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A Morte

Krishnamurti

A MORTE

Que é a morte? A morte é uma coisa comum a todos nós. Todos acabaremos assim. Que é que chamamos de vida? Que é que chamamos de morte? Esse é realmente um problema complexo. Se pudermos descobrir, se pudermos compreender o que é viver, então talvez possamos compreender a morte.

Quando perdemos alguém que amamos, sentimos grande pesar, sentimos solidão; portanto, dizemos que a morte nada tem a ver com a vida. Separamos a morte da vida. Mas estará a morte separada da vida? Não é a vida um processo de morte?

Para a maioria, viver significa o quê? Significa acumular, escolher, sofrer, rir. E, no fundo disso tudo, por trás de todo prazer e dor, está o medo - o medo de chegar ao fim, o medo do que vai acontecer amanhã, o medo de ser sem nome e sem fama, sem propriedade e sem posição, todas essas coisas que desejamos que continuem. Mas a morte é inevitável; então dizemos: "O que acontece após a morte?”.

Ora, o que é que termina com a morte? A vida? O que é vida? Será a vida simplesmente um processo de inspirar o ar e de expirá-lo? Comer, odiar, amar, adquirir, possuir, comparar, ser invejoso - isto é o que a maioria das pessoas conhece como vida. Para a maioria de nós a vida é sofrimento, é uma constante batalha de dor e prazer; esperança e decepção. E não pode isso chegar a um fim? Não deveríamos acaso morrer para tudo isso? No outono, com a chegada do frio, as folhas caem das árvores e reaparecem na primavera. Da mesma forma, não deveríamos morrer para tudo o que aconteceu ontem, para todas as esperanças acumuladas, para todo o sucesso que conquistamos? Não deveríamos morrer para tudo isso e tornar a viver amanhã, de forma que, como uma nova folha, sejamos viçosos, ternos e sensíveis? Para uma pessoa que está constantemente morrendo, não existe morte. Mas o homem que diz: “Eu sou alguém e preciso continuar" - para esse tal, sempre há morte e sempre há dor; um homem assim não conhece o amor.

Krishnamurti - O Verdadeiro Objetivo da Vida - Págs. 104 e 105 - Edit. Cultrix.

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