uma boa vontade passiva, ingénua ou débil mas, sim, forte e enérgica, com toda a carga que está inerente a actuar com o ideal da união e não destruição, fusão e não sectarismo, amor e não ódio.

Curiosamente, produziu-se um desentendimento entre o trabalho da Boa Vontade Mundial e do movimento pacifista, uma vez que este último não compreendeu que a BVM tomasse partido a favor dos Aliados em plena 2ª Guerra Mundial, quando todas as tentativas de negociação já haviam fracassado. O movimento pacifista propugnava a neutralidade total no conflito (mesmo enquanto a Alemanha e o Japão massacravam países e minorias étnicas); a BVM entendia que os Aliados representavam, pelo menos parcialmente, os valores da democracia, liberdade, igualdade e dignidade humana, pelo que sustentou e defendeu a sua causa.
Nos nossos dias, a Boa Vontade Mundial goza do reconhecimento das Nações Unidas, com as quais colabora, e congrega milhares de pessoas (em todo o mundo) que consideram que a Humanidade pode resolver os seus problemas conformemente aos princípios de Amor e Fraternidade, denunciando que o ódio, o separatismo e o egoísmo representam as maiores ameaças para o desenvolvimento mundial.

Conclusão

Alice Bailey foi, como vários outros grandes vultos, um instrumento de descodificação das leis universais. A expensas da sua reputação, dos benefícios e do prestígio da sua classe social e, inclusive, da saúde física, levou por diante um enorme trabalho de divulgação dos princípios espirituais que regem o mundo, nomeadamente:

- Que existe um Deus Transcendente mas que também é Imanente em todo o Universo, podendo os seres humanos expressar em si mesmos os três aspectos da Divindade (Conhecimento, Amor e Vontade);

- Que o Universo se rege pela Lei de Causa e Efeito (conhecida no Oriente por Lei do Karma), que tem por fim equilibrar as forças em toda a manifestação;

- Que o Universo se aperfeiçoa cons-tantemente, através das miríades de elementos (como nós) que o compõem, e que essa é uma Lei de Evolução a que nenhum Plano de Manifestação (ou Mundo) se subtrai;

- Que o processo de levar a cabo essa evolução é regido pela Lei de Renascimento, sob a qual as cons-ciências, cada vez mais desenvolvidas, de todos os elementos que compõem o Universo se vão aperfeiçoando através do acúmulo de experiências nas sucessivas manifestações ou existências. `
Alice Bailey foi, assim, mais um elo na interminável cadeia de grandes vidas que, sem nada pedir em troca, trazem Conhecimento e Inspiração à Humanidade.

Javier Martinez
Licenciado em Direito; Professor Universitário em Madrid; Dirige uma das delegações do CLUC em Espanha.

Entendimento


"Quem nos entende, pode nos transformar."

A inocência e sinceridade enriquece a vida humana.
Desperta a pureza.
Incentiva o amor.
Incluí.
É sábio.
Quando encontramos alguém que acredita em nós, o nosso jardim interior enche-se de beleza e harmonia.
A amizade nos impulsiona a crescer.
O incentivo sincero abre portas.
E novos recursos emergem de dentro.
"A Inocência nós protege.!"


Inspirado na leitura do livro: O Dom Supremo é um livro de Paulo Coelho, adaptação livre do livro "A Melhor Coisa do Mundo" (The Greatest Thing in the World), de Henry Drummond.

O Amor Transforma


"Deus é amor! 
Um amor que ao nos penetrar, suaviza, purifica, e a tudo transforma.
Afasta o que esta errado, renova, regenera, reconstrói o interior do homem. 
O Poder da vontade não transforma o homem. 
O tempo não transforma o homem. 
O Amor transforma.

(O Dom Supremo é um livro de Paulo Coelho, adaptação livre do livro "A Melhor Coisa do Mundo" (The Greatest Thing in the World), de Henry Drummond.)

Injustiça


"O amor não se alegra com a Injustiça, mas regozija-se com a verdade."

Aquele que sabe amar, ama a verdade.

Para se dizer a verdade é preciso estar em contato com a Natureza mais profunda do Ser.

É aceitar aquilo que é.

E reconhecer a si mesmo no outro.

É ser sincero.

 E estar no ser.

Para que um relacionamento de amor dê certo.

Bert Hellinger fala com muito propriedade sobre relacionamento para que ele possa dar certo e quais os desafios que levam a separação.

E eu concordo plenamente.

O primeiro passo para o êxito de uma relação:

- Um precisa respeitar o outro. Isso é básico. Se não há respeito à poucas chances de união.

- Respeitar o outro como ele é! Eis o maior desafio da nossa cultura. Por que o vicio de pensamento que todos possuem é a ideia que temos que mudar o outro para ele ser melhor, muitas vezes por trás disso existe apenas manipulação e controle. Isto é...medo. Medo de entrega. Medo de Amar verdadeiramente.

- Desejar modificar o outro. Grande erro.

- Ter um modelo pré-definido de como a pessoa deve ser.

O que acontece é o seguinte, tudo isso é um ato de desamor ao outro. Quem não se sente amado e nem respeitado pelo jeito que é, não pode permanecer na relação. Todos nós buscamos intrinsicamente o respeito. Respeitar a si mesmo é um ato de coragem que leva a recuperar a auto-estima e a auto confiança.

E a base do amor próprio. Sem isso, você pode estar numa relação destrutiva. Onde um é contra o outro.

Isso não é amor. É guerra silenciosa e tem um efeito destruidor na vida de ambos.

Se você concorda com seu parceiro e aceita ele como ele é, existe base para um amor seguro e nutritivo.

"Amo você, assim como você é, exatamente como você é" 

é a base do amor.

E o amor nutre e faz crescer. Próspera.

 Faz a pessoa se sentir segura, segura em relação ao amor que recebe do parceiro.

Quando você diz para a pessoa:

- Você é a pessoa certa para mim, tal como você é. Alegro-me com você da forma que você é.

Você trás paz e segurança para a união.

Quando você vai além e olha para os pais do seu amado ou amada e diz:

- Alegro-me e respeito sua mãe como ela é, e alegro-me e respeito o seu pai como ele é.

Você acrescenta força à união.

Quando você olha além da pessoa, com todo seu passado, toda sua ancestralidade, o destino dos seus antepassados e tudo de bom e de ruim que fora vivido com respeito e honra, você carrega de Luz a sua vida. Você torná-se um Ser mais luminoso. Passe a irradiar uma qualidade de Ser que todos sentem quando estão em sua presença.

Isso tudo faz parte da vida. Se você quer construir uma relação que possa ser o esteio de sua felicidade, observe esses detalhes. Eles são fundamentais.

Cida Medeiros 

Sabedoria Divina


"Deus está sempre presente em tudo, vivificando e iluminando todos os sêres.

Quem se deixa iluminar pelos raios da Sabedoria, torna-se sábio;

a Sabedoria Divina nêle é uma fôrça viva que o conduz ao conhecimento da imortalidade.

Bhagavad Gitã
A Mensagem do Mestre

A Magia do Verbo - Annie Besant


Biosofia nº3 - Outono de 1999

Vidas Maiores
Annie Besant - A Magia do Verbo

Embora Annie Besant tenha escrito, algures, que nenhum outro epitáfio para si mesma desejava excepto o de que "ela procurou seguir a Verdade", a sua figura é tão imensa e luminosa, que os mais belos adjectivos, os mais inspirados epítetos lhe foram consagrados por muitos dos que se puderam inteirar da sua natureza ímpar. Entretanto, para nós, a mais expressiva de todas as imagens deve-se a Charles Blech, Secretário-Geral da Soc. Teosófica de França no princípio do século: "A Alma de Diamante". Annie Besant foi, sim, (um)a alma de diamante – tão forte e tão delicada, tão bela e tão resistente, brilhando intensamente em tantas e tantas facetas…

Infância, Juventude, Casamento e Separação

Annie Wood nasceu em 1 de Outubro de 1847, em Londres, mas a sua ascendência tinha uma forte componente irlandesa, raiz que sempre lhe agradou. Os avós pela parte da mãe - mulher de grande sensibilidade - eram ambos irlandeses, o mesmo acontecendo pelo lado materno do pai - homem de sólida cultura humanista, matemático e professor de Francês, Alemão, Italiano, Espanhol e… Português.
O pai de Annie morreu dias depois de esta completar cinco anos. Iniciou-se então uma época difícil para a mãe viúva, tanto do ponto de vista emocional, como económico. No entanto, aos oitos anos, quando (com o irmão Henry e a mãe) foi viver para Harrow, numa casa antiquíssima que se abria para um amplo jardim, de luxuriante arvoredo, Annie viveu um período feliz. Escreveu ela, na sua Autobiografia: "Não havia ali árvore a que eu não tivesse trepado, e uma delas, um frondoso loureiro de Portugal, era a minha morada predilecta. Ali tinha o meu dormitório e a minha estância, o meu estudo e a minha despensa. Nesta, guardava as frutas que podia colher livremente das árvores e, no estudo, permanecia horas sentada, com alguns dos meus livros favoritos".

Entretanto, a Sra. Marryat, irmã de um conhecido escritor da época, ofereceu-se para providenciar a Annie uma educação esmerada. Tal foi aceite, embora implicasse que Annie passaria menos tempo com a mãe - uma decisão bem difícil visto que, citando mais uma vez as palavras da nossa heroína, referindo-se à mãe, "o meu amor por ela era idolatria, e o seu por mim era devoção". Ainda que só se reunindo nos períodos de férias, "o vínculo de amor entre nós duas foi tão tenaz que nada pôde rompê-lo".
A Sra. Marryat tinha alma de educadora, do que beneficiava um conjunto crescente de raparigas e rapazes ("eu jogava críquete e sabia trepar como o melhor deles"). Este último facto era inusual na época, como se sabe. Annie, cujo sentido de reverência, respeito, gratidão e lealdade foram exponenciais durante toda a vida, enalteceu aquela amiga: "Careço de palavras para expressar o que lhe devo, não somente em conhecimentos mas, também, em amor pela sabedoria, que desde então viveu em mim como um constante estímulo para o estudo".

O tipo de educação que recebia, tanto da mãe como da Sra. Marryat, acentuaram a natural religiosidade do carácter de Annie, para quem os sonhos místicos, as visões de fadas e duendes, o entusiasmo ao ler os contos dos primitivos mártires cristãos - que sonhava viver por si mesma -, a citação dos textos evangélicos, eram muito mais sedutores do que os afazeres e os prazeres da vida terrena quotidiana. A sua devoção religiosa de então tinha o selo do arrebatamento e da generosidade que caracterizaram toda a vida de Annie - ela só sabia ser autentica e seriamente, não importando quais as circunstâncias ou campo de actividade.

Tal veio a conduzir a que, aos 19 anos, sem jamais ter tido namoros ou nisso pensado seriamente - pois seus ideais haviam sido "minha mãe e o Cristo" -, ficasse noiva do Reverendo Frank Besant, com quem casou um ano e três meses depois. O seu futuro marido tomou como interesse amoroso uma convivência que, para Annie, mais não era do que a oportunidade de conversar sobre temas religiosos. Aturdida de surpresa quando Frank a pediu em casamento, permaneceu em silêncio, envolta em sentimentos de culpa por haver dado azo à situação; tais sentimentos, levados ao extremo, combinados com a esperança de que, como "esposa de um pastor, melhor do que de outras maneiras, teria oportunidade de praticar o bem", levaram-na a vencer a sua "aversão ao matrimónio" e a comprometer-se. Já noiva, tentou romper o compromisso mas não foi além da tentativa, para não magoar a sua mãe, que considerava suprema desonra se a filha faltasse à palavra dada. Assim, sem entusiasmo e sem preparação, casou (ou melhor, deixou-se casar). Leviandade e irresponsabilidade - pensarão alguns; consequência da diferente focalização dos seus interesses (que a tornou menos sagaz e desperta para as "coisas comuns") e de um escrúpulo, sentido de lealdade e de não magoar levados ao extremo - pensamos nós. Um amigo de Annie, comentou a propósito, com extraordinária exactidão: "Como ela não podia ser noiva do céu, tornou--se noiva do Senhor Frank Besant, que dificilmente seria um substituto adequado".
De facto, não o foi. A aspereza miudinha de Frank suscitou em Annie Besant (A.B.) "primeiro, incrédula estranheza, depois uma torrente de lágrimas de indignação e, passado algum tempo, uma resistência orgulhosa, desafiadora, fria e rígida como ferro. A desenvolta rapariga, radiante, impulsiva, ardorosa, entusiasta, transformou-se - e bem rapidamente - numa grave, altiva e reticente mulher, que sepultava sob as profundidades do coração todas as suas esperanças, temores e desilusões". Assim, o único feliz resultado do casamento foram dois filhos (um rapaz e uma rapariga), unidos para sempre a Annie por um enlevado amor, e particípes, quando adultos, das nobilíssimas causas a que se consagrou. Tudo o resto, constituiu um tormento para A.B., nomeadamente as visitas sociais de senhoras cujas conversas a "enfastiavam enormemente, e que eram tão indiferentes a tudo o que me enchia a vida - teologia, política, ciência - como eu o era às suas discussões sobre o noivo das suas empregadas e as extravagâncias das suas cozinheiras".
As Dúvidas Cruéis...

Rapidamente, entretanto, cruéis dúvidas de âmbito religioso a torturaram até às fibras mais íntimas. Damos de novo a palavra à própria Annie Besant, que eloquentemente expressou o quanto isso podia significar: "Só por uma imperiosa necessidade intelectual e moral, uma mentalidade religiosa se sente arrastada para a dúvida, porque ela representa uma comoção que faz sossobrar os fundamentos da alma e que tudo faz vacilar: nenhuma vida debaixo do vácuo céu, nenhuma luz na obscura noite, nenhuma voz a quebrar o mortal silêncio, nenhuma mão que se estenda, salvadora. Os frívolos de cérebro vazio, que nunca tentaram pensar, que aceitam as crenças como aceitam as modas (…), na sua superficial sensibilidade e ainda mais superficial mentalidade, não podem nem por assomo imaginar a angústia que produz a mera penumbra do eclipse da fé e, menos ainda, o horror da profunda escuridão, em que a alma órfã grita no vazio infinito…".

Que dúvidas eram essas, que lhe tiravam o sono de muitas noites e a própria vontade de viver? Não eram as pequenas superficialidades sociais com que os chamados fiéis (na verdade alheios à vivência religiosa, salvo no sentido de, à cautela, fazerem um seguro para o Céu e a Protecção Divina) se ocupam uma, duas, três vezes na vida, ou que os media realçam dos discursos papais ou de outras autoridades eclesiásticas; tão-pouco eram preocupações com a sua salvação pessoal mas, sim, no essencial: "Pode, acaso, haver um castigo eterno depois da morte, como sustentam as Igrejas? Existindo um Deus bom, como pôde criar a Humanidade, sabendo previamente (presciência divina) que a maioria dos homens sofreria para sempre as torturas do inferno? Existindo um Deus equitativo, como podia permitir a eternidade do pecado, de maneira que o mal fosse tão duradouro como o bem? Como explicar os pontos de semelhança entre religiões mais antigas e o Cristianismo, se havia sido educada na convicção de que este era a única religião verdadeira, sendo falsas todas as outras?
Estes e outros problemas similares tocavam em pontos tão importantes e sérios para Annie que (não encontrando resposta satisfatória, depois de exaustiva busca) lhe impediram de se continuar a considerar cristã ou sequer, como o marido pretendia impor, de participar em actos e cerimónias que pressupunham que o fosse. Diante das mais sérias interrogações sobre o sentido da Vida, ela não podia fingir, nem para si mesma nem para ninguém. (Anos mais tarde, ao renunciar ao materialismo, definiu a exigência que a verdade, fosse qual fosse, lhe suscitava, dizendo: "… não me atrevo a comprar a paz com uma mentira; imperiosa necessidade me induz a dizer a verdade tal como a vejo, agradem ou não as minhas palavras, receba louvor ou vitupério. Devo manter imaculada esta fidelidade ao verdadeiro, mesmo que me custe amizades, mesmo quebrando laços humanos. A verdade poderá conduzir-me a um deserto, poderá privar-me de todo o afecto - mas devo segui-la. Ainda que me tirasse a vida, confiaria nela").
Assim, quando o marido lhe deu a escolher entre duas únicas opções, a submissão ao fingimento ou a separação, esta foi inevitável, por muito incómoda, dura e até escandalosa que fosse na época. Tendo sido difícil a luta pela sobrevivência que se seguiu, bem mais dolorosa foi a privação da custódia dos seus filhos, imposta em tribunal por homens cheios de preconceitos religiosos. A decisão fundamentou-se, exclusivamente, nas opções filosóficas de Annie que, diziam, não lhe permitiria ser uma boa educadora. No entanto, tão logo atingida a maioridade e a liberdade de escolha, ambos os filhos se juntaram à mãe, que continuaram adorando com devoção e orgulho…

Trabalho Social e Político
Depois da separação, com apenas 25 anos de idade, Annie dedicou-se mais do que nunca às questões religiosas e filosóficas que a atormentavam, alargou mais e mais o seu interesse pela política e pela ciência, ampliou a sua cultura até níveis extraordinários, o que mais tarde lhe permitiria tratar com à vontade qualquer questão que, mesmo inesperadamente, se lhe apresentasse. As pessoas surpreendiam-se ao ver aquela jovem de rosto simultaneamente formoso e grave, seria e austeramente concentrada nas mais abstrusas leituras.
A sua reflexão sobre as questões religiosas conduziu-a até posições de agnosticismo (foi Vice-Presidente da Nacional Secular Society); tendeu para o ateísmo mas com um sentido tão profundo e uma concepção tão entranhada do uno (uma eterna e única substância) oculto no múltiplo, que uma estreita linha a separava (temporariamente, como veremos) de um esclarecido misticismo e de uma visão hylozoísta do universo; sustentou uma ética de rigoroso altruísmo e escrupulosa dignidade, fundada no dever da correcção pela correcção e não, como acontece na postura religiosa comum, na esperança de qualquer prémio ou no receio de qualquer castigo.
Ao mesmo tempo, interessou-se vivamente pelas agudas questões sociais de então - tendo, a certa altura, chegado a ser uma destacada militante socialista ("um socialismo de dar e não de tomar", como escreveu no seu livro "O Mundo de Amanhã"), pelos direitos das mulheres, de que foi uma verdadeira campeã (assumindo pioneiramente posições que só muito mais tarde se foram generalizando) e, em geral, pelo reconhecimento pleno das liberdades de expressão (nesse campo, muito é devido a ela e a um punhado de companheiros de então). Em todas estas causas se empenhou com extraordi-nário ardor, intrépida coragem e notável talento oratório e literário, tendo convivido com homens
de vulto como Charles Bradlaugh (um dos maiores amigos em toda a sua vida) e George Bernard Shaw (que por ela nutriu a mais viva admiração).
Assim, em plena década de 1880, Annie Besant era uma figura largamente reconhecida e famosa, especialmente na Grã-Bretanha. Entretanto, por detrás do seu carácter voluntarioso e do vigor da sua inteligência, existia um enorme coração, cheio de ternura, que se expressava através de múltiplas actividades fliantrópicas, de uma constante solicitude perante a dor, de amizades vividas com amplo sentido de fraternidade. Simultaneamente, ia constatando a insuficiência das suas concepções materialistas, quer como explicação do Universo e da Vida, quer como força suficientemente congregadora e regeneradora da Humanidade. Deste modo, continuava a reflectir e a buscar profundamente…

O Encontro com a Teosofia e com HPB
No início de 1889, uma das suas actividades era a de jornalista (em colaboração estreita com o Sr. W.T. Sead, de convicções cristãs, numa demonstração de que homens e mulheres de boa vontade se podem sempre entender no essencial). Foi nessa qualidade que, para fazer uma crítica literária, lhe chegaram às mãos os dois grossos primeiros volumes da incomparável obra "A Doutrina Secreta" (com o subtítulo "Síntese da Ciência, da Religião e da Filosofia"), de H.P.B. - Helena Petrovna Blavatsky (Ver o número 1 de "Biosofia").

Annie Besant levou os livros para casa e, ao lê-los, ficou assombrada. Os véus descerravam-se. Ali estavam as ligações que antevira e procurava, mas que ainda lhe faltavam, para aceder da ciência puramente materialista à ciência do espírito, à filosofia integral, à divina sabedoria ("teo"+"sofia"). Damos-lhe de novo a palavra: "Como me era familiar o assunto! Como voava a
minha mente, pressentindo as conclusões! Quão natural me parecia o tema, quão coerente, subtil e inteligível! Estava maravilhada, ofuscada pela luz que me mostrava tantas partes de um grande todo e resolvia todas as minhas dificuldades, enigmas e problemas".
Redigiu a crítica, naturalmente brilhante e entusiasmada, e escreveu a Helena Blavatsky, pedindo permissão para a visitar. A resposta foi afirmativa e H.P.B. recebeu-a com um veemente aperto de mãos, exclamando: "Ó querida Senhora Besant! Há quanto tempo eu desejava conhecê-la". Este primeiro encontro deixou uma forte impressão em Annie, que pouco tempo depois repetiu a visita, informando-se melhor sobre como ingressar na Sociedade Teosófica (ST). H.P.B. olhou-a penetrantemente e deu-lhe um relatório, com cerca de 4 anos, da Society for Psychical Research (SPR), pedindo que o lera antes de se decidir. (Vem a propósito referir que esse famigerado relatório, elaborado por uma única pessoa, retratava HPB como uma impostora fraudulenta. Escrito com o mais puro sectarismo, ainda hoje é mencionado na generalidade dos livros e enciclopédias da "cultura oficial" sobre HPB e a ST. Não obstante, foi a própria SPR a reconhecer, através de muitos dos seus membros - alguns, aderiram mesmo à ST - e, mais tarde, publica e expressamente como instituição, o carácter tendencioso, parcial, infundamentado e insubsistente desse relatório - mas esta reposição da verdade é omitida nos mesmos livros e enciclopédias. Assim se espezinham reputações!…).
Annie leu o relatório e rapidamente verificou a sua inanidade. Ademais, "como podia eu aceitar tudo aquilo contra a natureza franca, leal, destemida de que eu percebera um vislumbre? Contra a altiva e ardente sinceridade que resplandecia daqueles olhos honrados e impávidos, cheios de infantil nobreza?". Deste modo, logo no dia seguinte, formulou o pedido de ingresso na Soc. Teosófica. Depois de receber a resposta positiva, dirigiu-se a casa de H.P.B. Eis o relato dessa visita, pela pena de A. Besant:
"… encontrei H.P.Blavatsky sozinha; aproximei-me dela, inclinei-me e beijei--a sem proferir uma palavra. - 'Você ingressou na Sociedade?' - 'Sim.' - 'Leu o relatório?' - 'Sim.' - 'E então?' Caí de joelhos, apertei as suas mãos entre as minhas e, fitando-lhe os olhos, respondi: - 'Quer aceitar-me como discípula e dar-me a honra de a proclamar ao mundo como minha instrutora?' O seu austero semblante se modificou e lágrimas irreprimíveis lhe arrasaram os olhos; depois, com dignidade mais do que régia, colocou a sua mão sobre a minha cabeça, dizendo: Que nobre mulher é você! Que o Mestre a abençoe!"
.
Que momento tão raro, sublime e extraordinário o do (re)encontro desses dois gigantes do espírito - um abraço inolvidável, um reconhecimento vindo das profundezas do tempo, uma celebração de uma fraternidade sem mácula, uma passagem de testemunho por evidência de legitimidade!

De facto, nos anos seguintes, e ao longo dos restantes 44 anos e meio da sua vida, Annie Besant não perdeu oportunidade de defender a sua grande Amiga (a que terá compreendido mais intima e profundamente do que ninguém), de dar a conhecer ao mundo a sua obra, de pôr em relevo a sua imensa Sabedoria e nobilíssima estirpe. Fê-lo de modo desassombrado, inequívoco, entusiástico - com o entranhado sentido de gratidão e honradez que sempre a caracterizou.

Neste artigo, porém, interessa sobremaneira realçar que também H.P.B. se referiu de forma repetida - e altamente elogiosa e enfática - ao carinho, enlevo e admiração que A. B. lhe despertou. Citemos algumas palavras escritas pelo próprio punho de Helena Blavatsky: "A minha amiga e colega, Annie Besant, que é hoje o meu braço direito"; "Os discursos foram feitos por Sinnett e outros mas, é desnecessário dizer, ninguém falou tão bem como Annie Besant. Oh, Céus, como esta mulher fala! Espero que você possa ouvi-la"; "Que mulher de grande coração, nobre e maravilhosa ela é!"; E, sintetizando tudo numa frase, assim definiu H.P.B. a Annie Besant: "única", "incomparável".
Desta forma, havendo com ela convivido somente dois anos (bem menos do que com outros companheiros de trabalho), Helena transmitiu a Annie a liderança espiritual, do núcleo mais interno, da Sociedade Teosófica (permanecendo o Coronel Olcott como seu Presidente) e fez claramente constar essa sua vontade, antes de morrer, em Maio de 1891.
Também, aliás, o Cor. Olcott veio a expressar a sua extremada e intocável admiração por Annabay. Três
ou quatro (entre tantas) passagens do seu livro "Old Diary Leaves" bastam para o ilustrar: "Ela é, na verdade, o agente escolhido para fazer frutificar as sementes que foram lançadas por H.P.B. e por mim durante os anteriores quinze anos"; "Nunca encontrei uma mulher mais consistentemente religiosa do que ela, nem cuja vida tenha sido um mais alegre auto-sacrifício. As minhas bendições estarão com ela, onde quer que vá"; (comentando uma digressão pela Índia, em que acompanhou Annie Besant para esta proferir uma série de conferências) "recordo a mais esplêndida série de discursos que ouvi em toda a minha vida, e a íntima fraternidade com uma das mulheres mais puras, mais altamente inteligentes e mais elevadas em termos intelectuais e espirituais da sua geração ou de qualquer outra época histórica de que eu tenha conhecimento"; "posso conscientemente afirmar que em toda a minha vida nunca encontrei uma mulher mais nobre, altruísta e íntegra nem uma cujo coração estivesse cheio de um maior amor pela humanidade".

A Melhor Oradora do Mundo
No campo teosófico, Annie Besant veio encontrar a possibilidade de conciliar a sua natureza mística com uma só-lida filosofia, a ciência das coisas físicas com a ciência dos mundos suprafísicos, a liberdade de pensamento e de expressão com uma rigorosa noção de ética, de dever e de ampla filantropia; chegou a uma base sólida e motivadora da fraternidade universal; pôde, enfim, identificar-se com uma concepção do Divino destituída dos habituais antropomorfismos; deparou-se com a demonstração de que existe uma Sabedoria Perene, uma Ciência Universal, uma Religião-Sabedoria de que procedem todas as grandes escolas filosóficas espiritualistas e todas as grandes religiões, sem que (por isso) a verdade de uma exclua a verdade das outras.
Deste modo, A. B. entregou-se ao novo trabalho, que abraçou com toda a força de alma, com uma generosidade que jamais mediu sacrifícios, com um ânimo inquebrantável de lutadora, entretecido numa espontânea afectividade, numa ampla cultura e num génio literário e oratório que rapidamente a tornaram na mais celebrada figura da Sociedade Teosófica. Representou, desta forma, uma fonte de prestígio, de brilho e de solidez para a ST, contribuindo mais do que ninguém para o seu rápido crescimento em número de membros e em pujança no mundo.
Pouco tempo depois da sua adesão, disponibilizava a sua casa para aí se sediar a ST de Inglaterra, visto não ser possível continuar a pagar a anterior localização. O seu contributo para o crescimento da biblioteca da sede mundial da ST em Adyar (um importante centro de pesquisa não somente para teósofos mas, também, para inúmeros estudiosos e eruditos) foi igualmente de relevo nos anos que se seguiram.
Escreveu inúmeras obras (há mais de quatro centenas de livros e opúsculos da sua autoria!), nas quais desdobrou e apresentou de modo mais simples e claro
os profundos conceitos da "Doutrina Secreta", além dos que resultavam da sua própria investigação e do estudo (integrado) das fontes tradicionais. Alguns dos
seus livros - por exemplo, "A Antiga Sabedoria", "Um Estudo sobre a Consciência", "O Cristianismo Esotérico", "O Mundo de Amanhã", "Evolução da Vida e da Forma", "A Genealogia do Homem", "Sete Grandes Religiões" (os dois últimos, reproduzindo uma série de conferências) - podem considerar-se verdadeiros tesouros, sendo todos os restantes de grande interesse e utilidade.
Foi, todavia, enquanto conferencista que o seu trabalho atingiu maior brilho e fulgor. Tal havia sido antecipado por H.P.B. quando, confirmando uma importante experiência espiritual de Annie, assinalou, não obstante, que o seu trabalho principal seria "A Magia do Verbo". Contam-se por muitos milhares as palestras que Annie Besant realizou, chegando a proferir três no mesmo dia. Por exemplo, nos 50 dias entre 16 de Novembro de 1893 e 7 de Janeiro de 1894, na Índia, deu um total de 48 conferências. Falava invariavelmente de improviso e com pequeno tempo de preparação dos temas. O magnetismo e a autoridade que dela emanavam, a fluência rítmica dos discursos e a força das imagens, a concatenação das ideias e a solidez dos argumentos consagraram-na como "a mais brilhante conferencista de Inglaterra", "a melhor oradora da sua época" (Bernard Shaw) e, segundo muitos testemunhos, "a melhor oradora do mundo" (esta última expressão encontra-se, por exemplo, num livro de M. Lutyens, basicamente hostil à ST e depreciativo de A.B.). O dramaturgo e novelista Enid Bagnold comentou a propósito de uma conferência de Annie Besant no Queen's Hall de Londres (1912) : "Quando ela subiu à plataforma para discursar, estava flamejante. A sua autoridade chegava a todo o lado".
Os seus discursos culminavam quase sempre numa torrente de aplausos, que se chegavam a prolongar por dez minutos - numa conferência na Sorbonne, em 1910, prosseguiram longamente já fora da sala. A sua primeira série de conferências na Índia (em 1893/94) foi um sucesso tão grande que, rodeada de multidões, chegou a ter que falar sobre pequenas plataformas, do diâmetro de um chapéu, em equilíbrio precário - e, à medida que o seu prestígio se avolumava, mal podia circular pelas ruas, entre as gentes que a queriam ver, tocar, expressar a sua admiração e gratidão. Discursando para 5.000 pessoas, sem meios de amplificação, era tal a penetração da sua voz e de tal modo impressionante e quase sagrado o silêncio dos ouvintes, que se fazia ouvir por todos, mesmo quando baixava o tom para alguma passagem mais íntima e tocante. Em 1900, em Paris, foi tão grande o seu triunfo ao discursar num congresso que, depois de acabar, e
enquanto voltava para o lugar, caminhou dezenas e dezenas de metros sob o clamor entusiasmado da assistência, que a cobria de flores atiradas à sua passagem - coisa ali jamais vista. Estes factos eram tão mais notáveis, quanto é certo que nada havia nela de teatralidade ou de apelo ao culto da personalidade - pelo contrário, inúmeras vezes fez questão de expressamente o recusar.
Por todos os Meios
Foi, portanto, com absoluta naturalidade que, em 1907, após a morte do Coronel Olcott, se deu a sua eleição para Presidente da Sociedade Teosófica - de acordo, aliás, com a vontade que o seu antecessor manifestara -, cargo que exerceu durante 26 anos.
A pujança que a ST havia alcançado e o admirável génio de Annie Besant, conjugadamente com o conhecimento de certos riscos mas, também, de certas oportunidades cíclicas - impossíveis de expor neste artigo, por razões de espaço - fizeram-lhe surgir a esperança de se poder induzir uma grande mutação nos valores dominantes no mundo (tão caracterizados pela ignorância, pela superficialidade, pelo sectarismo e pelo ódio, de que os grandes conflitos e horrores deste século XX são exemplos evidentes), substituindo-os pela cultura superior do espírito, pela fraternidade de todos os povos, pela síntese do Poder, do Amor e da Sabedoria, pela acção concertada dos labores político, científico, filosófico, artístico, pedagógico e filantrópico, unidos por um revigoramento religioso, no seu sentido universal e inclusivo.

Assim, cheia de energia e de sensibilidade pelo sofrimento alheio, A.B. trabalhou intensamente em todos estes sectores e apelou ao trabalho, à generosidade e à congregação de esforços de todos os que podiam contribuir para a cons-trução de um mundo melhor. O seu trabalho, a partir da Soc. Teosófica, multiplicou-se em tantas facetas e institui-ções vocacionadas para o Serviço à causa da evolução da Humanidade, que seria exaustivo enumerá-las. Sentiu, entretanto, que era necessário uma figura de referência que pudesse incutir um novo impulso à espiritualidade humana, congregando as forças de regeneração, e (juntamente com C.W.Leadbeater) julgou havê-la encontrado num jovem hindu, de apenas treze anos: J.Krishnamurti. Este veio, efectivamente, a ser um homem excepcional, um dos mais reconhecidos pensadores do Séc. XX, embora tenha enveredado por caminhos algo diferentes dos trilhados pela grande protectora da sua juventude e (no nosso entender meramente pessoal, ainda que muito convicto) tenha mostrado bem pouca gratidão para quem o reconheceu contra toda a evidência formal (aos treze anos, era considerado muito pouco inteligente pelos seus professores e por todos quantos o conheciam), o retirou da miséria, o rodeou de carinho, o educou primorosamente, o projectou para a notoriedade mundial e ainda soube ter solicitude e fraternidade quando essa mesma notoriedade foi usada contra aqueles que a haviam propiciado… Não resistimos à tentação de pensar o que poderia ter acontecido se as coisas houvessem sido de outra forma, quer da parte de Krishnamurti, quer da parte de alguns membros da ST menos sensatos e lúcidos. Na verdade, na verdade, o problema talvez fosse este: Annie Besant, havia apenas uma…

A Índia Bem-Amada

Embora continuando a viajar por todo o mundo, transportando o seu entusiasmo, as suas sempre novas iniciativas, a sua palavra inspirada e alentadora, foi na Índia que, a partir de 1893, Annie encontrou o seu lar. Foram impressionantes a sua dedicação pelo renascimento da cultura e da espiritualidade hindu, o seu amor pelas gentes entre as quais elegeu viver, a sua constante atenção pelos problemas contemporâneos e pelas perspectivas futuras da velha Ariavarta (ou seja, a terra dos antigos hindus). Ela foi uma corajosa anti-colonialista avant la lettre, com a singular peculiaridade de ser nativa do país colonizador. Dirigindo--se aos povos ocidentais, num trecho significativo, escreveu algures: "A Índia tem muito a oferecer-vos no domínio religioso. Pode dar-vos uma religião científica, coisa que mal haveis sequer imaginado. Aqui (no Ocidente), a religião, frequentemente, mais não é do que uma crença cega ou um delírio emocional. Na Índia, a religião é intelectual e científica. A psicologia hindu faz parte da religião. A Índia compreende o mental e o espírito, e sabe como podem ser desenvolvidos e treinados. No que o Oriente e o Ocidente, quanto a isso, diferem, é que a ciência ocidental é limitada ao mundo físico enquanto a Índia é científica na sua religião e conduz a ciência no domínio da psicologia, preferentemente ao domínio físico" (L'Avenir Eminent, 1916, Editions Théosophiques, Paris). É digna de nota a antecedência com que isto foi proclamado relativamente ao grande interesse que muitos proeminentes vultos da ciência, desde há 30/40 anos, vêm demonstrando pela espiritualidade oriental. Não devemos omitir gratidão e justiça a quem a merece: talvez ainda hoje (os que não temos o estúpido complexo de superioridade da nossa desumana e, tantas vezes, brutal e tirânica civilização euro-americana) não nos tivéssemos apercebido dos tesouros da velha e profunda filosofia e psicologia oriental, se não fora a determinação pioneira de Helena Blavatsky, Henry Olcott, Annie Besant…
Todo o ocidental medianamente informado conhece a figura de Gandhi; porém, a cultura oficial continua a silenciar que ele só se tornou consciente do valor da sua Índia (que, até então, considerara vergonhosa) pela influência dos teósofos e, nomeadamente, de H.P.B. e de A.B. De resto, foi Annie Besant quem lhe preparou o caminho e propiciou a ocasião para que se tornasse conhecido, dando-lhe a palavra
na memorável inauguração da Universidade de Benares (a primeira que existiu na Índia), criada sob o impulso da Soc. Teosófica.
É difícil imaginar a magnitude da obra educacional realizada pela ST no Oriente, especialmente pela iniciativa do Cor. Olcott e de A. Besant - centenas e centenas de escolas foram criadas sob o seu auspício. No caso de Annie, revelou-se uma especial preocupação com a mulher indiana, incentivando e promovendo a sua educação (coisa singular há cem anos atrás). A par disso, transportava no seu coração um permanente carinho pela preservação dos melhores valores da Índia e pelo florescimento da sua cultura, filosofia e religião. Um dos seus trabalhos mais notáveis foi a elaboração de um livro de texto cujos princípios filosóficos e éticos acabaram por ser aceites pelos representantes das inúmeras correntes religiosas do hinduísmo - um formoso exemplo, na verdade.
A sua intervenção nos assuntos políticos da Índia (então ainda englobada no Império Britânico) foi tão determinante que ela - uma inglesa - foi eleita Presidente do Congresso Nacional Hindu. Criou e dirigiu vários jornais, onde sustentava ideias de autonomia e denunciava os abusos e violências dos britânicos, simultaneamente se batendo pela amizade entre os dois povos. Este equilíbrio granjeou-lhe não apenas o imenso carinho e respeito dos hindus - em muitas das suas casas, existiam retratos de Annie Besant ao lado de representações dos Rishis, Avatares e divindades do hinduísmo - mas também dos mais sensatos entre os ingleses. Um deles, Lord Haldane, Ministro da Justiça, considerou-a "o melhor estadista que já conheci". Algumas vezes, porém, as autoridades inglesas perturbaram-se com a sua actividade e chegou a ser-lhe fixada residência forçada (o que, segundo testemunho de um amigo, a fez estar como "um leão enjaulado" sofrendo pelo serviço que não podia prestar). Na sequência de uma onda de protestos, foi libertada e o seu regresso foi assim descrito, com rigor, por George Arundale: "… uma apoteose impossível de ser imaginada. Uma multidão imensa amontoava-se à sua passagem, formando um cortejo cada vez mais imponente. Aclamada pelas massas, atravessou povoados e aldeias engalanados como se se tratasse da descida de uma deusa. Flores adornavam os caminhos que os seus pés haveriam de pisar; em Bombaim, girândolas de objectos preciosos balançavam-se das casas e finas pérolas se lançavam à sua passagem. Foi uma contínua ovação, a expressão da entusiasta gratidão pela fiel amiga da Índia. Em Adyar, a sua chegada foi digna de uma epopeia".
Assim, Annie Besant é uma referência incontornável da história da Índia. Tal facto é plenamente reconhecido por Gandhi, Nehru e vários outros líderes indianos (oxalá, contudo, tivesse sido melhor entendida). A certa altura, Besant e Gandhi divergiram politicamente, o que nunca pôs em causa uma mútua admiração. Aquando do 1º centenário do nascimento de A. B., disse ele: "Quando a Dra. Besant veio à Índia e cativou todo o país, entrei em íntimo contacto com ela e, embora tivéssemos diferenças políticas, minha veneração por ela em nada esfriou. Espero, pois, que as celebrações sejam dignas dessa grande mulher". Ao contrário de M.Gandhi, Annie preconizava uma transição mais gradual e menos populista, dava prioridade a uma verdadeira reeducação dos hindus (que despertasse o seu antigo esplendor) e apostava no desvanecimento das tensões internas, sintetizando tudo na paráfrase: "Que valeria à Índia conquistar o mundo, se perdesse a sua alma?". O futuro mostrou que ela tinha razão…

Uma Autoridade Natural
Annie nunca teve receio de enfrentar o mundo para expor as suas ideias, sempre mais amplas. Era uma verdadeira força, falando, escrevendo e actuando com um saber fazer tão aprimorado, que se constituía como uma autoridade natural, cheia de encanto e afecto e, todavia, de sóbria altivez - que nunca soberba - diante da limitada mentalidade comum. Como invariavelmente acontece com todos os grandes pioneiros da evolução humana, sofreu vários dissabores e muitos ataques - mas sempre pela calúnia e pelo ardil, jamais com galhardia e ombridade. Mesmo as clivagens entre terceiros (seus colegas de trabalho) se aplacavam "por respeito a Mrs. Besant", "por consideração por Mrs. Besant" ou simplesmente se desvaneciam diante da sua presença tão digna e poderosa. Tal só deixou de acontecer quando, no crepúsculo da existência, o seu coração de leão se despedaçou e caiu enferma.

A Ardente Peregrina

Alguém escreveu um livro sobre Annie Besant com o título "The Passionate Pilgrim". Tal ela foi - uma ardente peregrina, uma apaixonada guerreira que jamais se permitiu deixar perder o estandarte que se lhe confiara. Usando uma expressão popular, dela se pode dizer que "não brincava em serviço". O seu ritmo de trabalho era impressionante: cerca de 15 horas por dia, mesmo em plenos 80 anos. Que grande, que extraordinário exemplo de quem, não obstante, tinha uma vida interior tão rica e preciosa! Para nós, Annie Besant representa o poder e a inspiração de um mar imenso de estandartes de todas as cores, inscritos com os mais belos símbolos da criatividade humana.
O final da sua vida, entretanto, ficou ensombrado pela dor imensa de ver - justamente quando as forças, enfim, lhe começaram a escassear - como alguns daqueles em quem mais depositara o seu amor e a sua espe-rança enveredavam por atitudes insensatas, de extremos opostos (e, por isso, conflituantes). Em 1931, perto dos 84 anos, como resultado de uma queda, enfraqueceu a ponto de passar grande parte do tempo acamada. Reuniu todas as forças que lhe sobravam para a Convenção Teosófica do final de 1932 e, a partir daí, a sua força vital foi-se abstraindo, até falecer, em 20 de Setembro de 1933 (homenageada, nos dias seguintes, por dezenas de milhares de pessoas), com quase 86 anos de uma existência consagrada a estudar, amar e servir. Ao seu lado estavam dois dos companheiros que, apesar de tudo, melhor puderam compartilhar do seu labor e dos seus anseios: C.W.Leadbeater e (segurando-lhe a mão) C.Jinarajadasa, que viria a ser Presidente da Soc. Teosófica entre 1946 e 1953. No órgão oficial desta instituição, no número de Outubro de 1933, culminou-se o anúncio da morte de Annie Besant com estas palavras:

"Volta em breve, ó combatente, e comanda-nos uma vez mais!"

Tentar Outra Vez
O que se segue poderá ser entendido como uma ficção sobre acontecimentos post-mortem…
M., K.H. e Outro esperavam por ela, que rapidamente se elevou até ao Devachan, estado onde, contudo, não tinha interesse em permanecer - como descansar, se há tanto a fazer?!

Então, reencontrou H.P.B. - quase todas as noites o fazia, mas agora era diferente. Como 44 anos antes, Annie curvou-se para lhe beijar as mãos, sussurrando: "Desculpa. Falhei…". Helena ergueu-a, enquanto os olhares se fundiam - num estado mais acima de uma profunda comoção - e, abraçando-a, disse: "Não, não falhaste. Foste digna e admirável. Quem faria melhor, se não Eles? Bem sabes, tivemos contra nós todos os poderes do mundo, todos os poderes da sombra, e quantas traições! Sim, vê bem, não te iludas, mesmo o teu amado ---- traiu por omissão e por vaidade mascarada de humildade; e ---- e ---- e ----, traíram por acção leviana; e tantos outros, por inércia, tibieza ou ingratidão, igualmente traíram. Mas tu, Annie, foste sempre honrada e autêntica - oh, como lutaste pela Causa Sublime!".

Também Eles estavam presentes e, naquele plano e naquela envolvência, Annie sentiu-se reconfortada. No entanto, disse ainda: "Mas não conseguimos a grande mudança. Não conseguimos vergar o peso dos valores da ignorância. Desafiámos o mundo - e perdemos!…".
Helena sorriu. Tomou-lhe de novo as mãos e respondeu: "Não, Annie. Foi o mundo quem perdeu.

Bem sabes, sempre perdeu quando ganhou, permanecendo como o vale sombrio, o lugar de Myalba. Lembra-te, já muitas vezes foi assim - mas, a pouco e pouco, os muros da grande Babilónia vão-se rompendo. E olha, vamos sendo mais… Alguns prosseguem o trabalho, até que voltemos".

A presença de Annie iluminou-se mais intensamente. Sentiu-se pronta para a batalha e sorriu quando H.P.B. lhe sinalou as palavras "Volta breve, ó combatente…". Então, perguntou: "Iremos juntas?". "Não necessariamente" disse HPB, "e serás tu a ir primeiro". Annie quase se entristeceu, porém logo H.P.B. prosseguiu: "Mas eu estarei sempre por detrás de ti. E irão outros, ----, ----, ----, e o caminho estará um pouco mais facilitado - e nós mais experientes, é claro. Olha, contempla o Plano. Nada se perdeu, algo se avançou. Annie, VAMOS TENTAR OUTRA VEZ!"

José Manuel Anacleto
Presidente do Centro Lusitano de Unificação Cultural

Referências Bibliográficas:
1. Besant, A., "Autobiografia", Ed. Pensamento, São Paulo (todas as citações de Annie Besant contidas no texto, salvo indicação em contrário, são retiradas deste livro)
2. Olcott, H., "Old Diary Leaves" (Vols. IV a VI), Theosophical Publishing House, Adyar
3. Jinarajadasa, C., "A Short Biography of Annie Besant", Theosophical Publishing House, Adyar
4. Jinarajadasa, C., "The Golden Book of the Theosophical Society", Theosophical Publishing House, Adyar
5. Ransom, J., "A Short History of the Theosophical Society", Theosophical Publishing House, Adyar
6. Besterman, T., "Ms. Annie Besant: A Modern Prophet", Kegan Paul, Trench, Trubner and Company, London
7. Prakasa, S., "Annie Besant, as a Woman and as a Leader", Theosophical Publishing House, Adyar
8. Nethercote, A.N., "The Last Four Lives of Annie Besant", Hart-Davis, Londres
9. West, G., "The Mind of Annie Besant", Theosophical Publishing House, Adyar
10. "Portugal Teosófico", nºs 68 e 71, Sociedade Teosófica de Portugal, Lisboa
11. "Biosofia", nº 1, Centro Lusitano de Unificação Cultural, Lisboa

A Intolerância

"O Amor não se exaspera"
A intolerância é considerado o elemento mais destrutivo da nossa maneira de agir.
A intolerância e o preconceito são ervas daninhas que devemos ter cuidado de não deixar proliferar em nosso solo interior.
A gentileza e a nobreza de caráter não combinam com o preconceito e tão pouco com a intolerância.

"Para entrar no reino dos céus, o homem precisa carregar o Paraíso em sua Alma."

Extraído de
(O Dom Supremo é um livro de Paulo Coelho, adaptação livre do livro "A Melhor Coisa do Mundo" (The Greatest Thing in the World), de Henry Drummond.)

Os Sete Princípios


OS PRINCÍPIOS HERMÉTICOS

Hermes Trimegisto, o Três Vezes Grande, era considerado pelos Egípcios o Mensageiro dos Deuses, por ter transmitido os ensinamentos a este grande povo da antiguidade e ter implantado a tradição sagrada, os rituais sagrados, e os ensinamentos das artes e ciências em suas Escolas da Sabedoria.
A medicina, a astronomia, a astrologia, a botânica, a agricultura, a geologia, as matemáticas, a música, a arquitectura, a ciência política, tudo isso era ensinado em suas Escolas e em seus livros, que segundo os gregos somavam 42. Entre eles se encontra "O Livro dos Mortos" ou também chamado "O Livro da Saída da Luz".
A Ciência Hermética é baseada em seus ensinamentos e comprova com seus preceitos, que o Grande Hermes veio transmitir para a humanidade uma Sabedoria Divina, até hoje mal compreendida apesar de amplamente comprovada.
A Filosofia Hermética se baseia nos Princípios Herméticos incluídos no livro "O Caibalion" e parece destinada a plantar uma semente de Verdade no coração dos sábios, que perpetuam e transmitem os seus ensinamentos. Em todas as civilizações sempre existiram ouvidos atentos a estes ensinamentos. Como diz o próprio Caibalion:

Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre,
Os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber
O seu Ensinamento, se abrirão completamente.
Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir,
Então vêm os lábios para enchê-los de sabedoria".
 Porém o Caibalion nos ensina também que:
"Os lábios da Sabedoria estão fechados, excepto aos ouvidos do Entendimento".

Amor


Tenho frases e páginas inteiras memorizadas
Mas nada pode ser dito do amor.
Você deve esperar até que você e eu
estejamos vivendo juntos.
E na conversa que iremos manter
Então... seja paciente... seja paciente...

Os Dez Mandamentos Índigenas

Os Dez Mandamentos Índios

Trate a Terra e tudo o que nela habita com respeito
(Treat The Earth And All That Dwells thereon With Respect)

Mantenha-se próximo ao Grande Espírito
(Remain Close To The Great Spirit)

Mostre grande respeito por todos os seres
(Show Great Respect For all Beings)

Trabalhem juntos pelo benefício da Raça Humana
(Work Together For The Benefit Of All Mankind)

Faça o que Você sabe que é certo
(Do What You Know Is Right)

Cuide do bem-estar da mente e do corpo
(Look After The Well-being Of Mind And Body)

Dedique uma parte de seus esforços para o Bem Maior
(Dedicate A Share Of Your Efforts To The Greater Good)

Seja sempre verdadeiro e honesto
(Be Truthful And Honest At All Times)

Assuma total responsabilidade por seus atos.

Ciúmes


O tormento de Otelo

Descrito na obra de William Shakespeare como o "monstro de olhos verdes", o ciúme congrega sentimentos contraditórios. Influenciado por valores culturais, inspira pintores, compositores e escritores - mas também pode se transformar em doença


por Eduardo Ferreira-Santos

Em Fragmentos de um discurso amoroso, Roland Barthes escreve: "Como ciumento sofro quatro vezes: porque me reprovo por sê-lo, porque temo que meu ciúme machuque o outro, porque me deixo dominar por uma banalidade; sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum". As palavras do escritor e filósofo francês revelam  contradições e multiplicidades desse sentimento polimorfo - ou melhor, de um conjunto deles tão presente no psiquismo humano.
É possível entender o ciúme como uma manifestação do ser humano, tão normal quanto a raiva, o medo ou a inveja. Há, entretanto, fatores a considerar: a origem do sentimento, sua intensidade e duração, a maneira como a pessoa que o sente reage, a importância que assume no cotidiano e interferências que provoca não apenas na vida do ciumento, mas na daqueles que o cercam.
Se para uns surge de forma esporádica, como reação a determinado fato, em outros pode ser considerado traço de personalidade - são esses os ciumentos que, em geral, reconhecem a característica em si em vários momentos da vida, embora nem sempre lidem bem com ela. Em algumas pessoas o sentimento se configura como sintoma. Situações de crise, circunscritas a um determinado período, não se caracterizam necessariamente como processo patológico. Nesses casos, o sujeito costuma apresentar labilidade e descontrole emocional: antigos fantasmas o assombram, levando-o a confundir situações atuais com traumas vividos ou imaginados.

Estudo mostra que pessoas inseguras e com baixa auto-estima são mais propensas a crises de ciúme
Nos bastidores da Psicanálise
O conhecimento psicanalítico provocou profundas transformações na forma de compreender o homem contemporâneo; e é nesse conhecimento que estão ancoradas a psicologia e as diferentes linhas psicoterápicas atualmente praticadas. Nem todos se dão conta, porém, de que na origem delas há importante contribuição do ciúme, ainda que indireta.
No fim do século XIX, o jovem Sigmund Freud, recém-saído da faculdade de medicina, foi estimulado pelo clínico vienense Joseph Breuer a levar adiante suas pesquisas. Vários pacientes do médico experiente sofriam de afecções nervosas e, entre eles, estava a bela e culta Bertha Pappenheim, que passou para a história com o codinome Anna O. Diagnosticada como histérica, ela apaixonou-se por Breuer e passou a enviar-lhe quase diariamente flores e outros presentes. Em momentos de confusão mental, insistia que o médico a tinha engravidado. A situação, bem como o tempo que Breuer dedicava à moça, despertaram a irritação de sua mulher. Enciumada, ela exigiu que o marido parasse de atendê-la.

Para contornar o impasse, ele encaminhou a paciente para Freud, com quem o encantamento se repetiu. Mais tarde, em sucessivas ocasiões, a jovem voltou a se interessar pelos médicos que a atendiam. A repetição foi percebida, estudada e descrita na teoria freudiana como transferência, um conceito que abriu campo para o direcionamento do atendimento psicanalítico.
Em 1922, mais de duas décadas depois, Freud escreveu: "Embora possamos chamá-lo 'normal', o ciúme não é, em absoluto, completamente racional, isto é, derivado da situação real, proporcional às circunstâncias reais e sob controle do ego consciente; pode achar-se profundamente enraizado no inconsciente, ser uma continuação das manifestações da vida emocional da criança e originar-se no complexo de Édipo ou nas relações entre irmãos do primeiro período sexual. Além do mais, é digno de nota que, em certas pessoas, ele é experimentado bissexualmente - o homem não apenas sofrerá pela mulher que ama e odiará seu rival, mas sentirá pesar pelo homem a que ama inconscientemente e pela mulher, sua rival".

Por causa do ciúme da esposa, o clínico vienense Joseph Breuer encaminhou a paciente Anna O.(foto)  para o jovem Sigmund Freud

Novos Otelos
Um dos temas mais discutidos durante a conferência do Colégio Real de Psiquiatras, na Inglaterra, em julho de 1992, foi a "síndrome de Otelo". O protagonista da obra de William Shakespeare inspirou compositores como Antonin L. Dvorak (que criou uma abertura para a montagem), Giuseppe Verdi e Gioacchino Rossini, o pintor romântico Eugène Delacroix e, mais recentemente, o cineasta Franco Zefirelli, além de tantos outros. No drama inglês, o mouro de Veneza estrangula sua mulher, Desdêmona, desesperado pela desconfiança de ter sido traído. Depois do assassinato, crava o punhal no próprio peito. A mulher, porém, não cometera adultério. Cego de ciúme e influenciado pelo invejoso Iago, Otelo se deixa levar pelo que considera ser prova da infidelidade da mulher.
O psiquiatra Dinesh Bhugra, professor do Instituto de Psiquiatria de Londres, coordenou durante o evento um treinamento específico para o atendimento de "Otelos". Segundo ele, nas últimas quatro décadas a literatura vem registrando  inúmeros pacientes que podem ser enquadrados nessa categoria.

É possível que o maior número de casos nos consultórios tenha a ver com o estranhamento que determinados sentimentos desconfortáveis provocam, bem como o desejo de aplacá-los, em nome de uma vida psíquica mais saudável. É provável que sociedades capitalistas, marcadas por competição, tensão e desemprego inerentes ao modelo econômico vigente tornem as relações afetivas mais tênues, por um lado, e mais sujeitas ao rebote do efeito social frustrador, por outro. Como se fosse um mecanismo de deslocamento, o indivíduo que se vê em constantes embates internos e externos, em busca da realização de anseios de consumo e posse, transfere essa tensão para o relacionamento, concretizando, na esfera particular, sua raiva e agressividade.

Quando o ciúme deixa de ser uma manifestação tolerável? O sofrimento psíquico talvez seja uma medida adequada - embora subjetiva -, já que anuncia quando a situação passa a causar mal-estar intenso, repetindo-se de forma obsessiva (invadindo pensamentos) e compulsiva (na qual o indivíduo passa ao ato, sem controle de suas ações), até comprometer aspectos da vida da pessoa.

Sem Fim
Em seu polimorfismo, o sentimento adquire contornos de cada época e cultura. Os critérios para caracterizá-lo como doença são sutis, principalmente em situações limítrofes, nas quais vários quadros patológicos podem se sobrepor. Muitos não conseguem imaginar o ciúme dissociado de sentimentos amorosos. Em alguns meios, é considerado uma contingência do afeto: aquele que não o desperta duvida da veracidade do sentimento do outro, como se fosse uma "prova de amor". Há pessoas que se empenham em chamar a atenção do parceiro e despertar seu interesse tentando deixá-lo enciumado. No Brasil, um dos reflexos dessa "normalização" do ciúme se reflete nos raros estudos acadêmicos sobre o tema. A herança judaico-cristã contribui para perpetuar essa postura. Em outras sociedades a visão é bem diversa. Para o americano moderno, por exemplo, identificado com a postura liberal, defensor ferrenho dos direitos individuais e da política de não-intervenção nos assuntos íntimos (pelo menos em tese), a pessoa a quem se dirige o ciúme se sente invadida, como se tivesse seus direitos desrespeitados.
 
Os americanos Gordon Clanton, sociólogo, e Lynn Smith, psicóloga, pesquisam o assunto levando em conta transformações culturais e sociais. Eles afirmam que entre americanos adultos (de 25 a 40 anos) de classe média houve uma significativa mudança de atitude em relação ao tema, em especial a partir do início da década de 70. O ciúme "normal", encarado como inevitável acompanhante do amor e, portanto, suporte do casamento, passou a ser visto por muitos como uma expressão de fragilidade do relacionamento e de insegurança do cônjuge que o demonstrava portanto, uma ameaça ao sucesso da parceria íntima.

Estudo coordenado pelos psicólogos Elliott Aronson, da Universidade da Califórnia, e Ayala Pines, da Universidade de Berkeley, mostrou que pessoas inseguras são mais propensas a arroubos de ciúme. Minuciosos questionários aplicados a 100 voluntários com idade entre 20 e 50 anos permitiram traçar o perfil do ciumento como uma pessoa que, embora muitas vezes não duvide da própria capacidade de atrair interessados e de iniciar relacionamentos, tem dificuldade de acreditar que possa manter uma relação estável. A baixa auto-estima a leva não só a acreditar que o amado possa traí-lo como o faz esperar constantemente por isso.

Pleno de contradições, num dos extremos o ciúme personifica a aspiração de um modelo de relação humana e o protesto pela perda do compromisso idealizado de fidelidade. Ao mesmo tempo,  a convivência é contaminada pela tentativa de imposição de desejos e prioridades de uma pessoa sobre a outra. Por isso mesmo o ciúme tem uma faceta marcante: a tentativa de negação da alteridade, da subjetividade do outro. De maneira aparentemente contraditória, a possibilidade ilusória de realização e completude muitas vezes é projetada na pessoa que se deseja, isto é, no objeto amoroso. Ocorre, ainda que provisoriamente, um movimento de "esvaziamento" do ego. Daí a identificação do ciumento com as sensações de exclusão, desprezo e inferioridade. Outro componente importante nesse quadro é o tormento da imaginação obsessiva. Não raro, a pessoa constrói fantasias paranóides, sentindo-se ameaçada pela perda e pela humilhação. Em muitos casos, a comprovação da traição chega a atenuar o sofrimento.

Um exemplo dessa construção mental paranóica, marcada pela desconfiança, é apresentada no filme Ciúme (1994), de Claude Chabrol, cujo título original, em francês, é L'enfer (O inferno). O protagonista, Paul, é subitamente tomado pela absoluta certeza de que a esposa, Nelly, mulher bonita e extrovertida, mantém relacionamentos extraconjugais. Mesmo quando ela se esforça para evitar eventuais encontros com outras pessoas, o marido interpreta o comportamento como evidência de sua culpa. Transtornado, ele a segue e a agride verbal e fisicamente. Levado ao médico, Paul está certo de que também o profissional tem um caso com Nelly. Seu sofrimento é flagrante. Numa alusão à tortura que se perpetua, Chabrol encerra com a legenda: "sem fim".
 
Em Ciúme (1993), o protagonista é dominado pela desconfiança paranóica de que a mulher mantém relações extraconjungais

Desde a infância

O ciúme que atormenta os adultos tem raízes na vida infantil. A criança o revela de forma explícita: o nascimento do irmão faz explodir o sentimento de ter sido traído pelos pais. Surgem indignação, dor, raiva.  E mais: ressentimento, culpa, angústia de abandono e ferimento narcísico. Por que todas essas sensações que parecem um furacão desde os primórdios da vida e permanecem pulsando, ressoando e revisitando todos que amam, insistentemente, até o fim da vida?

Desde o nascimento o ser humano está submetido a forças e tensões que surgem do corpo e do ambiente e, no início, não se distinguem de vivências somáticas: fome, sede, frio  necessidades fisiológicas que precisam ser descarregadas e recarregadas. Depois surge a necessidade de ser reconhecido, receber atenção, sentir-se incluído e querido. Essas demandas e pulsões precisam se transformar em figuras e fantasias e, mais tarde, em palavras e memórias, para que possam circular, virando experiência vivida e comunicável ao outro que escuta. Das pulsões aos nomes, às figuras e às memórias, estamos descrevendo o início da vida psíquica: desde os primórdios ou mais tarde, no divã do analista, é somente pela escuta e pela ressonância que podem nascer as palavras com que vamos nomear o que não tem sossego nem nunca terá. A vida psíquica se assenta sobre este tecido primordial e inconsciente, base da memória mais arcaica, da camada pré-verbal da experiência  formada por sentimentos e sensações ilimitados, infinitos, que disparam à nossa revelia.

O ciúme expressa o desejo de controlar e possuir unicamente para si a pessoa que se quer bem. Nasce de uma demanda de exclusividade, do desejo de ser tudo para alguém, da situação de não suportar dividir a atenção da pessoa amada com mais ninguém. O ciúme traz consigo uma grande angústia de ser excluído, sentir-se fora dos jogos amorosos de nosso bem-amado e correr o risco de perder sua atenção e seu amor. Uma das tarefas mais difíceis do crescimento é superar a forma infantil de amar, que permanece pulsando na penumbra. A criança atemporal que vive escondida em nós é exclusivista, possessiva, onipotente e não quer saber de autonomia e independência do outro. A personalidade adulta não pode ficar dominada pelo modo infantil de ser, mas precisa conter, transfigurada, a intensidade infantil, povoada de indestrutíveis desejos de perfeição, posse, exclusividade e controle. Há em nós uma criança cheia de onipotência, raiva, desespero, desamparo, medo de abandono: ela luta com seus fantasmas bons e maus, com suas fantásticas figuras imaginárias - as imagos  que foi criando e não a deixam em paz.

A experiência mostra que a mãe e as pessoas que cuidam do bebê representam tudo o que ele deseja: uma fonte inesgotável de alimento e amor que a criança reserva para sua própria satisfação e não se digna a dividir com mais ninguém. Tendo perdido a "unidade pré-natal" com a mãe, a amamentação, o colo, os abraços e carinhos parecem sempre insuficientes. Nenhum cuidado materno, por melhor que seja, poderá proporcionar a plenitude e a segurança da situação intra-uterina. Desse diferencial de prazer surge a inevitável margem de insatisfação que acompanha tudo que vivemos depois do nascimento. Assim como a inveja, o ciúme nasce da saudade de um estado ideal, pleno da satisfação que se teve e foi perdida, misturado a um enorme  ressentimento. Esse ódio, que parece justificado, alimenta na pessoa uma condição de vítima privilegiada que lhe dá o direito de vingança sobre aqueles que perturbaram a ilusão de perfeição infantil.

Diante de emoções tão intensas, o filósofo Spinoza já aconselhava: não se deixe indignar, não chore, mas com-preenda. A psicanálise propõe a transformação da forma infantil de amar pela via da escuta das onipotentes e desmedidas paixões - amor, ciúme, controle, posse, ambição, inveja, raiva - com seu caráter indomável, ilimitado e insaciável,  "que não tem governo nem nunca terá". Tal demanda de amor absoluto e pleno precisa ser atravessada, conhecida, mas não sufocada, pois aí reside toda a criatividade. Talvez essa seja a tarefa mais exigente e difícil da análise: aprender a elaborar o sentimento de exclusão e transfigurar o ciúme, a possessividade e a onipotência, transmutando-as em dom criativo e singular. Tarefa de fôlego que leva uma vida inteira e pode parecer impossível. A sede tem de virar fonte. A criança viva que nos habita é ao mesmo tempo o tormento e a fonte inesgotável.

Elisa Maria de Ulhôa Cintra é psicanalista e professora da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

O Amor basta

"O Amor basta a si mesmo"

Você procura grandes coisas em sua vida?
pergunta o profeta
"Não as procure"
Porque?
Porque não exite grandeza nas coisas. 
As coisas não podem ser maiores do que elas mesmas. 
A única grandeza que existe é na entrega proporcionada pelo Amor.
Henry Drummond

Sabedoria de Gurdjieff


O pensador russo Gurdjieff, que no início do século passado já falava  em autoconhecimento e na importância de se saber viver, traçou algumas regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris.
Segundo os especialistas em comportamento humano, quem consegue praticar a metade dessas lições, com certeza terá mais harmonia íntima e menos stress.


As regras são as seguintes:



  • Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. 
  • Repita essas pausas na vida diária e pense em você, reflita sobre as suas atitudes.
  • Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou.
  • Querer agradar a todos é um desgaste enorme
  • Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.
  • Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.
  • Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, a não ser você mesmo, tudo anda sem a sua atuação,.
  • Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.
  • Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.
  • Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os, porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.
  • Tente descobrir o prazer de factos quotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem achar que isso é o máximo que se pode conseguir na vida.
  • Evite envolver-se na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.
  • Saiba que a família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.
  • Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.
  • É preciso ter sempre alguém em quem se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros.
  • Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância subtil de uma saída discreta.
  • Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.
  • Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.
  • A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.
  • Uma hora de intenso prazer substitui com folga três horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca as oportunidades de se divertir.
  • Não abandone as suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.
Você é responsável pelo que fizer de você mesmo.

A História da Cegueira do Amor

A História da Cegueira do Amor

E contam que uma vez todos os sentimentos e qualidades dos homens se reuniram em um lugar na Terra. Quando o aborrecimento reclamou pela terceira vez, a loucura, como sempre tão louca, lhe propôs:

- Vamos brincar de esconde-esconde?

A intriga levantou a sobrancelha e a curiosidade, sem poder conter-se perguntou:

- Esconde-esconde? Como é isto?