“Muitas vezes me perguntam sobre a beleza de acompanhar processos humanos profundos.
E eu respondo: é sagrado.
Ao longo da minha vida, atuei como terapeuta holística, sustentando espaços de escuta, cuidado e presença.
Recentemente, concluí minha formação acadêmica em Psicologia — e sigo atravessando o delicado rito de passagem entre saberes.
Cuidar do outro exige sensibilidade.
Exige corpo, alma e disponibilidade.
Mas hoje, quero falar da sombra dessa luz.
Existe um arquétipo que atravessa com força quem escolhe cuidar: o da Grande Mãe.
Aquela que acolhe, nutre, compreende, perdoa… e suporta.
Nos espaços terapêuticos, esse lugar pode ser profundamente reparador.
É o campo seguro onde algo se reorganiza e pode renascer.
Mas e quando esse papel escorre para todos os vínculos da vida?
Na minha própria jornada de consciência, percebi o risco silencioso:
levar a ‘Mãe’ para a vida pessoal cria relações desiguais.
Quando eu era sempre a que entende, a que sustenta, a que cuida de tudo,
eu deixava de ser mulher para virar função.
Porque quem busca uma mãe, não busca encontro.
E quem vive só no colo, raramente oferece presença.
O resultado é um vazio paradoxal:
rodeada de demandas — distante de mim.
O desafio de quem cuida (especialmente mulheres) não é amar menos.
É aprender a separar papéis.
Separar o cuidar do se relacionar.
Na vida pessoal, eu não quero ser necessária.
Eu quero ser vista.
Escolhida.
Encontrada em igualdade.
Hoje, faço um compromisso público comigo mesma:
retirar os papéis que não me cabem para habitar minha própria humanidade.
Porque só quem reconhece limites e vulnerabilidades
pode sustentar encontros reais.
E você?
Também sente que cuida de todo mundo e se esquece de si?
Vamos conversar.”
Terapeuta Holística, Integrativa e Sistêmica
Profissional independente, com formação em Psicologia*, (em fase que atua na interface entre cuidado emocional, consciência, espiritualidade e relações humanas.)
*(em processo de conclusão / aguardando colação de grau)

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem vindo! Deixe aqui seu comentário.