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A Alquimia do Amor: Despertando o Jardim Interior e a Verdadeira Conexão


"A indiferença é o amor ferido.

É uma porta que se encontra fechada, e ninguém quer abri-la com medo de ferir-se novamente.

Muitas pessoas estão unidas, apesar da distância de muitos quilômetros, e muitas estão separadas, estando lado a lado, convivendo no mesmo lugar.

Muitas vezes nos importamos com o que acontece no mundo, nos sensibilizamos e pensamos até em fazer alguma coisa, mas nos esquecemos do que se passa ao nosso lado: com nossos amigos, em nossa casa, em nossa família e na vizinhança.

Colocamos, sem querer, barreiras entre os corações que nos cercam.

A indiferença mata lentamente, anula qualquer sentimento e, assim, criamos distâncias quando estamos tão próximos.

O ser humano é cheio de hábitos e se habitua tanto àqueles com quem convive que passa a não notá-los mais, a não dar mais importância.

Mas, se quisermos transformar o mundo, comecemos por transformar a nós mesmos.

Se quisermos entrar em união para melhorar algo para o futuro, que essa união comece dentro da nossa casa interior.

Limpe seu jardim interno; assim, as sementes do amor brotarão dentro de você e, com o perfume que exalam do seu jardim, você receberá a força que necessita e, então, poderá amar de novo.

Nossa capacidade de amar se estende proporcionalmente à produção possível em nosso jardim interior.

Ninguém pode amar além de sua própria medida, de sua capacidade interna. Cada um ama de acordo com o que pode, e do jeito que é possível e sabe.

Assim como a natureza, há solos ricos e há solos que precisam ser cuidados para produzir mais amor.

Tem pessoas que só conseguem amar com a cabeça. Amam muito em teoria. Pensam o amor. E isso resulta em um tipo de experiência.

Outras amam com o coração apenas uma ou duas pessoas. É um amor condicionado a papéis e obrigações. Amam só o companheiro, amam só o amante, só o irmão, só os pais, só um dos pais. Só conseguem amar condicionalmente. É do coração, mas é restrito.

Há outros que estão impedidos de amar com o coração. Amam só com a cabeça e/ou com o corpo e/ou com a intenção.

Outros, só conseguem amar com o corpo. E atraem outro tipo de experiência de existir no mundo.

São universos diferentes dentro de uma mesma possibilidade de existência humana.

Se uma pessoa só é capaz de amar com seu corpo, quando você diz que existe um amor de outra ordem, de outra natureza, que é o amor do coração, a pessoa pergunta: — Que país é esse? Eu não conheço esse lugar... portanto, ele não existe. Tem medo de ir além do conhecido e desconfia de sua existência.

As possibilidades de amor que emergem dentro de nós são como uma metáfora ao mundo: — O amor pode ser tão amplo, diferente, distante e desconhecido de nossa consciência. Frágil em sua condição de manifestação, existência e expansão. Atrofiado em suas inúmeras formas de ser e de existir. Tantas linguagens para o amor... tantas barreiras para viver o amor em sua plenitude.

O Amor é assim. O Amor é como o mundo. Você sempre vai se deparar com algo novo e totalmente desconhecido na experiência de existir como Ser Humano em suas inúmeras possibilidades de Ser.

É como comprar uma terra: você compra um alqueire, planta sementes, cuida delas, consome parte, outra parte você distribui, partilha, divide, compartilha, vende e até gera renda. Enfim, você tem o suficiente para dar a si mesmo e a muitas outras pessoas.

Às vezes, você dá o seu melhor, a melhor fruta do seu jardim, e o outro não reconhece isso. Ele não é capaz de ver, está cego. O que ele faz então? Ele pisa em seu solo, que lhe é sagrado, usufrui, não agradece, pisa, destrói parte do jardim e vai embora, falando mal.

Alguém já passou por isso?

Você o deixou entrar dentro de sua casa, você permitiu isso. E ele destruiu parte da sua plantação. Destruiu o que você tinha de melhor para oferecer e, por alguma razão, você também estava cego e sem recursos para dar um basta antes que fosse tarde demais. Você não tinha instrumentos para ver melhor, para perceber do que se tratava, para defender o que lhe era tão precioso.

E às vezes, e o pior de tudo, sem perceber você começa a destruir o seu próprio jardim interior; o outro vem e só completa o serviço.

Assim são nossos relacionamentos. Às vezes, eles entram, levam tudo e não deixam nada. E você, a propósito de tudo, é responsável por esse desamor. E não adianta ficar muito tempo lamentando o ocorrido. Você é que tem que pôr a mão na terra. Fazer de novo. Aprender com a experiência. Tornar seu solo fértil de novo. Se não o faz, você adoece. Torna-se dependente de outro jardim para sobreviver.

Aprender que o amor é também limite. É autorrespeito. E escuta silenciosa. É níveis de entrega.

Só pode entrar no seu melhor quem for melhor. Isso é autorrespeito. É cuidado. É juízo.

Isso é sabedoria.

É autopreservação.

É discernimento.

É entregar as joias aos ourives e não aos porcos.

Mas tratar com muito amor os porcos. Não como porcos, mas como seres que precisam ir até um certo ponto dentro de você. Ir além é ignorância. É carência. E imprudência.

Saber como se dar. Saber como amar incondicionalmente.

Com sabedoria. Com discernimento.

A vida lhe será muito exigente. A natureza não perdoa. Se você destruir a natureza, ela se volta contra você.

Se você polui um rio, sem dó nem piedade, ela é exata. Se você beber das águas poluídas, você morre.

Na natureza, colhemos o que plantamos.

Simples assim.

E a natureza vive dentro de nós.

A primeira comunicação que deve existir é a comunicação interna. É destruir as barreiras que nos impedem de alcançar dimensões diferentes dentro de nós. É construir uma ponte entre a cabeça e o coração. Depois, entre o coração e nossos centros motores.

Arrume sua casa interior primeiro para depois estabelecer vínculos com o mundo lá fora. Assim, você tem mais condições de oferecer o que tem de melhor, da melhor forma que puder, utilizando seus recursos internos para recuperar os desgastes do que não flui bem nas relações interpessoais.

É muito ruim quando você não tem um lugar interno para voltar e poder refazer-se.

Você fica muito desamparado em relação ao outro, em relação à vida, com medo do mundo.

A melhor maneira de lidar com isso é curar a si mesmo primeiramente. Esse gesto de querer arrumar sua casa interior é um gesto de amor-próprio. É um ato de amor, e o amor transforma tudo.

Não permita tanto abandono interno, não permita que esse outro que mora dentro de você morra de solidão, não permita que partes de você se sintam melhor fora de sua casa interior. Dê atenção, dê do seu próprio tempo, comunique-se, conheça a si mesmo. Acolha a diversidade que existe dentro de você. Ouça! Olhe! Escute!

Assista menos televisão e converse mais consigo mesmo, divirta-se um pouco mais.

Quanto tempo você não para para conversar com você mesmo e dizer para partes de você o quanto elas são importantes no seu processo de crescimento?

Goste um pouco mais de você!

A gente não recupera tempo perdido, mas podemos encontrar a graça dentro de nós. O milagre que transforma os anos corroídos em bálsamos de cura.

Assim, com todos esses recursos amparados e acolhidos em sua consciência, você saberá instintivamente como agir nas suas relações. E quando houver desencontros fora, você saberá que ele reflete parte de um desencontro interno.

Assim, será mais fácil você sentir a presença de Deus, regando com as águas do amor o seu jardim interior, revigorando o solo sem vida. Ajudando a replantar as sementes daquilo que não deu certo.

Ouvirá a proteção que lhe chega, o amparo que acolhe, o sopro que lhe inspira.

Assim, o "vivente" despertará em sua consciência.

E nada mais será como antes.

Pois o amor pessoal é maravilhoso, mas o amor de Deus é tudo! É com ele que devemos viver o amor pessoal.

— Cida Medeiros"


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