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Valores Humanos segundo Prem Baba


Queridos leitores, saudações,

No ano passado em 12 de dezembro fui convidada por uns amigos a conhecer e participar do Satsang de Sri Prem Baba.
Bateu dentro do meu coração a mensagem do Mestre. Ressoou dentro de mim e abriu mais uma porta dentro desse campo de entendimento do Divino.

Sinto em Prem Baba que suas palavras são recheadas de sabedoria e amor.

Por isso, estou compartilhando aqui no meu Blog essa mensagem para você.

Abraços

Prem Baba, diz:

A arte nas suas variadas expressões é uma das ferramentas que utilizamos para ensinar as crianças sobre os valores humanos e espirituais. Eu compreendo que a chance que temos de recriar o paradigma social está na educação das crianças. A única possibilidade de ressignificar esse paradigma que tem base no medo e que sustenta todas as matrizes da nossa sociedade é ensinando para as nossas crianças os valores espirituais. Podemos dizer com certeza que todas as doenças sociais nascem do medo da escassez e esse medo nasce da inconsciência sobre a sua natureza divina. Uma gota de água que se sente separada do oceano precisa se proteger, precisa acumular, competir, disputar... Tudo isso para sustentar a idéia de que é a gota e não o oceano. Toda a educação destinada à entidade humana em evolução neste planeta reafirma a idéia de que a ela é uma gota. Algumas afirmam até que o oceano não existe ou, se existe, é algo que está fora ou separado dela, o que cria ainda mais angustia por sentir-se separada e sozinha. Ela se sente distante da fonte.

A distância entre a criatura e o criador é muito grande dentro deste paradigma criado pela mente humana. Os sistemas de educação sustentam que devemos temer o criador e que jamais poderemos tocá-lo ou então que devemos bajulá-lo para conseguir alguma concessão, alguma misericórdia. Isso sustenta uma representação mental de Deus que é somente uma projeção dos pais. Enquanto mantivermos essa idéia de Deus, irremediavelmente seremos lançados ao vale do sofrimento. O sofrimento é um produto do sentimento de separação e isolamento. Você se sente sozinho. Cada gotinha vive sua vida, cada qual com as suas idéias a respeito da vida, cada qual com seu ponto de vista e constantemente sendo estimuladas a disputar umas com as outras. Como estão desconectadas da fonte, precisam tirar energia de algum lugar então começam a tirar energia do outro. Você tira a energia do outro fazendo ele se senti menos. Você precisa se sentir mais do que o outro para estar energizado. Você precisa da energia da impotência do outro porque está desconectado da fonte de energia que é o oceano, que é Deus, o amor infinito.

As crianças são treinadas para buscar felicidade fora. Então, a entidade humana em evolução é uma vítima da crença de que, se possuir coisas e tiver poder material, ela será feliz. Deus se transformou em dinheiro. Essa é uma das distorções básicas da nossa sociedade. Nós damos um valor equivocado para o dinheiro e estamos sofrendo as conseqüências deste karma. O dinheiro é um poder muito grande e nós distorcemos esse poder dando a ele um lugar equivocado. Damos a ele valores emocionais e psicológicos que nada tem a ver com ele. Damos até mesmo valor espiritual: o dinheiro se tornou Deus nessa sociedade global. Você tem que pegar as coisas, você tem que conseguir as coisas. Você tem que ter a casa, o carro e tudo aquilo que acredita que vai lhe trazer felicidade, mas se esquece que tudo isso é Deus que lhe dá. Esquece que o dinheiro é apenas um meio; uma energia neutra que deve ser apenas um veículo.

As nossas crianças estão buscando senso de identidade fora. Elas têm que adicionar valor a falsa idéia de Eu. Daí a infinita voracidade para tentar aliviar o vazio de não saber quem é. Você acredita ser o seu nome, a sua forma, a sua história. Você se sente incompleto. Se você for uma gota, inevitavelmente estará incompleto. Essa é a sua angustia. Mas, é um equivoco porque você não é a gota; você não é seu corpo, a sua história ou o seu nome.

E como você alivia essa angustia? Tendo coisas. E para sentir-se energizado você precisa ter mais do que o outro. Você tem que tirar energia de algum lugar por estar desconectado. Ai está a fonte da miséria humana.

Então, é fundamental que possamos ensinar as nossas crianças a respeito da nossa realidade espiritual. Temos que fazer com que elas se voltem para dentro. É o mesmo trabalho que eu estou fazendo com vocês, adultos. Mas, com vocês é muito mais difícil porque as crenças estão mais cristalizadas. Eu posso falar que Deus está dentro e que você é uma fonte de amor e você até acredita, mas intelectualmente.

Porém, no mais profundo, você continua sentindo que Deus é uma extensão dos seus pais e aquilo que foi ensinado nos primeiros anos de vida. Porque todas as aquisições recebidas nos primeiros anos se tornam referência para a formação da sua personalidade. Daí essa distância tão grande entre o que você pensa e o que você sente. Seus sentimentos estão baseados nos programas que foram instalados lá atrás. É um trabalho de reprogramação que está sendo feito, inclusive a nível celular. Esse é o significado do descondicionamento. É ressignificar toda uma visão, um jeito de ver o mundo. É transitar do medo para a confiança. É ir de fora para dentro. É compreender que o que você está buscando está dentro e não fora. Você tem que aprender a olhar para dentro. A fonte está dentro, o oceano está dentro. Você é uma gota que faz parte do oceano e tem que voltar para ele. Mas, isso somente é possível se você olha para dentro.

A meditação precisa ser ensinada para as nossas crianças. Elas precisam aprender a meditar, assim como você precisa aprender a meditar. Você precisa compreender que a meditação é o elemento mais importante da existência porque é a forma de você se reconectar com a fonte. Voltar-se para dentro, esse é o caminho. Aprender a valorizar aquilo que realmente é significativo. O que é significativo? O amor, a verdade, a não violência, a cooperação, o respeito... Tudo isso precisa ser ensinado. É preciso ensinar que Deus habita em cada ser vivo e deve ser reverenciado. Então, ensinamos também o respeito às encarnações divinas de Deus que são lágrimas de misericórdia que chegam nesse planeta. Um oásis nesse deserto. Temos que ensinar para as nossas crianças o valor dessas encarnações divinas, o valor de um mestre espiritual, de um guru que são portas de acesso aos planos superiores. Devemos ensinar o poder da devoção que é o caminho mais rápido para a libertação do vale do sofrimento. É quando você conecta o seu coração com um coração liberado; quando conecta a sua mente com uma mente liberada. Então, é óbvio que você se libera.

Isso somente é possível se o ceticismo for erradicado das nossas células; se esse aspecto do medo for erradicado. O medo nasce da idéia equivocada de que você é uma gota. Você tem medo de voltar para o oceano e por isso quer quer sustentar a idéia equivocada de que é uma gota. Ninguém gosta de sofrer, mas ninguém larga o sofrimento. É algo que você não gosta, mas não larga porque teme deixar essa idéia de quem é você. Você tenta quebrar todas as pontes. Tudo aquilo que pode levá-lo à fonte, ao oceano, você tenta eliminar. Daí nasce o pavor absurdo que o ocidente tem da espiritualidade. Vocês que estão aqui representam um percentual muito pequeno; são pessoas especiais, que já trilharam muito e puderam relembrar do caminho. Vocês estão se voltando para dentro, mas de uma forma em geral o mundo está completamente preso ao paradigma do medo da escassez. Preso em toda essa materialidade que é uma forma de proteger a falsa idéia de identidade.

Eu sinto que é muito importante para que a nossa missão obtenha sucesso, nós focalizarmos na educação das crianças e na transmissão de valores humanos e espirituais que precisam ser ensinados desde cedo. Caso contrário, teremos sempre que correr atrás do prejuízo que é um trabalho muito lento. Vocês estão vendo o quanto é difícil descondicionar a mente. Por isso precisamos trabalhar, obviamente, descondicionando as mentes que já estão condicionadas, mas também temos que cuidar para que as crianças não caiam nessa armadilha de Maya.

Hoje é um dia especial para essa tradição espiritual orientada pelo raio crístico.

Eu sou herdeiro de uma das tradições da floresta que é orientada por esse raio e é por isso que as crianças estavam fazendo uma peça em homenagem a essa tradição.

(hino)

Esse é um hino que conta uma experiência de quando uma pessoa que sai do corpo e visita os reinos celestiais. Quando diz: “Estou indo para o rio de janeiro” significa que está indo para os reinos celestiais. “O povo todo chorava” (porque todos pensam que você está morrendo); “E eu sorria de alegria”; “Era um dia sombrio de muita ventilação; Vou sair das águas escuras; Vou entrar nas águas brancas”. Isso porque quando você tem a experiência real de samadhi, reconhece que não é o corpo e tem a chance de visitar os mundos celestiais, esse é um marco na sua evolução espiritual. Você sai das águas escuras que são geradas pela sua identificação com a matéria, que representam toda essa ilusão a respeito de você mesmo e toda a disputa criada pela gotinha. Isso são as águas escuras. Mas, quando você pode visitar os mundos celestiais e experienciar o eterno Um, toda a guerra desaparece.

“Entrei nas águas brancas vi primores e maravilhas; Meu coração se abriu de alegre ele sorriu”. Não tem mais porque implorar por atenção, mendigar por um olhar. Não há porque sentir raiva do outro porque você compreende o estado de sono e miséria que ele se encontra. O seu coração se abre de compaixão. Você só quer ajudar o outro a acordar mesmo que ele queira te matar. Você apenas sente compaixão. Você sabe que isso é somente um estado de ilusão. Ele ainda está nas águas escuras; ainda está com a visão fechada. Quando você tem esse acesso ao eterno, o seu coração se abre e você só quer fazer o bem. Então você se move para a autêntica caridade, em direção ao verdadeiro altruísmo e estende a mão para o outro.

Por isso essa experiência é a mais importante na vida da entidade humana porque é uma experiência direta de Deus. Uma experiência do amor divino. Você deve dedicar toda a sua energia para isso porque, ao experienciar isso, você realiza um grande salto. Você se liberta do grande medo que apavora a alma e gera toda a miséria que descrevi há pouco. Então, eu sinto que para que possamos um dia viver num mundo melhor, temos que começar a ensinar esses valores para as nossas crianças. Elas precisam começar a aprender desde cedo sobre essa realidade espiritual para que possam deixar de ter medo da experiência espiritual.

O adulto com a mente condicionada se move para a espiritualidade com tanto medo. Medo de ter o cérebro lavado, medo de perder as crenças e verdades emprestadas. Medo de perder as suas referencias. Leva tanto tempo para conseguir dar um passo, muitas vidas são necessárias para despertar. Eu sinto que até hoje foi muito difícil introduzir uma metodologia baseada em valores humanos e espirituais para as nossas crianças, mas conseguimos dar um passo significativo. Temos que reconhecer que trabalhamos bem e que os alicerces da nova era estão sendo forjados. Agora está sendo possível oferecer isso para uma grande parcela de crianças. Muitas crianças já preparadas estão chegando para receber esses novos influxos espirituais. Elas já vêm com o código genético preparado para isso, possibilitando um futuro mais condizente com os nossos corações.

Muito bem, meus amados amigos, que o dia 6 de janeiro seja sempre louvado. Esse é o dia em que uma encarnação divina é reconhecida; é o dia do reconhecimento da divindade. Não importa se essa data é comemorada por uma tradição específica, não importa qual seja essa tradição, o que importa é que a divindade está sendo reconhecida. Ela está sendo louvada. O caminho verdadeiro está sendo mostrado. O caminho de volta ao lar está sendo desvendado, reconhecido e valorizado. Esse dia merece ser lembrado. Que sabe possamos fazer com que todos os dias do ano sejam assim. E que possamos sempre lembrar-nos e louvar a todas as manifestações divinas. Que possamos honrar todas as portas que nos levam para os mundos celestiais.

Eu vejo a beleza dessas tradições como essa que acabei de citar. Nela, hoje é o dia do ano novo. O ano novo é comemorado no dia em que se reconhece a divindade, o dia em que se entregam os trabalhos espirituais feitos durante o ano e então podemos nos abrir para um novo ano. O dia escolhido para entregar os trabalhos e reiniciar um novo ciclo é o dia que se reconhece a divindade. Não é lindo?


Eu rezo para que você seja merecedor de ser guiado pela estrela que te conduz a porta de acesso aos reinos celestiais.


Até o nosso próximo encontro.

NAMASTE


Satsang - Sachcha Dham Ashram, Rishikesh, Índia - 06/01/2011


SACHCHA MISSION - O CAMINHO DO CORAÇÃO
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