🛋️ Sexta-feira, no Divã — Episódio 03
Você sente uma culpa inexplicável toda vez que pensa em se afastar da sua mãe?
Já tentou conversar com ela sobre seus sentimentos e saiu se sentindo infantil, ingrato(a) ou até “ruim”?
Ou sente que, por mais que tente agradar, nunca é o suficiente?
Esses podem ser ecos de um trauma com a mãe.
E não, isso não significa que sua mãe foi “monstruosa” — muitas vezes, são dinâmicas sutis, moldadas por silêncios, exigências, ausência emocional, ou por uma presença que sufocava.
📌 O que é um trauma com a mãe?
Na psicanálise, entendemos que a relação com a mãe (ou com a figura materna principal) marca profundamente nossa construção psíquica. É com ela que aprendemos, inicialmente, o que é afeto, segurança, validação — ou a falta disso.
O trauma não precisa ser violento ou explícito. Às vezes, se instala naquilo que não foi dito, no que foi negado, no amor condicionado, no abandono silencioso.
🧠 Como ele se manifesta na vida adulta?
Você pode carregar esse trauma sem perceber. Ele pode aparecer de formas como:
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Relações afetivas cheias de culpa, dependência ou medo de rejeição.
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Autoexigência extrema, buscando ser “perfeita” para merecer amor.
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Dificuldade de confiar, relaxar ou sentir-se pertencente.
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Medo de ocupar espaço, de brilhar ou de dizer "não".
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Sensação constante de dívida com a mãe — como se nunca pudesse se libertar de verdade.
😔 Mas e se eu me sentir mal em reconhecer isso?
É natural. Crescemos ouvindo que "mãe é sagrada", "mãe sofre muito", "mãe fez o que pôde". E tudo isso pode ser verdade — mas não anula a dor que ficou em você.
Validar o seu sofrimento não é um ataque à sua mãe, mas um ato de maturidade emocional.
É reconhecer a criança ferida dentro de você — e dar a ela o colo que talvez nunca recebeu.
🪞 Como posso começar a me observar?
Essas perguntas podem abrir caminhos internos:
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Eu me anulo para agradar minha mãe (ou qualquer figura feminina)?
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Sinto culpa só de pensar em me afastar, dizer “não” ou impor limites?
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Me cobro o tempo todo para ser perfeita? De onde vem isso?
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Sinto que não posso errar, que preciso “compensar” algo?
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Tenho medo de me tornar parecida com ela — ou sinto que vivo repetindo o que ela fazia?
🌱 E o que eu faço com tudo isso?
🌀 Acolha sua dor com honestidade.
Você tem direito de sentir, de nomear, de questionar. Isso não faz de você uma má filha. Faz de você uma mulher (ou homem) em processo de cura.
🧠 Busque apoio terapêutico.
Trabalhar esse vínculo é um dos processos mais profundos da psicoterapia. Envolve luto, libertação, perdão (não o raso, mas o autêntico).
❤️ Cuide de si com mais amor.
Você não precisa repetir o padrão. Pode criar novas formas de amar, se relacionar e existir — mais livres, mais inteiras, mais leves.
✨ Conclusão: A ferida com a mãe não é destino — é convite.
Convite para crescer, para amadurecer emocionalmente, para reconstruir seu lugar no mundo com mais consciência.
Você não precisa mais agradar para merecer amor.
Nem carregar uma culpa que não é só sua.
Você pode — finalmente — nascer para si.
Se esse texto tocou algo em você, talvez seja hora de dar voz à criança esquecida aí dentro.
E se quiser, estou aqui para acolher, escutar e caminhar com você.
🌿 Marque uma sessão de acolhimento.
📌 @Cida2016medeiros | www.cidamedeiros.org
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