Bem Vindo ao Blog Cida Medeiros! Caleidoscópio do Saber com Cida Medeiros

Você carrega feridas com seu pai? E se o que você sente hoje tiver tudo a ver com isso?

 


🛋️ Sexta-feira, no Divã — Episódio 04


Você cresceu sem a presença afetiva do seu pai?
Ou ele estava lá, mas era frio, crítico, ausente — ou até autoritário demais?
Já se sentiu insegura(o) diante de figuras masculinas, chefes, parceiros ou até diante de si mesmo?

Talvez exista aí uma ferida antiga, mal compreendida e profundamente silenciada: a ferida com o pai.


👨 O que representa o pai na nossa construção psíquica?

Por que o corpo diz "sim" antes da mente, teoria Polivagal.



O "sim" que veio antes do "olá": como um simples encontro na rua me ensinou sobre a conexão humana

Sempre que a feira chega na minha rua, a gente sabe que é dia de encontrar os vizinhos. É o tipo de dia que a gente aproveita para botar o papo em dia, falar sobre a vida, trocar umas risadas. Adoro isso.

Outro dia, voltando para casa com as minhas compras, vi uma pessoa descendo a ladeira da minha rua com bastante dificuldade, apoiada em uma bengala. De primeira, eu não a reconheci. Estava de costas e só a via de longe. A pessoa parecia lutar para equilibrar as sacolas de compras.

Aproximei-me por trás e, sem que ela me visse, perguntei: "Quer ajuda?". A resposta veio na hora, firme e clara, sem qualquer hesitação: "Quero!".

Só depois de me aproximar é que ela se virou e me reconheceu. Era a minha vizinha, uma pessoa muito querida, de muitos anos, que mora aqui no prédio. Os olhos dela se encheram de alegria. "Ah, é você!", ela disse, com um sorriso no rosto.

Peguei algumas das sacolas que estavam pesadas e seguimos juntos até o elevador, conversando sobre a feira, o dia, a vida. Foi um papo tão gostoso, desses que a gente não esquece. Quando chegamos ao nosso andar, ofereci ajuda para levar as compras até o apartamento dela, mas ela agradeceu e disse que não precisava. Respeitei a escolha e seguimos nosso caminho.

E foi aí que a minha cabeça começou a trabalhar. Como ela disse "sim" tão rápido, sem nem saber quem eu era? Eu estava atrás dela, ela não podia ver meu rosto, nem meu sorriso. O que fez o corpo dela responder com tanta confiança?

De todas as respostas possíveis, a que escolhi e que esta em sintonia com minhas pesquisas, cursos e estudos é essa coisa fascinante chamada neurocepção.

É como um superpoder que o nosso sistema nervoso tem: ele escaneia o ambiente em busca de sinais de segurança ou perigo, e faz isso em uma velocidade impressionante, muito antes que a nossa mente consciente perceba. No meu caso, o tom da minha voz, o ritmo da minha aproximação, tudo isso deve ter passado uma sensação de calma e apoio. A neurocepção dela deve ter dito: "Ei, essa pessoa não é uma ameaça. Pode confiar". E o "sim" veio antes mesmo da visão.

Essa teoria, a Teoria Polivagal, criada pelo Dr. Stephen Porges, nos mostra que a conexão social não é apenas sobre o que a gente fala, mas também sobre o que os nossos corpos sentem. É essa troca de sinais de segurança que nos permite baixar a guarda e criar laços com outras pessoas, mesmo em momentos inesperados, como um encontro casual na rua.

A experiência me fez pensar em como a gente se comunica sem palavras. O gesto de perguntar, o tom de voz, a energia que a gente transmite... Tudo isso importa.

Se você ficou curioso para saber mais sobre como o seu corpo detecta segurança ou perigo, vale a pena pesquisar mais sobre a neurocepção. É um conceito que muda a forma como a gente entende nossas interações diárias.

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A Confiança como um Estado Fisiológico

Ansioso, desligado ou em paz? Descubra onde seu sistema nervoso está agora


Para se aprofundar: Se você quiser saber mais sobre a Teoria Polivagal e a neurocepção, o trabalho do Dr. Stephen Porges é a referência principal. Uma de suas obras mais importantes, que explora esses temas em detalhes, é:

  • Porges, Stephen W. The Polyvagal Theory: Neurophysiological Foundations of Emotions, Attachment, Communication, and Self-regulation. W. W. Norton & Company, 2011.


Cida Medeiros

Ansioso, desligado ou em paz? Descubra onde seu sistema nervoso está agora

 


🧭 Ansioso, desligado ou em paz? Descubra onde seu sistema nervoso está agora

Post 3 da Série “Segundas de Regulação” com Cida Medeiros

Você já se perguntou por que, em alguns momentos, sente-se cheia de energia, vibrante e presente, e em outros… cansada, irritada ou simplesmente “fora do ar”?

Essas mudanças não são aleatórias.

Elas têm tudo a ver com o estado em que seu sistema nervoso autônomo se encontra.

A Teoria Polivagal nos mostra que existem três principais estados que determinam como nos sentimos, pensamos e agimos.
Reconhecê-los é como aprender uma nova linguagem sobre si mesma(o) — uma linguagem que começa no corpo.


🌿 Os 3 estados do seu sistema nervoso

1. 🟢 Estado Ventral Vagal – Conexão, segurança e presença

Você se sente em paz.
Está centrada, aberta à vida, consegue escutar, sorrir, respirar fundo.
Esse é o estado ideal para viver, amar, trabalhar, criar. Aqui, o sistema entende: “Está tudo bem.”

Sinais corporais: respiração fluida, brilho no olhar, movimentos naturais, bom humor, sensação de enraizamento.


2. 🟡 Estado Simpático – Luta ou fuga, ansiedade e hiperatividade

Você entra em modo de defesa.
O corpo se ativa para reagir a uma ameaça percebida — mesmo que não haja perigo real.
Você pode sentir ansiedade, raiva, agitação ou urgência constante.

Sinais corporais: tensão muscular, respiração curta, inquietação, taquicardia, fala acelerada.


3. 🔵 Estado Dorsal Vagal – Desligamento, apatia e dissociação

Quando a ameaça parece inescapável, o corpo se desliga como forma de proteção.
Você pode se sentir esgotada(o), entorpecida(o), sem motivação ou como se estivesse distante de si.

Sinais corporais: corpo pesado, olhar vazio, cansaço extremo, desconexão emocional, isolamento.


✋ Por que isso importa?

A Confiança como um Estado Fisiológico

 


A Confiança como um Estado Fisiológico: Uma Nova Perspectiva sobre Bem-Estar e Conexão

A confiança é um pilar fundamental em nossas vidas, seja em relacionamentos pessoais, profissionais ou em nossa própria capacidade. Mas e se a confiança não fosse apenas uma questão de crença mental, e sim um estado fisiológico? Essa perspectiva inovadora, embasada na teoria polivagal, nos convida a repensar como construímos e vivenciamos a confiança em nosso dia a dia.

Muito Além da Mente: A Confiança no Corpo

Para muitos empreendedores de sucesso, acostumados a um cenário competitivo, a confiança pode parecer algo intangível. No entanto, a visão polivagal nos revela que a confiança não é meramente uma crença ou uma emoção abstrata. Ela é, na verdade, um estado corporal, profundamente moldado pela atividade do nervo vago ventral.

Este componente do nosso sistema nervoso autônomo, quando ativado, desempenha um papel crucial na regulação de diversas funções corporais. Ele desacelera o ritmo cardíaco, modula a ativação simpática (ligada à resposta de "luta ou fuga") e, o mais importante, favorece a conexão. Quando o vago ventral está ativo, nossos sistemas internos readquirem ritmo e flexibilidade, permitindo uma sensação de segurança e abertura.

Você tem trauma com a sua mãe? Como reconhecer os sinais invisíveis dessa dor?

 


🛋️ Sexta-feira, no Divã — Episódio 03


Você sente uma culpa inexplicável toda vez que pensa em se afastar da sua mãe?
Já tentou conversar com ela sobre seus sentimentos e saiu se sentindo infantil, ingrato(a) ou até “ruim”?
Ou sente que, por mais que tente agradar, nunca é o suficiente?

Esses podem ser ecos de um trauma com a mãe.

E não, isso não significa que sua mãe foi “monstruosa” — muitas vezes, são dinâmicas sutis, moldadas por silêncios, exigências, ausência emocional, ou por uma presença que sufocava.


📌 O que é um trauma com a mãe?

Na psicanálise, entendemos que a relação com a mãe (ou com a figura materna principal) marca profundamente nossa construção psíquica. É com ela que aprendemos, inicialmente, o que é afeto, segurança, validação — ou a falta disso.

O trauma não precisa ser violento ou explícito. Às vezes, se instala naquilo que não foi dito, no que foi negado, no amor condicionado, no abandono silencioso.


🧠 Como ele se manifesta na vida adulta?

Desvendando as "Armadilhas da Química Amorosa:

 


Por Que Sempre Caímos nos Mesmos Padrões?

Olá, pessoal! Aqui é a Cida Medeiros e hoje quero conversar com vocês sobre um tema que, eu sei, mexe com todo mundo: o amor e, principalmente, aquelas situações onde a gente se vê repetindo os mesmos erros, caindo nas mesmas "armadilhas" nos relacionamentos. Sabe aquela sensação de que, não importa o quanto você tente, o roteiro parece sempre o mesmo? Pois é, eu também já me deparei com essas questões, tanto na minha vida quanto no consultório!

Recentemente, tive a oportunidade de me aprofundar no livro "Armadilhas da Química Amorosa" dos psicólogos Bruno Luiz Avelino Cardoso e Kelly Paim, e preciso dizer: foi um verdadeiro divisor de águas na minha compreensão sobre como nossos padrões emocionais se manifestam na vida amorosa. E a boa notícia é que eles nos dão ferramentas para sair desse ciclo!

O que são essas "Armadilhas da Química Amorosa"?

Basicamente, o livro nos mostra que a atração que sentimos por alguém nem sempre é tão "inocente" ou puramente baseada em qualidades positivas. Muitas vezes, somos atraídos por pessoas que, de alguma forma, ativam nossos "esquemas" emocionais disfuncionais – padrões de pensamento, sentimento e comportamento que se formaram lá na nossa infância e adolescência.

É como se tivéssemos um "radar" interno que nos direciona para relacionamentos que, mesmo sem percebermos, confirmam nossas crenças mais profundas sobre nós mesmos, os outros e o mundo. E se essas crenças são negativas (como "eu não sou bom o suficiente", "as pessoas vão me abandonar", "eu sempre serei enganado"), adivinhem? Acabamos nos envolvendo em dinâmicas que validam exatamente isso!

Por que caímos nelas?

O terapeuta que ouve o corpo: como uma escuta segura transforma sua cura

 


🤲 O terapeuta que ouve o corpo: como uma escuta segura transforma sua cura

Post 2 da Série “Segundas de Regulação” com Cida Medeiros

Você já sentiu que, mesmo falando, ninguém te ouvia de verdade?

Na terapia, não ouvimos apenas palavras.

Ouvimos suspiros, silêncios, tensões no maxilar, ombros contraídos, respiração presa.
O corpo fala — e o terapeuta que escuta com presença, também escuta o sistema nervoso.

É aqui que a Teoria Polivagal se torna um mapa valioso para quem cuida e para quem deseja ser cuidado.


🌬️ Quando a segurança vira linguagem

Segundo a Teoria Polivagal, existe uma via no corpo chamada nervo vago, que conecta o cérebro a diversos órgãos — especialmente o coração, os pulmões e o intestino.
Ele é responsável por regular nossa sensação de segurança, ativação ou desligamento.

E essa regulação acontece na relação.

Autismo, Audição e Nervo Vago: A Nova Esperança Terapêutica que Poucos Conhecem

 


Autismo, Audição e Nervo Vago: A Nova Esperança Terapêutica que Poucos Conhecem

Você sabia que o que ouvimos — e como ouvimos — pode estar diretamente ligado a muitos dos sintomas do autismo?

Essa descoberta tem transformado a forma como compreendemos o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e, mais do que isso, tem inspirado novas abordagens terapêuticas não invasivas, baseadas na Teoria Polivagal, desenvolvida pelo neurocientista Stephen Porges.

🧠 O Que Isso Tem a Ver com o Nervo Vago?

O nervo vago é um dos principais nervos do nosso corpo. Ele conecta o cérebro a diversos órgãos e está diretamente ligado ao nosso estado emocional, social e fisiológico.

Mas o que poucos sabem é que ele atua em conjunto com outros nervos cranianos responsáveis pela audição (como o nervo trigêmeo e o facial), que por sua vez controlam músculos do ouvido médio — sim, aqueles que nos ajudam a filtrar a voz humana em ambientes ruidosos.

Agora imagine: se esses músculos não funcionam bem, a criança ouve, mas não entende claramente. Isso afeta drasticamente sua capacidade de comunicação, aprendizado da linguagem e interação social.

🎧 O Projeto de Escuta: Uma Revolução em Curso

A partir dessa descoberta, foi criado o Protocolo do Projeto de Escuta (Listening Project Protocol), uma abordagem terapêutica que utiliza músicas modificadas para estimular os músculos do ouvido médio.

Essa terapia tem mostrado:

Você é perverso? Ou vive com alguém perverso?


 

🛋️ Sexta-feira, no Divã — Episódio 02

Você já se sentiu manipulado, culpado ou emocionalmente confuso depois de uma conversa com alguém próximo — mesmo sem entender exatamente o motivo?

Ou já percebeu em si mesma uma certa frieza, um prazer em ter o controle, em provocar reações, em não se afetar demais?

Talvez isso te assuste. Talvez você pense: “isso é maldade?”. Mas e se eu te dissesse que, na psicanálise, o funcionamento perverso não está ligado apenas à maldade — mas a uma forma complexa de defesa psíquica?


O que é perversão, afinal?

Você não está quebrado – seu corpo só está tentando te proteger

 


Você não está quebrado – seu corpo só está tentando te proteger

Post 1 da Série “Segundas de Regulação” com Cida Medeiros

Você já se sentiu demais?

Demasiado sensível. Ansiosa(o) sem motivo. Irritada(o) com tudo.
Ou então... completamente sem energia, como se estivesse desligado do mundo?

Por muito tempo, essas sensações foram vistas como fraqueza, drama, ou “coisa da cabeça”.
Mas a verdade é que não são falhas — são respostas naturais do seu sistema nervoso tentando te proteger.

Essa é a proposta da Teoria Polivagal, criada pelo neurocientista Stephen Porges e traduzida com sensibilidade para a prática clínica por Deb Dana, autora do livro Ancorado.

E é sobre isso que vamos falar nas próximas semanas, aqui nas “Segundas de Regulação”.
Uma série de postagens para te ajudar a se reconectar com seu corpo, compreender seus estados internos e encontrar caminhos de volta à sua calma natural.


🧠 O que é a Teoria Polivagal?

Você é Neurótico?

 


Você é Neurótico?

🛋️ Sexta-feira, no Divã – Episódio 01

Já se perguntou por que você reage de forma exagerada a certas situações?
Ou por que insiste em manter controle de tudo, mesmo quando está esgotado? Talvez tenha crises de ansiedade por coisas pequenas, sinta culpa o tempo todo ou se critique mais do que qualquer outra pessoa faria.

Pois é… isso pode ter a ver com a neurose.
Mas calma: isso não significa que você está “louco”. Na verdade, a neurose faz parte da vida de quase todo mundo.

Afinal, o que é neurose?

Pois há um lugar em que o Sol brilha para você!




Felicidade
Marcelo Jeneci

LetraSignificado



Traduções



Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz
Sentirá o ar sem se mexer
Sem desejar como antes sempre quis
Você vai rir, sem perceber
Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar
Pra receber o Sol quando voltar

Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz
Se chorar, chorar é vão
Porque os dias vão para nunca mais

Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o Sol brilha para você
Chorar, sorrir também e depois dançar
Na chuva quando a chuva vem

Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o Sol brilha para você
Chorar, sorrir também e dançar
Dançar na chuva quando a chuva vem

Tem vez que as coisas pesam mais
Do que a gente acha que pode aguentar
Nesta hora fique firme
Pois tudo isso logo vai passar

Você vai rir, sem perceber
Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar
Pra receber o Sol quando voltar

Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o Sol brilha para você
Chorar, sorrir também e depois dançar
Na chuva quando a chuva vem

Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o Sol brilha para você
Chorar, sorrir também e dançar
Dançar na chuva quando a chuva vem

Dançar na chuva quando a chuva vem
Dançar na chuva quando a chuva
Dançar na chuva quando a chuva vem 
Composição: Chico César / Marcelo Jeneci

Obs: Essa música me toca, nesse momento, e resolvi compartilhar aqui também, reflete algo profundo do viver! 
Cida Medeiros

Liberte-se das Teias dos Relacionamentos Abusivos

 


Despertando para a Liberdade

Sabe, é como se a vida nos entregasse, lá na infância, um mapa com marcas de tinta invisível. Crescemos tentando seguir adiante, mas essas marcas guiam nossos passos, muitas vezes sem que percebamos. Elas nos levam a caminhos que parecem familiares, mesmo que dolorosos, especialmente em relacionamentos abusivos. Nesse labirinto, com as melhores intenções, podemos acabar nos sentindo o "vilão" da própria história, enquanto o verdadeiro arquiteto da dor se esquiva, deixando-nos com o peso de uma culpa que não nos pertence.

Você se doa, cumpre sua parte com o coração aberto, mas é como jogar xadrez com um adversário que muda as regras no meio da partida. No final, a peça capturada é sempre você, carregando um fardo que não deveria ser seu. Essa é a sutil teia do abuso, tecida com fios de manipulação e autoengano, que nos aprisiona sem que percebamos de imediato.

O Fio Invisível da Transformação: Desatando os Nós da Dor

Cicatrizes Invisíveis da Infância e a Sutil Teia de Abuso

 


A Sutil Teia do Abuso: Como as Memórias do Passado Moldam o Presente

Quando crescemos com experiências de abuso na infância, nosso cérebro se adapta para sobreviver àquele ambiente. Aprendemos a minimizar a dor, a nos culpar, a acreditar que somos de alguma forma responsáveis pelo que nos acontece. Essa "programação" fica tão enraizada que, quando entramos em relacionamentos abusivos na vida adulta, tendemos a reproduzir esses padrões. É como se estivéssemos usando os mesmos óculos que nos fizeram enxergar o mundo daquele jeito, e fica difícil ver a realidade com clareza.

A pessoa abusiva, muitas vezes de forma inconsciente ou deliberada, se aproveita dessa nossa vulnerabilidade. Ela joga com a nossa necessidade de aprovação, com o nosso medo do abandono, com a nossa tendência a nos responsabilizar por tudo. O resultado? Você se doa, se esforça, cumpre sua parte com integridade, mas no final, a conta é só sua, e o pior: vem acompanhada de uma dose cavalar de culpa e inadequação.

Liberte-se das amarras da mente: um caminho para a plenitude

 



Você já se pegou preso em um ciclo vicioso, tentando fugir de pensamentos ou sentimentos negativos, e percebeu que, quanto mais tenta, mais eles persistem?
 
Essa é a armadilha da rigidez mental — uma teia sutil que nos impede de viver uma vida plena e significativa. Mas há uma boa notícia: existe um caminho para se libertar!

Imagine a vida como uma dança. Quando tentamos nos esquivar de cada passo desafiador, acabamos agarrando a corda do sofrimento, nos exaurindo e nos afastando do ritmo natural da existência. É como tentar reorganizar uma teia de aranha: quanto mais mexemos, mais ela se emaranha. Aquela voz interna, que chamo de “Ditador Interno”, insiste em soluções lógicas que, na verdade, apenas nos aprisionam ainda mais. Ela nos diz para negar a dor, suprimi-la ou nos distrair — mas essa é uma batalha perdida. Não existe um botão “excluir” para as emoções humanas.
 
A rigidez mental não é apenas um incômodo. Ela pode alimentar a ansiedade, a tristeza e até dificultar nossa capacidade de aprender, trabalhar ou construir relacionamentos saudáveis. Já reparou como, ao tentar se livrar de um pensamento, ele parece gritar ainda mais alto? É a mente nos pregando peças.
Mas e se eu lhe dissesse que há outro caminho? Um caminho que não busca apagar a dor, mas transformá-la em uma aliada poderosa?
 

Quando a Culpa Silencia a Alma

 



Morte, Religião e Orientação Sexual: Quando a Culpa Silencia a Alma

Falar sobre a morte já é, por si só, uma travessia delicada. Mas quando ela se entrelaça com temas como a religião e a orientação sexual, pode se transformar em um verdadeiro campo de batalha interno — onde o medo, a culpa e o sentimento de inadequação disputam espaço com o desejo de viver com autenticidade e paz.

Quando o "Fique do Meu Lado" Chega: Navegando as Águas Turvas das Intrigas no Trabalho (e na Vida)

 


Quando o "Fique do Meu Lado" Chega: Navegando as Águas Turvas das Intrigas no Trabalho (e na Vida)

Sabe aquela sensação incômoda de se ver no meio de um turbilhão que não é seu? De repente, você está ali, cumprindo suas tarefas, e é arrastado para um campo minado de desentendimentos alheios, onde a pressão para tomar um lado é quase insuportável. Tenho observado como isso acontece com frequência, e uma recente situação envolvendo uma conhecida me fez refletir profundamente sobre a complexidade dos relacionamentos humanos.

Recentemente, em um ambiente de grupo com prazos apertados e metas a cumprir, essa conhecida foi catapultada para o epicentro de uma intriga. Duas colegas, em um embate claro e ruidoso, começaram a tentar puxá-la para o seu lado. Cada uma vinha, de maneira indireta, com suas "razões", suas "justificativas" e, claro, com "o que a outra pessoa falou de você". Do outro lado, a mesma coisa. Era um pingue-pongue de acusações que, no fundo, pareciam mais o reflexo de suas próprias divergências e questões internas.

Minha conhecida percebeu ali, na hora, que os ataques pessoais não eram sobre ela, mas sobre a falta de clareza, a ausência de respeito e uma comunicação que se perdeu em meio a feridas não resolvidas. Esse cenário, para ser honesta, criou um desgaste enorme. A postura dela não era de alguém querendo intervir, mas de uma pessoa cumprindo uma tarefa em grupo. No entanto, a pressão para tomar um lado era evidente, as agressões, ainda que veladas, eram claras. A situação escalou a ponto de uma das partes buscar a coordenação para "resolver" o impasse, e minha conhecida foi envolvida no processo. Para ela, foi uma experiência desconfortável, pois sentia que a origem do problema parecia residir em uma dinâmica já desgastada com a liderança e em uma atmosfera de trabalho que gerava ansiedade e impedia a livre expressão.


A Dança Sombria das Intrigas: O Que Tem Por Trás?

O Bem oculto da Terapia

 


Explicações Neurocientíficas para a Evolução na Terapia

  1. Plasticidade Neural e Reorganização Cerebral :
    • A terapia, especialmente abordagens humanistas centradas na pessoa (Carl Rogers), promove a plasticidade neural, que é a capacidade do cérebro de formar novas conexões sinápticas e reorganizar circuitos neurais. A escuta empática e o ambiente seguro criado pelo terapeuta estimulam a ativação de áreas específicas como o córtex pré-frontal (responsável pela regulação emocional e tomada de decisão) e a amígdala (ligada ao processamento emocional).
    • Estudos mostram que as interações empáticas modulam a atividade da amígdala, diminuindo as respostas de estresse e aumentando a regulação emocional (Harb et al., 2010).

Quando a Experiência de Falta de Controle Ensina a Desistir

 



Desamparo Aprendido: Quando a Experiência de Falta de Controle Ensina a Desistir

O desamparo aprendido é um fenômeno psicológico que descreve a condição em que um indivíduo, após ser repetidamente exposto a situações aversivas sobre as quais não possui controle, passa a acreditar que é incapaz de mudar seu destino ou influenciar os resultados, mesmo quando oportunidades de escape ou mudança se apresentam. Em essência, é aprender a ser desamparado.

Este conceito, amplamente estudado na psicologia, teve suas origens nos experimentos clássicos de Martin Seligman e seus colaboradores na década de 1960. Em estudos com cães, observou-se que animais que eram submetidos a choques elétricos inevitáveis posteriormente não tentavam escapar em situações onde a fuga era possível, mesmo quando outros cães que não tiveram a experiência prévia de incontrolabilidade agiam para evitar o estímulo aversivo. Eles haviam "aprendido" que seus esforços eram fúteis.

No contexto humano, o desamparo aprendido se manifesta de diversas formas e pode ter um impacto significativo na saúde mental e no comportamento. Pessoas que experimentam repetidas falhas, perdas ou situações incontroláveis em suas vidas – seja no âmbito pessoal, profissional, acadêmico ou social – podem desenvolver a crença de que seus esforços não fazem diferença. Isso pode levar a uma série de sintomas e consequências negativas, tais como:

 * Passividade e Inércia: A tendência a não agir diante de problemas ou desafios, acreditando que qualquer tentativa de solução será inútil.

 * Baixa Motivação: A diminuição do ímpeto para buscar novas oportunidades, estabelecer metas ou persistir diante de obstáculos.

 * Afetividade Negativa: Sentimentos de desesperança, frustração, tristeza e apatia, frequentemente associados à depressão e ansiedade.

 * Dificuldade de Aprendizagem: A interferência na capacidade de adquirir novas habilidades ou estratégias de enfrentamento, pois a crença na ineficácia mina o esforço necessário para aprender.

 * Problemas de Autoestima: A Internalização da falta de controle pode levar a uma visão negativa de si mesmo e das próprias capacidades.

O desamparo aprendido não é uma sentença permanente. É um padrão de resposta aprendido e, como tal, pode ser modificado. A intervenção psicológica, como a terapia cognitivo-comportamental, desempenha um papel crucial em ajudar os indivíduos a identificar e reestruturar as crenças de desamparo, desenvolver estratégias de enfrentamento mais eficazes e recuperar a sensação de controle sobre suas vidas. Promover experiências de sucesso, mesmo que pequenas, e focar no desenvolvimento de habilidades e na resiliência também são caminhos importantes para superar o desamparo aprendido e redescobrir a capacidade de influenciar o próprio destino.


O Poder do Pertencimento

 


O Poder do Pertencimento: Uma Necessidade Humana sob a Lente das Ordens do Amor e da Psicologia

No intrincado tecido das relações humanas, o sentimento de pertencimento emerge como um fio fundamental, essencial para a nossa saúde mental e bem-estar. Sentir-se conectado, aceito e parte de um grupo é uma necessidade intrínseca que molda nossos comportamentos, emoções e até mesmo nossa identidade. Neste artigo, exploraremos a profunda importância do pertencimento sob a perspectiva das Ordens do Amor de Bert Hellinger e a compararemos com conceitos semelhantes encontrados na psicologia, buscando inspirações e as raízes dessa necessidade humana.

A Ordem Primordial: O Pertencimento nas Ordens do Amor de Bert Hellinger

A Dança do Dar e Receber

 


A Dança do Dar e Receber: Equilíbrio nas Relações sob a Ótica das Ordens do Amor e da Teoria da Troca Social

A dinâmica das relações humanas é um tema fascinante e complexo, permeado por trocas constantes. Seja em âmbito familiar, amoroso ou social, a forma como damos e recebemos influencia profundamente a saúde e a longevidade desses laços. Neste artigo, mergulharemos no conceito fundamental de "Dar e Receber" sob a perspectiva das Ordens do Amor de Bert Hellinger e o compararemos com a Teoria da Troca Social na psicologia, buscando similaridades e explorando as possíveis origens da visão de Hellinger.

O Equilíbrio Essencial: Dar e Receber nas Ordens do Amor de Bert Hellinger

Quando as Emoções Transbordam: Minuchin e Hellinger sobre Pais com Baixa Diferenciação

 


Quando as Emoções Transbordam: Minuchin e Hellinger sobre Pais com Baixa Diferenciação

A dinâmica familiar é intrinsecamente ligada à capacidade de cada membro de manter sua individualidade dentro do sistema. Um conceito crucial para entender essa dinâmica é o de diferenciação do self, que, em termos simples, se refere à capacidade de uma pessoa distinguir seus próprios pensamentos e sentimentos dos dos outros. Quando os pais apresentam baixa diferenciação, isso pode ter um impacto significativo na saúde emocional de toda a família.

Neste artigo, exploraremos a perspectiva da Terapia Familiar Estrutural de Salvador Minuchin e das Constelações Familiares de Bert Hellinger sobre pais com baixa diferenciação, oferecendo insights sobre como identificar essa característica e quando buscar ajuda profissional.

Presos no Meio: Minuchin e Hellinger sobre a Dinâmica da Triangulação Familiar


Presos no Meio: Minuchin e Hellinger sobre a Dinâmica da Triangulação Familiar

A dinâmica familiar é um sistema complexo de interações, e, por vezes, padrões disfuncionais podem surgir, afetando o bem-estar de seus membros. Um desses padrões, comumente observado, é a triangulação, onde uma terceira pessoa, frequentemente um filho, é envolvida em um conflito diádico, geralmente entre os pais. Compreender essa dinâmica é crucial para promover relacionamentos mais saudáveis.

Neste artigo, exploraremos a perspectiva da Terapia Familiar Estrutural de Salvador Minuchin e das Constelações Familiares de Bert Hellinger sobre a triangulação, oferecendo insights sobre como identificá-la e quando buscar ajuda profissional.

A Perspectiva Estrutural de Minuchin: Envolvendo o Terceiro para Estabilizar o Diádico

Para Salvador Minuchin, a triangulação é um padrão disfuncional que ocorre quando um conflito entre duas pessoas (geralmente os pais) é desviado ou estabilizado através do envolvimento de uma terceira pessoa, frequentemente um filho. Essa dinâmica serve para reduzir a tensão entre os pais, mas coloca a criança em uma posição inadequada e prejudicial.

Minuchin descreve diferentes formas de triangulação:

  • Coalizão: Um dos pais se alia ao filho contra o outro progenitor, criando uma divisão no sistema familiar.
  • Desvio-Ataque: Os pais, em vez de confrontarem seus próprios problemas, desviam o foco para o filho, que se torna o bode expiatório da família.
  • Desvio-Suporte: Os pais se unem em uma preocupação excessiva ou superproteção em relação ao filho, evitando assim lidar com seus próprios conflitos conjugais.

A triangulação tem um impacto negativo significativo no desenvolvimento emocional da criança, gerando ansiedade, confusão, sentimentos de culpa e dificuldade em formar relacionamentos saudáveis no futuro.

Quando procurar Terapia Sistêmica Familiar (abordagem de Minuchin)?

Se você observa que seu filho(a) está constantemente sendo colocado(a) no meio de suas discussões com seu parceiro(a), sendo usado(a) como mensageiro, forçado(a) a tomar partido ou se tornando o foco das tensões familiares, buscar a Terapia Sistêmica Familiar com foco na abordagem de Minuchin pode ser muito útil. O terapeuta trabalhará para identificar e interromper esse padrão de triangulação, ajudando os pais a desenvolverem formas mais diretas e saudáveis de resolver seus conflitos e a protegerem seus filhos dessa dinâmica prejudicial.

A Perspectiva Sistêmica de Bert Hellinger: Desequilíbrios e a Busca por Pertencimento

Bert Hellinger, através das Constelações Familiares, oferece uma visão mais ampla da triangulação, inserindo-a no contexto das "Ordens do Amor" que regem os sistemas familiares. Para Hellinger, a triangulação pode surgir de desequilíbrios mais profundos no sistema, onde um terceiro (frequentemente o filho) é inconscientemente atraído para preencher um vazio, equilibrar uma injustiça ou repetir um padrão não resolvido de gerações anteriores.

Nessa perspectiva, a criança pode sentir-se compelida a assumir responsabilidades que não são suas, a carregar o peso emocional de um dos pais ou a tentar "salvar" o relacionamento parental. Essa dinâmica, embora motivada pelo amor e pela lealdade ao sistema, acaba por sobrecarregar a criança e impedir seu próprio desenvolvimento.

Quando procurar Constelações Familiares (abordagem de Bert Hellinger)?

Se você ou seu filho(a) sentem-se persistentemente presos(as) em dinâmicas relacionais complexas que envolvem mais de duas pessoas, se há uma sensação de responsabilidade inexplicável pelo bem-estar do relacionamento parental ou se percebe a repetição de padrões de triangulação ao longo das gerações da família, a abordagem das Constelações Familiares pode trazer clareza e possibilitar a resolução dessas questões em um nível sistêmico. A Constelação pode ajudar a revelar as dinâmicas ocultas que contribuem para a triangulação e a restaurar a ordem e o equilíbrio no sistema familiar.

Identificando a Triangulação:

Alguns sinais de que a triangulação pode estar ocorrendo na sua família incluem:

  • A criança frequentemente atua como mediadora ou intérprete entre os pais.
  • Um dos pais busca o apoio ou a aliança do filho contra o outro.
  • A criança sente que precisa "escolher um lado" nas discussões dos pais.
  • Os pais evitam confrontar seus próprios problemas, focando excessivamente no filho.
  • A criança demonstra ansiedade, tristeza ou culpa em relação ao relacionamento dos pais.

Escolhendo a Abordagem Certa:

A decisão de buscar a Terapia Sistêmica Familiar (Minuchin) ou as Constelações Familiares (Hellinger) dependerá da sua compreensão da dinâmica familiar e da abordagem que mais ressoa com você. Se a triangulação parece estar ligada a padrões de interação presentes e à estrutura atual da família, a abordagem de Minuchin pode ser mais indicada. Se você sente que as raízes do problema são mais profundas, ligadas a dinâmicas inconscientes e à história familiar, as Constelações Familiares podem oferecer uma compreensão mais abrangente.

Em ambos os casos, reconhecer a triangulação é o primeiro passo para proteger seus filhos e construir relacionamentos familiares mais saudáveis e equilibrados. Não hesite em procurar o apoio profissional adequado para sua situação.

Esclarecendo que o Psicólogo Clinico pode atuar com a Terapia Sistêmica Familiar  e o Terapeuta Facilitador das Constelações Familiares pode atuar com a abordagem de Bert Hellinger e falar sobre a Alma, sobre ancestralidade. Procure um profissional qualificado.

Veja no meu perfil as minhas qualificações e experiencia. Apesar de estar estudando psicologia para somar  ainda mais no meu repertório de atendimento, eu tenho um vasta experiencia nas Terapias Holísticas, incluindo o trabalho com as Constelações Familiares.

Fontes para Consulta:

  • Salvador Minuchin: "Famílias e Terapia de Família".
  • Bert Hellinger: "Ordens do Amor".

Fronteiras Invisíveis, Impacto Real: Minuchin e Hellinger sobre Limites em Família



Fronteiras Invisíveis, Impacto Real: Minuchin e Hellinger sobre Limites em Família

As fronteiras familiares são como linhas invisíveis que delimitam o espaço físico, emocional e psicológico de cada membro. Quando essas fronteiras são saudáveis, promovem a individualidade, o respeito e a conexão. No entanto, quando se tornam confusas ou excessivamente rígidas, podem gerar conflitos, sofrimento e dificultar o desenvolvimento saudável dos indivíduos.

Neste artigo, exploraremos as perspectivas de dois importantes autores da terapia familiar sobre as fronteiras: Salvador Minuchin, com sua Terapia Familiar Estrutural, e Bert Hellinger, com as Constelações Familiares.