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Oração Maria Nossa Mãe

MARIA NOSSA MÃE, MARIA PASSA NA FRENTE

Maria passa na frente e vai abrindo estradas e caminhos. 
Abrindo portas e portões, abrindo casas e corações.
 A Mãe indo na frente, os filhos estão protegidos e seguem seus passos.
 Ela leva todos os teus sob sua proteção.
 Maria passa na frente e resolve tudo aquilo que somos incapazes de resolver. 
 Mãe cuida de tudo que não está ao nosso alcance. 
Tu tens poderes para isso, e eu creio. 
Vai Mãe, vai acalmando, serenando e amansando corações.
 Vai acabando com ódio e rancores, mágoas e maldições. 
 Vai terminando com dificuldades, tristezas e tentações.
 Vai tirando teus filhos das perdições.
 Maria passa na frente e cuida de todos os detalhes, cuida ajuda e protege a todos os teus filhos, Maria tu és mãe e também a porteira. 
Vai abrindo o coração das pessoas e as portas nos caminhos. 
Maria eu te peço passa na frente e vai conduzindo, levando ajudando e curando os filhos que precisam de ti. Ninguém pode dizer que foi decepcionado por ti, depois de ter chamado ou invocado teu nome. 
Só tu com o poder do teu filho podeis resolver as coisas difíceis e impossíveis. 
 “Nossa Senhora” faço essa oração pedindo a sua proteção rezando: 
 Um Pai nosso e Três Ave Maria.

Pakauwah, por Carminha Levy


Pakauwah:
o animal de poder da quinta dimensão
por Carminha Levy







Dentre as inúmeras bênçãos que os Seres Ascencionados têm nos dispensado, ressalta-se uma inusitada: o grande destaque que o Mestre Saint Germain tem dado ao xamanismo e ao animal de poder. Talvez até por ele ter sido numa encarnação São Francisco de Assis, o protetor dos animais.

Saint Germain, que hoje se apresenta nas canalizações como Adamus, enfatiza a grande necessidade que o ser humano tem de resgatar o seu lado instintual. Através desse, ele estaria se libertando de uma forma de pensar engessada, repetitiva e limitadora que só leva em conta o mental. Por essa escolha o ser humano se distanciou dos seus sentimentos e percepções e bloqueou qualquer possibilidade de encontrar soluções criativas para seus problemas pessoais e coletivos.



Obviamente quando trabalhamos com o xamanismo na terceira dimensão e conseguimos acessar a quarta (o etérico) já estamos ampliando a nossa consciência utilizando recursos instintuais. O que agora nós lhes apresentamos é a possibilidade de ultrapassarem a quarta dimensão e adentrarem a quinta através da energia desse animal de poder tão especial que é o Pakauwah.

Como o xamã primordial que desde então percorria as multidimensionalidades, agora ele o faz com o auxílio do Pakauwah. Esse animal que faz parte de nós, como o nosso animal de poder também o faz, precisa ser chamado e para tal o xamã necessita de um grau de autoconhecimento que o sacralize, pois ele atua a partir do interior do coração de onde viaja para a quinta dimensão. Convém lembrar que na quarta dimensão nós acessamos o etérico e que na quinta já saímos do corpo e estamos no eterno agora – sem tempo e 
nem espaço.

O Pakauwah não é um animal igual ao que nós conhecemos, mas ao mesmo tempo é igual, pois o que muda é a sua forma que curiosamente durante a viagem vai se transmutando.

Para conhecer o Pakauwah pressupõe-se que você tenha os conhecimentos básicos sobre o Xamanismo e saiba diferenciá-lo do seu animal de poder.

Formas como o Pakauwah geralmente se apresenta:

O Pakauwah pode ou não ter uma forma conhecida. Necessariamente não se apresenta como seus animais de poder, o que vai caracterizá-lo é a atitude brincalhona, irreverente, porém o que mais o caracteriza são as cores vibrantes psicodélicas envoltas por luz neon. Não tenham muitas expectativas de encontrá-lo na primeira viagem, se vocês forem praticantes usuais do xamanismo com o uso do som do tambor poderão ter um bom êxito. Essa busca, não esqueçam, ocorre na quinta dimensão. Mas todos que tiverem intenção clara, determinação de ampliar suas consciências irão com certeza encontrar o animal que Adamus nos presenteou e abençoou.

Façam a pergunta se ele é seu animal Pakauwah prestem atenção às mudanças pelas quais ele vai passando. 



Na quinta dimensão não há tempo, nem espaço o Pakauwah tem o dom de abrir as portas das multidimencionalidades, essa é sua grande dádiva que estará a serviço de vocês. Por essa qualidade ele tem o dom de nos levar a perdoar o passado e a explorar no futuro nossos infinitos potenciais.



O Pakauwah nos foi dado como um auxiliar, na busca de um novo corpo que nos leva à Ascensão como Ser Total na Nova Energia e na Nova Terra para a qual nos dirigimos como a Terra onde jorrará o leite e o mel. 

Eles são muitíssimo alegres e sempre ensinam através de metáforas ou mesmo de pegadinhas. Vou contar para vocês meu primeiro encontro com o Pakauwah. Estávamos no Grupo de Xamanismo Avançado – Os Cavaleiros da Luz – fazendo nossas primeiras tentativas de encontrá-lo. O tema da viagem xamânica era a busca da prosperidade, o Pakauwah de cada uma iria levar-nos à Fonte de onde vem essa energia. 

Minha primeira surpresa é que ao invés de meu poderoso leão, me aparece um cachorrinho poodle que latia sem parar. Inicialmente eu ignorei-o, mas o tempo ia passando e nada do leão poderoso e o bichinho não parava de latir, subir no meu colo e o jeito foi segui-lo. Ele me leva até uma mesa de cozinha vazia e coberta com uma longa toalha branca. Fico frustrada e penso: “Esse cachorrinho de Pakauwah não tem nada.” Óbvio que ele ouviu meu pensamento, arreganhou os dentes para mim e puxou a toalha. Qual não foi meu espanto quando vejo debaixo da mesa uma imensa cornucópia de ouro da qual saía sem parar frutas de todas as espécies, flores perfumadas e milhões de moedas de ouro. 

 Moral da história: meu Pakauwah me ensinou a não ser tão arrogante (eu esperava o leão e o que veio foi um minúsculo poodle – cachorrinho de madame) e a praticar a confiança e a entrega, não tendo uma idéia pré-concebida de onde as coisas podem acontecer, pois jamais imaginaria uma cornucópia mágica debaixo de uma simples mesa de cozinha. Acolham o Pakauwah e a sua grande sabedoria e estejam certos de que vocês terão sempre lhes guiando um grande e irreverente sábio.



Carminha Levy é psicóloga transpessoal, psicodramatista, terapeuta corporal, arte terapeuta e Mestra xamã desde 1981. É introdutora do neo-xamanismo no Brasil e criadora do xamanismo matricial, uma vertente das práticas xamânicas que restaura o poder do feminino. Fundou a Paz Geia Instituto de Pesquisas Xamânicas, a primeira escola de xamanismo brasileira. Ministra Workshop’s por todo o Brasil e Europa. Conhecida  e reconhecida Internacionalmente por seu trabalho brilhante, sério e inovador.




Esse Texto foi escrito especialmente pela Carminha Levy à meu pedido, para ser publicado aqui no Blog Cida Medeiros.

Para atender a crescente busca pela compreensão do que vem a ser o animal de poder da quinta dimensão conhecido como Pakauwah.
Eu, testemunho a riqueza dessa experiência e posso dizer que nas Jornadas Xamânicas tanto individuais como as realizadas em grupo, a energia do Pakauwah move uma poderosa energia de cura.

Vale a pena fazer essa viagem, e dar a si mesmo, a oportunidade de conhecer essa dimensão de cura e autoconhecimento.
Gratidão Imensa à Carminha Levy!
Eu, Cida Medeiros, falei!
Ahow!



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Serenidade


"Pessoas serenas sempre parecem ser sábias. 
Internamente elas responderam as três perguntas existenciais:


1) Quem sou eu?
2) Para onde estou indo?
3) Como eu chegarei lá?

A maior parte de nossas vidas tentamos resolver a primeira questão. 
Porém, até que a gente consiga isso, gastamos muito tempo em conflito interno, com outros ou com o mundo ao nosso redor. 
Quando descobrimos quem realmente somos, então não é preciso ir a lugar algum, não há nenhuma busca e a alma se torna absorta ao experimentar suas qualidades verdadeiras e ao compartilhá-las com os outros. 
Isto é serenidade.
Brahma Kumaris

O Corpo astral

Enumerar e descrever cada tipo de entidade astral seria tarefa tão formidável como a de enumerar e descrever cada tipo de entidade física. Tudo quanto podemos tentar aqui é tabular as classes
principais e dar uma breve descrição de cada uma delas.

A Paz e a Guerra

Cida Medeiros
Toda a paz antecede o conflito.

Não existe paz sem guerra.

Vivemos em uma humanidade onde os "contrários" precisam sentir a Presença da Luz.

Intimidamos quando assumimos o nosso real poder na luz.

O amo não é frágil e nem tão pouco ingenuo.

O amor é capaz de impor uma presença que intimida qualquer mortal.

Quando fazemos a travessia, muitos "contrários", avança para derrubar.

Para escravizar a entidade humano, no medo, na angustia, no ódio, na incerteza, aprisionar na escuridão.

A Luz sabe disso.

Por isso, quando brandamos em bom tom, e levantamos a espada, não estamos necessariamente propondo a guerra. mais fazendo recuar as tropas dos inimigos.

Fazendo-os sentir-se na sua real condição.

Portanto, antes da Paz, a guerra é quase inevitável.

porque vivemos um período onde as pessoas perderam a noção de si.

A noção do que estão fazendo.

Estão mergulhados na total escuridão espiritual.

Prestes a fazer loucuras.

Por medo da perda e da mudança.

Não é tão fácil fazer mudanças, para os espíritos que estão mergulhados no medo e na insegurança.

A reação imediata, e destruir a Luz.

Por isso, o amor é mais mortal que a própria morte, como diria Prem Baba.

Há de se ter presença, força e lucidez para virar a própria mesa.

Cida Medeiros


Os Dons do Espírito Santo




Vinde, oh Espírito Criativo, visitai os corações de teus seguidores, preechei-os com a graça do alto, estes corações que Vós criastes.

Sois o Espírito Consolador, a dádiva de Deus todo-poderoso, a fonte da água viva, o fogo divino, a caridade, a unção invisível das almas.

Vinde então com vossos sete dons preciosos, Vós que sois o dedo de Deus, Vós que sois o conteúdo da promessa do Pai, Vós que colocais o verbo do Pai em nossos lábios, iluminai nossos espíritos com Vossa luz, abraçai nossos corações com Vosso amor e santificai, em todos os tempos, a nossa frágil carne !

Baní de nós o espírito de tentação, preenchei-nos com Vossa paz infalível, sejais Vós mesmo nosso guia, de modo que possamos evitar tudo que possa ser prejudicial à nossa salvação.

Ensinai-nos a compreender o Pai, ensinai-nos a compreender o Filho e a Vós mesmo, que sois o espírito do Pai e do Filho, sede sempre o objeto da nossa fé !

Por isso seja a glória, em todos os ciclos, para Deus Pai, para o Filho, ressuscitado de entre os mortos e para o Espírito Santo. Que assim seja ! Senhor enviai o teu espírito e tudo será criado, e Vós renovareis a face da terra !

Oh Deus, que ledes todos os corações e conheceis todos os problemas, espírito de luz e de amor, derramai sobre mim, eu vos suplico, a plenitude de vossos dons, por tudo que me é necessário e eu não posso escolher !

Dái-me o Espírito de Sabedoria, o qual me faz ver as coisas de acordo com seu verdadeiro valor e não de acordo com o julgamento deste mundo, mas de acordo com o vosso. Oh Senhor, que eu possa repetir, como Salomão: desde a minha infância eu amei a sabedoria e a escolhi para minha compa-nheira na vida. Eu a preferi acima de tudo o que é mais esplêndido no mundo, e eu pensei que as riquezas nada eram comparadas com o preço de tamanha jóia. Todas as coisas boas vieram por intermédio dela, e em todas as minhas dores e sofrimentos, ela sempre foi o meu consolo e aminha alegria (Provérbios VIII).

Dái-me também o Espírito de Inteligência, que me ilumina no conhecimento das escrituras e das grandes verdades eternas.

A fé e a humildade são as virtudes que atraem o espírito da inteligência para a alma. A fé que nos submete para melhor compreendermos; a humildade prontamente nos faz reconhecer a nossa ignorância.

Dái-me o Espírito de Conselho, que ilumina o caminho para os céus e evita que me perca, como um viajante tolo, que pega um caminho desconhecido, sem um guia.

Dái-me o Espírito de Ciência, que me ensina que a ciência da salvação é a única necessária, a única sem qual nenhuma ciência humana pode se realizar.

Dái-me o Espírito de Força, que não me deixa tão fraco após o mínimo esforço, tão débil quando tenho que obedecer ao invés de fazer o que desejo, ou trabalhar quando não tenho o menor desejo de fazê-lo; que me dá força para conquistar a mim mesmo, quando a sagrada regra de Deus assim me ordena !

Dái-me o Espírito de Piedade, que dá ao meu coração uma atração filial para com Deus, e que me faz serví-lo com alegria e tranquilidade !

Dái-me o Espírito de Temor, temor filial que, combinado com o respeito e o amor, me faz evitar cuidadosamente tudo aquilo que possa desagradar a Deus, nosso Pai !

Oh dons preciosos, cuja exelência aprendi a conhecer, vê como minha alma clama por vós, com confiança e se vos abre com amor.

Santos apóstolos, que no dia de Pentecostes, recebestes os dons do Espírito Santo, concedei-nos, com algumas das mesmas graças, uma fidelidade similar a que era vossa, de modo que, acreditando naquilo que recebestes e transmitistes, praticando os vossos trabalhos, vivendo e morrendo com a Igreja que vós fundastes, possamos compartilhar convosco, oh santos apóstolos, a regozijadora recompensa nos céus.
Que assim seja !

Escolha a Luz

"O Homem nasceu, foi criado para conhecer a essência da natureza universal; e a função da sabedoria é precisamente possuir e contemplar a inteligência que se manifesta nos seres. Pitágoras

A Sabedoria busca acolher todos os seres. 

Você é uma manifestação do Ser em ação.

 Descubra sua essência luminosa. 

Dê um espaço na sua consciência para olhar com amor para isso, reconhecer e abrir-se para sua luz interior.

Tudo está a serviço da Luz. 

Sai do Jogo do Maya! Acorde! Transcenda a ilusão! Não se faça de vitima nem dê poder ao algoz!

Se você agir diante de qualquer perda, contrariedade ou evento difícil, seja o que for, com a consciência que a Luz esta presente, logo você estará profundamente conectado com a sabedoria da sua alma, e esta ira revelar a natureza do aprendizado.

E a luz ira revelar à você. Confie. está tudo certo.

Sintonize!

Ouça sua intuição!

No tempo certo...você saberá toda a verdade.

Por enquanto, você vê apenas alguns pedaços de um quebra cabeça que lhe parece sem sentido.

Porém, as peças uma hora se juntarão e você poderá compreender a ação do divino em sua vida.

A luz precisa que você estenda a mão na direção dela. Ela já está ai. Esperando por você!

Se fiel à luz.

Cada vez mais ela habitará seus sentidos e a conduzirá diante da escuridão, feito uma farol a iluminar seu caminho.

Assuma verdadeiramente que o que está por detrás de todos os acontecimentos é a ação da luz.

Ela esta te conduzindo a verdade.

Se fiel.

Você está apenas inconsciente do padrão maior que governa todas as coisas.

E esta tudo certo.

Cida Medeiros



Desiderata

Essa palavra provem do Latin e significa: "As coisas desejadas", é um poema em prosa do escritor americano  Max Ehrmann. Vale a pena ler e refletir. Cida Medeiros


Caminha calmo entre o ruído e a pressa e pensa na paz que podes encontrar no silêncio. 
 Na medida do possível e sem render-te, mantém boas relações com todas as pessoas. 
 Diz tua verdade de uma maneira tranquila e clara; 
e escuta aos demais,
 inclusive ao teimoso e ignorante, 
pois eles também têm sua própria história. 
 Evita as pessoas barulhentas e agressivas:
 pois elas são um desgaste para o espírito. 
 Se te comparares aos outros, podes tornar-te vaidoso e amargurado,
pois sempre haverá pessoas menores e maiores que tu.
 Desfruta de teus êxitos, assim como de teus planos.
 Mantém o interesse no tua profissão, por mais humilde que seja;
 ela é um verdadeiro tesouro no fortuito mudar dos tempos. 
 Sê cauteloso em teus negócios, pois o mundo está cheio de enganos. 
 Mas não deixes que isto te torne cego para a virtude que existe.
 Há muitas pessoas que se esforçam por alcançar nobres ideais. 
 Em todo o lugar a vida está cheia de heroísmo.
 Sê sincero contigo mesmo. 
 Especialmente, não finjas afeto. 
 Tampouco sejas cínico no amor, 
pois no meio de todas as asperezas e desenganos o amor é perene como a relva.
 Acata docilmente ao conselho dos anos, abandonando com altivez as coisas da juventude.
 Cultiva a força de espírito para que te proteja nas adversidades repentinas. 
 Muitos temores nascem da fadiga e da solidão. 
 Sobre uma sã disciplina, se benigno contigo mesmo. 
 Tu és uma criatura do universo, não menos que as plantas e as estrelas; 
 tens o direito de existir e ainda que te pareça certo ou não,
 indubitavelmente o universo se desenvolve como deveria. 
 Por isso, mantém a paz com Deus, qualquer que seja tua ideia Dele.
 Quaisquer que sejam teus trabalhos e aspirações, conserva na inquieta confusão da vida, 
a paz com tua alma. 
 Apesar de todas as tuas farsas, penalidades e sonhos desfeitos, 
este continua sendo um mundo maravilhoso. 
 Se cauteloso. 
 Esforça-te para ser Feliz.

Uniões de Almas-Gêmeas


Uniões de Almas-Gêmeas: Corpo, Alma e Espírito, na Nova Terra da Quinta Dimensão

Essa idéia da alma gêmea é algo que eu acredito, essa canalização tem uma sabedoria que considero fundamental. Espero que gostem! Cida Medeiros

Arcanjo Miguel através de Célia Fenn

Meus caros, uma das maiores dádivas da Quinta Dimensão serão os alegres e amorosos relacionamentos que vocês criarão e usufruirão como seres despertos.

Vidas Maiores, O Serviço de Alice Bailey


Biosofia nº4 - Inverno de 1999
Vidas Maiores
O Serviço de Alice Bailey

Nascida na Inglaterra vitoriana do final do Séc. XIX, e falecida em Nova Iorque em 1949, Alice Bailey, uma grande servidora da Humanidade, deixou assentes as bases de um movimento conducente a uma nova cultura de valores espirituais, além de situar de uma forma ordenada e credível a existência e o trabalho dos Mestres de Sabedoria de todos os povos e de fundar a "Escola Arcana", que visa a formação e a preparação de discípulos aptos para o Serviço às necessidades mundiais.

Descrever a vida de Alice Ann Bailey é narrar uma existência plena de trabalho, esforço e abnegação.

Nascida em 1880 em Manchester, no seio de uma família abastada, muito cedo ficou orfã de pai e mãe, passando a estar (juntamente com o seu irmão) ao cuidado de uma tia.
Ainda que nunca lhe tenha faltado nada, não soube adaptar-se ao convencionalismo social da sua época. Quando, aos 20 anos, se tornou independente, logo se começaram a manifestar rasgos do carácter empreendedor e idealista que possuía.

Trabalhou em diferentes obras cristãs para jovens e via, então, toda a experiência de Deus unicamente através do prisma dogmático dessa particular religião, que vivenciava de modo quase fanático. O ingresso de Alice Bailey, como trabalhadora voluntária, nos Lares para Soldados que haviam sido criados pela filantropia da Sra. Elise Sandes, constituiu um marco na sua vida. Aí, para além de desempenhar os rotineiros trabalhos domésticos, dirigia sessões e sermões evangélicos, visto se achar tão segura das crenças religiosas que na época professava.

O labor que desenvolvia levou-a a viajar até à Índia, a fim de tomar a cargo várias das suas delegações. Tal representou um elemento essencial na sua forma de encarar o Divino.

Depois de um desafortunado primeiro matrimónio, de que teve três filhas, e que suscitou a sua ida para os Estados Unidos, conheceu Foster Bailey (em 1919). Este viria a ser seu marido, com-panheiro inseparável e principal ajudante na imensa obra que, a partir de então, assumiriam conjuntamente.

Durante 30 anos, Alice Bailey escreveu (24) livros - que somam vários milhares de páginas -, proferiu centenas de conferências, atendeu a uma multidão de pessoas e, até ter cumprido a totalidade da sua obra, sobrepôs-se a um estado de saúde constantemente precário. Morreu a 15 de Dezembro de 1949, rodeada do carinho dos milhares de pessoas que beneficiaram do seu trabalho. Na tarde desse mesmo dia, afirmara: "Tenho muito que agradecer. Vivi uma existência rica e plena. Inumeráveis pessoas em todo o mundo foram muito bondosas para mim".

Os Livros
Alice Bailey sempre disse que, desde o momento em que com ela (ainda na sua adolescência) se encontrou um "senhor de porte oriental", mais tarde identificado como o grande Instrutor Koot-Hoomi, tinha plena consciência de pertencer a um grupo de discípulos. Na sua "Autobiografia Inacabada", escreveu: "Quero que os Mestres de Sabedoria sejam reais para o mundo, tal como o são para mim e para muitos milhares de pessoas em todo o planeta".

No entanto, o trabalho literário de Alice Bailey foi realizado, numa grande parte, em colaboração (e sobre a direcção) de um outro grande Instrutor Espiritual, chamado Djwhal Khul ou, como é conhecido mais comummente (dada a sua procedência geográfica), "O Tibetano".

Esta obra grandiosa, pelo seu volume e pela informação proporcionada, começou com o livro "Iniciação, humana e Solar", no qual se transmite a realidade da existência da Hierarquia de Mestres de Sabedoria, a que aludem (sob diferentes nomes) as diversas grandes religiões e a que, modernamente, já se haviam referido Helena Petrovna Blavatsky e outros autores da Sociedade Teosófica.

Da colaboração acima referida, que se prolongou durante três décadas, surgiram outros títulos como "A Luz da Alma"- um comentário sobre "Os Aforismos de Yoga" de Patanjali, texto de grande antiguidade e sabedoria tradicional - "Um Tratado sobre os Sete Raios" - obra em 5 volumes, na qual se versam temas tão variados como a psicologia, a cura e a astrologia (não no sentido popularmente conhecido, o qual é uma pura desvirtuação profana e exotérica mas, sim, no sentido profundo, ou seja, esotérico) e, ainda, o caminho da iniciação e suas regras -, "Problemas da Humanidade", "A Exteriorização da Hierarquia", "Discipulado na Nova Era" (2 volumes), etc.

Justifica uma menção à parte o livro "Um Tratado sobre Fogo Cósmico", que se apresenta como uma continuação, fundamentalmente numa perspectiva psicológica, de "A Doutrina Secreta", de H.P.Blavatsky (a quem, em justiça, o mundo nunca poderá pagar a portentosa obra que realizou para a Humanidade). "Um Tratado sobre Fogo Cósmico" é um trabalho de extraordinário volume (mais de 1.200 páginas no original em Inglês), em que se explana o vasto esquema da manifestação e da evolução universal.

Em geral, pode dizer-se que a obra escrita por Alice Bailey representa um marco notável na espiritualidade do século XX, pela ingente quantidade de conhecimento aportado e pela raríssima clareza de expressão, constituindo um quase inesgotável manancial de esclarecimento das grandes e eternas verdades que subjazem ao ensinamento religioso de todas as épocas e de todas as culturas.

Aborda, em simultâneo, temas de invulgar profundidade filosó-fica e questões de imediato interesse prático, transportando um repetido apelo ao serviço sério, inteligente e persistente à causa do verdadeiro progresso da Humanidade e alertando contra os perigos do astralismo ilusório e do psiquismo inferior.

A Escola Arcana

Em 1923, juntamente com o marido (Foster Bailey) e alguns estudantes, AAB criou a Escola Arcana, a que presidiu o conceito de gerar um centro onde os respectivos membros tivessem plena liberdade e não se vissem obrigados a fazer juramentos nem a contrair compromissos; o que, sim, lhes proporciona a referida Escola é a meditação, estudos e ensinamento esotéricos, concedendo liberdade para fazer os seus próprios ajustes e interpretar a verdade de acordo com a natureza e a capacidade própria de cada um.

Na Escola Arcana (que ainda hoje continua a transmitir ensinamento a quem o solicite), não se exige obediência a ninguém ou, tão pouco, a Mestre algum. Em contrapartida, enfatiza-se a existência do Mestre no Coração ("Cristo em nós", como lhe chamava São Paulo), da Alma, do verdadeiro homem espiritual dentro de cada ser humano. Do mesmo modo, não se criam impedimentos a que os estudantes trabalhem em qualquer outro grupo, nomeadamente espiritualista ou religioso; apenas se lhes pede que considerem essa actividade como um campo de serviço a favor da Humanidade.

Boa Vontade Mundial
Uma das mais conhecidas actividades de Alice A. Bailey e Foster Bailey foi a de lançar o movimento de Boa Vontade Mundial (World Goodwill).

Surgiu no período entre as duas grandes guerras mundiais, quando na Europa e nos Estados Unidos da América se gerou um forte ideal pacifista. A Boa Vontade Mundial (BVM), movimento que ainda existe e exerce a sua benéfica influência, fundou-se com o objectivo de congregar vontades, sentimentos e pensamentos de todas aquelas pessoas que tinham e têm a convicção de que os problemas com que se defronta a Humanidade podem ser solucionados através do diálogo, da cooperação e da aplicação da boa vontade - não uma boa vontade passiva, ingénua ou débil mas, sim, forte e enérgica, com toda a carga que está inerente a actuar com o ideal da união e não destruição, fusão e não sectarismo, amor e não ódio.

Curiosamente, produziu-se um desentendimento entre o trabalho da Boa Vontade Mundial e do movimento pacifista, uma vez que este último não compreendeu que a BVM tomasse partido a favor dos Aliados em plena 2ª Guerra Mundial, quando todas as tentativas de negociação já haviam fracassado. O movimento pacifista propugnava a neutralidade total no conflito (mesmo enquanto a Alemanha e o Japão massacravam países e minorias étnicas); a BVM entendia que os Aliados representavam, pelo menos parcialmente, os valores da democracia, liberdade, igualdade e dignidade humana, pelo que sustentou e defendeu a sua causa.
Nos nossos dias, a Boa Vontade Mundial goza do reconhecimento das Nações Unidas, com as quais colabora, e congrega milhares de pessoas (em todo o mundo) que consideram que a Humanidade pode resolver os seus problemas conformemente aos princípios de Amor e Fraternidade, denunciando que o ódio, o separatismo e o egoísmo representam as maiores ameaças para o desenvolvimento mundial.

Conclusão

Alice Bailey foi, como vários outros grandes vultos, um instrumento de descodificação das leis universais. A expensas da sua reputação, dos benefícios e do prestígio da sua classe social e, inclusive, da saúde física, levou por diante um enorme trabalho de divulgação dos princípios espirituais que regem o mundo, nomeadamente:

- Que existe um Deus Transcendente mas que também é Imanente em todo o Universo, podendo os seres humanos expressar em si mesmos os três aspectos da Divindade (Conhecimento, Amor e Vontade);

- Que o Universo se rege pela Lei de Causa e Efeito (conhecida no Oriente por Lei do Karma), que tem por fim equilibrar as forças em toda a manifestação;

- Que o Universo se aperfeiçoa cons-tantemente, através das miríades de elementos (como nós) que o compõem, e que essa é uma Lei de Evolução a que nenhum Plano de Manifestação (ou Mundo) se subtrai;

- Que o processo de levar a cabo essa evolução é regido pela Lei de Renascimento, sob a qual as cons-ciências, cada vez mais desenvolvidas, de todos os elementos que compõem o Universo se vão aperfeiçoando através do acúmulo de experiências nas sucessivas manifestações ou existências. `
Alice Bailey foi, assim, mais um elo na interminável cadeia de grandes vidas que, sem nada pedir em troca, trazem Conhecimento e Inspiração à Humanidade.

Javier Martinez
Licenciado em Direito; Professor Universitário em Madrid; Dirige uma das delegações do CLUC em Espanha.

Entendimento


"Quem nos entende, pode nos transformar."

A inocência e sinceridade enriquece a vida humana.
Desperta a pureza.
Incentiva o amor.
Incluí.
É sábio.
Quando encontramos alguém que acredita em nós, o nosso jardim interior enche-se de beleza e harmonia.
A amizade nos impulsiona a crescer.
O incentivo sincero abre portas.
E novos recursos emergem de dentro.
"A Inocência nós protege.!"


Inspirado na leitura do livro: O Dom Supremo é um livro de Paulo Coelho, adaptação livre do livro "A Melhor Coisa do Mundo" (The Greatest Thing in the World), de Henry Drummond.

O Amor Transforma


"Deus é amor! 
Um amor que ao nos penetrar, suaviza, purifica, e a tudo transforma.
Afasta o que esta errado, renova, regenera, reconstrói o interior do homem. 
O Poder da vontade não transforma o homem. 
O tempo não transforma o homem. 
O Amor transforma.

(O Dom Supremo é um livro de Paulo Coelho, adaptação livre do livro "A Melhor Coisa do Mundo" (The Greatest Thing in the World), de Henry Drummond.)

Injustiça


"O amor não se alegra com a Injustiça, mas regozija-se com a verdade."

Aquele que sabe amar, ama a verdade.

Para se dizer a verdade é preciso estar em contato com a Natureza mais profunda do Ser.

É aceitar aquilo que é.

E reconhecer a si mesmo no outro.

É ser sincero.

 E estar no ser.

Para que um relacionamento de amor dê certo.

Bert Hellinger fala com muito propriedade sobre relacionamento para que ele possa dar certo e quais os desafios que levam a separação.

E eu concordo plenamente.

O primeiro passo para o êxito de uma relação:

- Um precisa respeitar o outro. Isso é básico. Se não há respeito à poucas chances de união.

- Respeitar o outro como ele é! Eis o maior desafio da nossa cultura. Por que o vicio de pensamento que todos possuem é a ideia que temos que mudar o outro para ele ser melhor, muitas vezes por trás disso existe apenas manipulação e controle. Isto é...medo. Medo de entrega. Medo de Amar verdadeiramente.

- Desejar modificar o outro. Grande erro.

- Ter um modelo pré-definido de como a pessoa deve ser.

O que acontece é o seguinte, tudo isso é um ato de desamor ao outro. Quem não se sente amado e nem respeitado pelo jeito que é, não pode permanecer na relação. Todos nós buscamos intrinsicamente o respeito. Respeitar a si mesmo é um ato de coragem que leva a recuperar a auto-estima e a auto confiança.

E a base do amor próprio. Sem isso, você pode estar numa relação destrutiva. Onde um é contra o outro.

Isso não é amor. É guerra silenciosa e tem um efeito destruidor na vida de ambos.

Se você concorda com seu parceiro e aceita ele como ele é, existe base para um amor seguro e nutritivo.

"Amo você, assim como você é, exatamente como você é" 

é a base do amor.

E o amor nutre e faz crescer. Próspera.

 Faz a pessoa se sentir segura, segura em relação ao amor que recebe do parceiro.

Quando você diz para a pessoa:

- Você é a pessoa certa para mim, tal como você é. Alegro-me com você da forma que você é.

Você trás paz e segurança para a união.

Quando você vai além e olha para os pais do seu amado ou amada e diz:

- Alegro-me e respeito sua mãe como ela é, e alegro-me e respeito o seu pai como ele é.

Você acrescenta força à união.

Quando você olha além da pessoa, com todo seu passado, toda sua ancestralidade, o destino dos seus antepassados e tudo de bom e de ruim que fora vivido com respeito e honra, você carrega de Luz a sua vida. Você torná-se um Ser mais luminoso. Passe a irradiar uma qualidade de Ser que todos sentem quando estão em sua presença.

Isso tudo faz parte da vida. Se você quer construir uma relação que possa ser o esteio de sua felicidade, observe esses detalhes. Eles são fundamentais.

Cida Medeiros 

Sabedoria Divina


"Deus está sempre presente em tudo, vivificando e iluminando todos os sêres.

Quem se deixa iluminar pelos raios da Sabedoria, torna-se sábio;

a Sabedoria Divina nêle é uma fôrça viva que o conduz ao conhecimento da imortalidade.

Bhagavad Gitã
A Mensagem do Mestre

A Magia do Verbo - Annie Besant


Biosofia nº3 - Outono de 1999

Vidas Maiores
Annie Besant - A Magia do Verbo

Embora Annie Besant tenha escrito, algures, que nenhum outro epitáfio para si mesma desejava excepto o de que "ela procurou seguir a Verdade", a sua figura é tão imensa e luminosa, que os mais belos adjectivos, os mais inspirados epítetos lhe foram consagrados por muitos dos que se puderam inteirar da sua natureza ímpar. Entretanto, para nós, a mais expressiva de todas as imagens deve-se a Charles Blech, Secretário-Geral da Soc. Teosófica de França no princípio do século: "A Alma de Diamante". Annie Besant foi, sim, (um)a alma de diamante – tão forte e tão delicada, tão bela e tão resistente, brilhando intensamente em tantas e tantas facetas…

Infância, Juventude, Casamento e Separação

Annie Wood nasceu em 1 de Outubro de 1847, em Londres, mas a sua ascendência tinha uma forte componente irlandesa, raiz que sempre lhe agradou. Os avós pela parte da mãe - mulher de grande sensibilidade - eram ambos irlandeses, o mesmo acontecendo pelo lado materno do pai - homem de sólida cultura humanista, matemático e professor de Francês, Alemão, Italiano, Espanhol e… Português.
O pai de Annie morreu dias depois de esta completar cinco anos. Iniciou-se então uma época difícil para a mãe viúva, tanto do ponto de vista emocional, como económico. No entanto, aos oitos anos, quando (com o irmão Henry e a mãe) foi viver para Harrow, numa casa antiquíssima que se abria para um amplo jardim, de luxuriante arvoredo, Annie viveu um período feliz. Escreveu ela, na sua Autobiografia: "Não havia ali árvore a que eu não tivesse trepado, e uma delas, um frondoso loureiro de Portugal, era a minha morada predilecta. Ali tinha o meu dormitório e a minha estância, o meu estudo e a minha despensa. Nesta, guardava as frutas que podia colher livremente das árvores e, no estudo, permanecia horas sentada, com alguns dos meus livros favoritos".

Entretanto, a Sra. Marryat, irmã de um conhecido escritor da época, ofereceu-se para providenciar a Annie uma educação esmerada. Tal foi aceite, embora implicasse que Annie passaria menos tempo com a mãe - uma decisão bem difícil visto que, citando mais uma vez as palavras da nossa heroína, referindo-se à mãe, "o meu amor por ela era idolatria, e o seu por mim era devoção". Ainda que só se reunindo nos períodos de férias, "o vínculo de amor entre nós duas foi tão tenaz que nada pôde rompê-lo".
A Sra. Marryat tinha alma de educadora, do que beneficiava um conjunto crescente de raparigas e rapazes ("eu jogava críquete e sabia trepar como o melhor deles"). Este último facto era inusual na época, como se sabe. Annie, cujo sentido de reverência, respeito, gratidão e lealdade foram exponenciais durante toda a vida, enalteceu aquela amiga: "Careço de palavras para expressar o que lhe devo, não somente em conhecimentos mas, também, em amor pela sabedoria, que desde então viveu em mim como um constante estímulo para o estudo".

O tipo de educação que recebia, tanto da mãe como da Sra. Marryat, acentuaram a natural religiosidade do carácter de Annie, para quem os sonhos místicos, as visões de fadas e duendes, o entusiasmo ao ler os contos dos primitivos mártires cristãos - que sonhava viver por si mesma -, a citação dos textos evangélicos, eram muito mais sedutores do que os afazeres e os prazeres da vida terrena quotidiana. A sua devoção religiosa de então tinha o selo do arrebatamento e da generosidade que caracterizaram toda a vida de Annie - ela só sabia ser autentica e seriamente, não importando quais as circunstâncias ou campo de actividade.

Tal veio a conduzir a que, aos 19 anos, sem jamais ter tido namoros ou nisso pensado seriamente - pois seus ideais haviam sido "minha mãe e o Cristo" -, ficasse noiva do Reverendo Frank Besant, com quem casou um ano e três meses depois. O seu futuro marido tomou como interesse amoroso uma convivência que, para Annie, mais não era do que a oportunidade de conversar sobre temas religiosos. Aturdida de surpresa quando Frank a pediu em casamento, permaneceu em silêncio, envolta em sentimentos de culpa por haver dado azo à situação; tais sentimentos, levados ao extremo, combinados com a esperança de que, como "esposa de um pastor, melhor do que de outras maneiras, teria oportunidade de praticar o bem", levaram-na a vencer a sua "aversão ao matrimónio" e a comprometer-se. Já noiva, tentou romper o compromisso mas não foi além da tentativa, para não magoar a sua mãe, que considerava suprema desonra se a filha faltasse à palavra dada. Assim, sem entusiasmo e sem preparação, casou (ou melhor, deixou-se casar). Leviandade e irresponsabilidade - pensarão alguns; consequência da diferente focalização dos seus interesses (que a tornou menos sagaz e desperta para as "coisas comuns") e de um escrúpulo, sentido de lealdade e de não magoar levados ao extremo - pensamos nós. Um amigo de Annie, comentou a propósito, com extraordinária exactidão: "Como ela não podia ser noiva do céu, tornou--se noiva do Senhor Frank Besant, que dificilmente seria um substituto adequado".
De facto, não o foi. A aspereza miudinha de Frank suscitou em Annie Besant (A.B.) "primeiro, incrédula estranheza, depois uma torrente de lágrimas de indignação e, passado algum tempo, uma resistência orgulhosa, desafiadora, fria e rígida como ferro. A desenvolta rapariga, radiante, impulsiva, ardorosa, entusiasta, transformou-se - e bem rapidamente - numa grave, altiva e reticente mulher, que sepultava sob as profundidades do coração todas as suas esperanças, temores e desilusões". Assim, o único feliz resultado do casamento foram dois filhos (um rapaz e uma rapariga), unidos para sempre a Annie por um enlevado amor, e particípes, quando adultos, das nobilíssimas causas a que se consagrou. Tudo o resto, constituiu um tormento para A.B., nomeadamente as visitas sociais de senhoras cujas conversas a "enfastiavam enormemente, e que eram tão indiferentes a tudo o que me enchia a vida - teologia, política, ciência - como eu o era às suas discussões sobre o noivo das suas empregadas e as extravagâncias das suas cozinheiras".
As Dúvidas Cruéis...

Rapidamente, entretanto, cruéis dúvidas de âmbito religioso a torturaram até às fibras mais íntimas. Damos de novo a palavra à própria Annie Besant, que eloquentemente expressou o quanto isso podia significar: "Só por uma imperiosa necessidade intelectual e moral, uma mentalidade religiosa se sente arrastada para a dúvida, porque ela representa uma comoção que faz sossobrar os fundamentos da alma e que tudo faz vacilar: nenhuma vida debaixo do vácuo céu, nenhuma luz na obscura noite, nenhuma voz a quebrar o mortal silêncio, nenhuma mão que se estenda, salvadora. Os frívolos de cérebro vazio, que nunca tentaram pensar, que aceitam as crenças como aceitam as modas (…), na sua superficial sensibilidade e ainda mais superficial mentalidade, não podem nem por assomo imaginar a angústia que produz a mera penumbra do eclipse da fé e, menos ainda, o horror da profunda escuridão, em que a alma órfã grita no vazio infinito…".

Que dúvidas eram essas, que lhe tiravam o sono de muitas noites e a própria vontade de viver? Não eram as pequenas superficialidades sociais com que os chamados fiéis (na verdade alheios à vivência religiosa, salvo no sentido de, à cautela, fazerem um seguro para o Céu e a Protecção Divina) se ocupam uma, duas, três vezes na vida, ou que os media realçam dos discursos papais ou de outras autoridades eclesiásticas; tão-pouco eram preocupações com a sua salvação pessoal mas, sim, no essencial: "Pode, acaso, haver um castigo eterno depois da morte, como sustentam as Igrejas? Existindo um Deus bom, como pôde criar a Humanidade, sabendo previamente (presciência divina) que a maioria dos homens sofreria para sempre as torturas do inferno? Existindo um Deus equitativo, como podia permitir a eternidade do pecado, de maneira que o mal fosse tão duradouro como o bem? Como explicar os pontos de semelhança entre religiões mais antigas e o Cristianismo, se havia sido educada na convicção de que este era a única religião verdadeira, sendo falsas todas as outras?
Estes e outros problemas similares tocavam em pontos tão importantes e sérios para Annie que (não encontrando resposta satisfatória, depois de exaustiva busca) lhe impediram de se continuar a considerar cristã ou sequer, como o marido pretendia impor, de participar em actos e cerimónias que pressupunham que o fosse. Diante das mais sérias interrogações sobre o sentido da Vida, ela não podia fingir, nem para si mesma nem para ninguém. (Anos mais tarde, ao renunciar ao materialismo, definiu a exigência que a verdade, fosse qual fosse, lhe suscitava, dizendo: "… não me atrevo a comprar a paz com uma mentira; imperiosa necessidade me induz a dizer a verdade tal como a vejo, agradem ou não as minhas palavras, receba louvor ou vitupério. Devo manter imaculada esta fidelidade ao verdadeiro, mesmo que me custe amizades, mesmo quebrando laços humanos. A verdade poderá conduzir-me a um deserto, poderá privar-me de todo o afecto - mas devo segui-la. Ainda que me tirasse a vida, confiaria nela").
Assim, quando o marido lhe deu a escolher entre duas únicas opções, a submissão ao fingimento ou a separação, esta foi inevitável, por muito incómoda, dura e até escandalosa que fosse na época. Tendo sido difícil a luta pela sobrevivência que se seguiu, bem mais dolorosa foi a privação da custódia dos seus filhos, imposta em tribunal por homens cheios de preconceitos religiosos. A decisão fundamentou-se, exclusivamente, nas opções filosóficas de Annie que, diziam, não lhe permitiria ser uma boa educadora. No entanto, tão logo atingida a maioridade e a liberdade de escolha, ambos os filhos se juntaram à mãe, que continuaram adorando com devoção e orgulho…

Trabalho Social e Político
Depois da separação, com apenas 25 anos de idade, Annie dedicou-se mais do que nunca às questões religiosas e filosóficas que a atormentavam, alargou mais e mais o seu interesse pela política e pela ciência, ampliou a sua cultura até níveis extraordinários, o que mais tarde lhe permitiria tratar com à vontade qualquer questão que, mesmo inesperadamente, se lhe apresentasse. As pessoas surpreendiam-se ao ver aquela jovem de rosto simultaneamente formoso e grave, seria e austeramente concentrada nas mais abstrusas leituras.
A sua reflexão sobre as questões religiosas conduziu-a até posições de agnosticismo (foi Vice-Presidente da Nacional Secular Society); tendeu para o ateísmo mas com um sentido tão profundo e uma concepção tão entranhada do uno (uma eterna e única substância) oculto no múltiplo, que uma estreita linha a separava (temporariamente, como veremos) de um esclarecido misticismo e de uma visão hylozoísta do universo; sustentou uma ética de rigoroso altruísmo e escrupulosa dignidade, fundada no dever da correcção pela correcção e não, como acontece na postura religiosa comum, na esperança de qualquer prémio ou no receio de qualquer castigo.
Ao mesmo tempo, interessou-se vivamente pelas agudas questões sociais de então - tendo, a certa altura, chegado a ser uma destacada militante socialista ("um socialismo de dar e não de tomar", como escreveu no seu livro "O Mundo de Amanhã"), pelos direitos das mulheres, de que foi uma verdadeira campeã (assumindo pioneiramente posições que só muito mais tarde se foram generalizando) e, em geral, pelo reconhecimento pleno das liberdades de expressão (nesse campo, muito é devido a ela e a um punhado de companheiros de então). Em todas estas causas se empenhou com extraordi-nário ardor, intrépida coragem e notável talento oratório e literário, tendo convivido com homens
de vulto como Charles Bradlaugh (um dos maiores amigos em toda a sua vida) e George Bernard Shaw (que por ela nutriu a mais viva admiração).
Assim, em plena década de 1880, Annie Besant era uma figura largamente reconhecida e famosa, especialmente na Grã-Bretanha. Entretanto, por detrás do seu carácter voluntarioso e do vigor da sua inteligência, existia um enorme coração, cheio de ternura, que se expressava através de múltiplas actividades fliantrópicas, de uma constante solicitude perante a dor, de amizades vividas com amplo sentido de fraternidade. Simultaneamente, ia constatando a insuficiência das suas concepções materialistas, quer como explicação do Universo e da Vida, quer como força suficientemente congregadora e regeneradora da Humanidade. Deste modo, continuava a reflectir e a buscar profundamente…

O Encontro com a Teosofia e com HPB
No início de 1889, uma das suas actividades era a de jornalista (em colaboração estreita com o Sr. W.T. Sead, de convicções cristãs, numa demonstração de que homens e mulheres de boa vontade se podem sempre entender no essencial). Foi nessa qualidade que, para fazer uma crítica literária, lhe chegaram às mãos os dois grossos primeiros volumes da incomparável obra "A Doutrina Secreta" (com o subtítulo "Síntese da Ciência, da Religião e da Filosofia"), de H.P.B. - Helena Petrovna Blavatsky (Ver o número 1 de "Biosofia").

Annie Besant levou os livros para casa e, ao lê-los, ficou assombrada. Os véus descerravam-se. Ali estavam as ligações que antevira e procurava, mas que ainda lhe faltavam, para aceder da ciência puramente materialista à ciência do espírito, à filosofia integral, à divina sabedoria ("teo"+"sofia"). Damos-lhe de novo a palavra: "Como me era familiar o assunto! Como voava a
minha mente, pressentindo as conclusões! Quão natural me parecia o tema, quão coerente, subtil e inteligível! Estava maravilhada, ofuscada pela luz que me mostrava tantas partes de um grande todo e resolvia todas as minhas dificuldades, enigmas e problemas".
Redigiu a crítica, naturalmente brilhante e entusiasmada, e escreveu a Helena Blavatsky, pedindo permissão para a visitar. A resposta foi afirmativa e H.P.B. recebeu-a com um veemente aperto de mãos, exclamando: "Ó querida Senhora Besant! Há quanto tempo eu desejava conhecê-la". Este primeiro encontro deixou uma forte impressão em Annie, que pouco tempo depois repetiu a visita, informando-se melhor sobre como ingressar na Sociedade Teosófica (ST). H.P.B. olhou-a penetrantemente e deu-lhe um relatório, com cerca de 4 anos, da Society for Psychical Research (SPR), pedindo que o lera antes de se decidir. (Vem a propósito referir que esse famigerado relatório, elaborado por uma única pessoa, retratava HPB como uma impostora fraudulenta. Escrito com o mais puro sectarismo, ainda hoje é mencionado na generalidade dos livros e enciclopédias da "cultura oficial" sobre HPB e a ST. Não obstante, foi a própria SPR a reconhecer, através de muitos dos seus membros - alguns, aderiram mesmo à ST - e, mais tarde, publica e expressamente como instituição, o carácter tendencioso, parcial, infundamentado e insubsistente desse relatório - mas esta reposição da verdade é omitida nos mesmos livros e enciclopédias. Assim se espezinham reputações!…).
Annie leu o relatório e rapidamente verificou a sua inanidade. Ademais, "como podia eu aceitar tudo aquilo contra a natureza franca, leal, destemida de que eu percebera um vislumbre? Contra a altiva e ardente sinceridade que resplandecia daqueles olhos honrados e impávidos, cheios de infantil nobreza?". Deste modo, logo no dia seguinte, formulou o pedido de ingresso na Soc. Teosófica. Depois de receber a resposta positiva, dirigiu-se a casa de H.P.B. Eis o relato dessa visita, pela pena de A. Besant:
"… encontrei H.P.Blavatsky sozinha; aproximei-me dela, inclinei-me e beijei--a sem proferir uma palavra. - 'Você ingressou na Sociedade?' - 'Sim.' - 'Leu o relatório?' - 'Sim.' - 'E então?' Caí de joelhos, apertei as suas mãos entre as minhas e, fitando-lhe os olhos, respondi: - 'Quer aceitar-me como discípula e dar-me a honra de a proclamar ao mundo como minha instrutora?' O seu austero semblante se modificou e lágrimas irreprimíveis lhe arrasaram os olhos; depois, com dignidade mais do que régia, colocou a sua mão sobre a minha cabeça, dizendo: Que nobre mulher é você! Que o Mestre a abençoe!"
.
Que momento tão raro, sublime e extraordinário o do (re)encontro desses dois gigantes do espírito - um abraço inolvidável, um reconhecimento vindo das profundezas do tempo, uma celebração de uma fraternidade sem mácula, uma passagem de testemunho por evidência de legitimidade!

De facto, nos anos seguintes, e ao longo dos restantes 44 anos e meio da sua vida, Annie Besant não perdeu oportunidade de defender a sua grande Amiga (a que terá compreendido mais intima e profundamente do que ninguém), de dar a conhecer ao mundo a sua obra, de pôr em relevo a sua imensa Sabedoria e nobilíssima estirpe. Fê-lo de modo desassombrado, inequívoco, entusiástico - com o entranhado sentido de gratidão e honradez que sempre a caracterizou.

Neste artigo, porém, interessa sobremaneira realçar que também H.P.B. se referiu de forma repetida - e altamente elogiosa e enfática - ao carinho, enlevo e admiração que A. B. lhe despertou. Citemos algumas palavras escritas pelo próprio punho de Helena Blavatsky: "A minha amiga e colega, Annie Besant, que é hoje o meu braço direito"; "Os discursos foram feitos por Sinnett e outros mas, é desnecessário dizer, ninguém falou tão bem como Annie Besant. Oh, Céus, como esta mulher fala! Espero que você possa ouvi-la"; "Que mulher de grande coração, nobre e maravilhosa ela é!"; E, sintetizando tudo numa frase, assim definiu H.P.B. a Annie Besant: "única", "incomparável".
Desta forma, havendo com ela convivido somente dois anos (bem menos do que com outros companheiros de trabalho), Helena transmitiu a Annie a liderança espiritual, do núcleo mais interno, da Sociedade Teosófica (permanecendo o Coronel Olcott como seu Presidente) e fez claramente constar essa sua vontade, antes de morrer, em Maio de 1891.
Também, aliás, o Cor. Olcott veio a expressar a sua extremada e intocável admiração por Annabay. Três
ou quatro (entre tantas) passagens do seu livro "Old Diary Leaves" bastam para o ilustrar: "Ela é, na verdade, o agente escolhido para fazer frutificar as sementes que foram lançadas por H.P.B. e por mim durante os anteriores quinze anos"; "Nunca encontrei uma mulher mais consistentemente religiosa do que ela, nem cuja vida tenha sido um mais alegre auto-sacrifício. As minhas bendições estarão com ela, onde quer que vá"; (comentando uma digressão pela Índia, em que acompanhou Annie Besant para esta proferir uma série de conferências) "recordo a mais esplêndida série de discursos que ouvi em toda a minha vida, e a íntima fraternidade com uma das mulheres mais puras, mais altamente inteligentes e mais elevadas em termos intelectuais e espirituais da sua geração ou de qualquer outra época histórica de que eu tenha conhecimento"; "posso conscientemente afirmar que em toda a minha vida nunca encontrei uma mulher mais nobre, altruísta e íntegra nem uma cujo coração estivesse cheio de um maior amor pela humanidade".

A Melhor Oradora do Mundo
No campo teosófico, Annie Besant veio encontrar a possibilidade de conciliar a sua natureza mística com uma só-lida filosofia, a ciência das coisas físicas com a ciência dos mundos suprafísicos, a liberdade de pensamento e de expressão com uma rigorosa noção de ética, de dever e de ampla filantropia; chegou a uma base sólida e motivadora da fraternidade universal; pôde, enfim, identificar-se com uma concepção do Divino destituída dos habituais antropomorfismos; deparou-se com a demonstração de que existe uma Sabedoria Perene, uma Ciência Universal, uma Religião-Sabedoria de que procedem todas as grandes escolas filosóficas espiritualistas e todas as grandes religiões, sem que (por isso) a verdade de uma exclua a verdade das outras.
Deste modo, A. B. entregou-se ao novo trabalho, que abraçou com toda a força de alma, com uma generosidade que jamais mediu sacrifícios, com um ânimo inquebrantável de lutadora, entretecido numa espontânea afectividade, numa ampla cultura e num génio literário e oratório que rapidamente a tornaram na mais celebrada figura da Sociedade Teosófica. Representou, desta forma, uma fonte de prestígio, de brilho e de solidez para a ST, contribuindo mais do que ninguém para o seu rápido crescimento em número de membros e em pujança no mundo.
Pouco tempo depois da sua adesão, disponibilizava a sua casa para aí se sediar a ST de Inglaterra, visto não ser possível continuar a pagar a anterior localização. O seu contributo para o crescimento da biblioteca da sede mundial da ST em Adyar (um importante centro de pesquisa não somente para teósofos mas, também, para inúmeros estudiosos e eruditos) foi igualmente de relevo nos anos que se seguiram.
Escreveu inúmeras obras (há mais de quatro centenas de livros e opúsculos da sua autoria!), nas quais desdobrou e apresentou de modo mais simples e claro
os profundos conceitos da "Doutrina Secreta", além dos que resultavam da sua própria investigação e do estudo (integrado) das fontes tradicionais. Alguns dos
seus livros - por exemplo, "A Antiga Sabedoria", "Um Estudo sobre a Consciência", "O Cristianismo Esotérico", "O Mundo de Amanhã", "Evolução da Vida e da Forma", "A Genealogia do Homem", "Sete Grandes Religiões" (os dois últimos, reproduzindo uma série de conferências) - podem considerar-se verdadeiros tesouros, sendo todos os restantes de grande interesse e utilidade.
Foi, todavia, enquanto conferencista que o seu trabalho atingiu maior brilho e fulgor. Tal havia sido antecipado por H.P.B. quando, confirmando uma importante experiência espiritual de Annie, assinalou, não obstante, que o seu trabalho principal seria "A Magia do Verbo". Contam-se por muitos milhares as palestras que Annie Besant realizou, chegando a proferir três no mesmo dia. Por exemplo, nos 50 dias entre 16 de Novembro de 1893 e 7 de Janeiro de 1894, na Índia, deu um total de 48 conferências. Falava invariavelmente de improviso e com pequeno tempo de preparação dos temas. O magnetismo e a autoridade que dela emanavam, a fluência rítmica dos discursos e a força das imagens, a concatenação das ideias e a solidez dos argumentos consagraram-na como "a mais brilhante conferencista de Inglaterra", "a melhor oradora da sua época" (Bernard Shaw) e, segundo muitos testemunhos, "a melhor oradora do mundo" (esta última expressão encontra-se, por exemplo, num livro de M. Lutyens, basicamente hostil à ST e depreciativo de A.B.). O dramaturgo e novelista Enid Bagnold comentou a propósito de uma conferência de Annie Besant no Queen's Hall de Londres (1912) : "Quando ela subiu à plataforma para discursar, estava flamejante. A sua autoridade chegava a todo o lado".
Os seus discursos culminavam quase sempre numa torrente de aplausos, que se chegavam a prolongar por dez minutos - numa conferência na Sorbonne, em 1910, prosseguiram longamente já fora da sala. A sua primeira série de conferências na Índia (em 1893/94) foi um sucesso tão grande que, rodeada de multidões, chegou a ter que falar sobre pequenas plataformas, do diâmetro de um chapéu, em equilíbrio precário - e, à medida que o seu prestígio se avolumava, mal podia circular pelas ruas, entre as gentes que a queriam ver, tocar, expressar a sua admiração e gratidão. Discursando para 5.000 pessoas, sem meios de amplificação, era tal a penetração da sua voz e de tal modo impressionante e quase sagrado o silêncio dos ouvintes, que se fazia ouvir por todos, mesmo quando baixava o tom para alguma passagem mais íntima e tocante. Em 1900, em Paris, foi tão grande o seu triunfo ao discursar num congresso que, depois de acabar, e
enquanto voltava para o lugar, caminhou dezenas e dezenas de metros sob o clamor entusiasmado da assistência, que a cobria de flores atiradas à sua passagem - coisa ali jamais vista. Estes factos eram tão mais notáveis, quanto é certo que nada havia nela de teatralidade ou de apelo ao culto da personalidade - pelo contrário, inúmeras vezes fez questão de expressamente o recusar.
Por todos os Meios
Foi, portanto, com absoluta naturalidade que, em 1907, após a morte do Coronel Olcott, se deu a sua eleição para Presidente da Sociedade Teosófica - de acordo, aliás, com a vontade que o seu antecessor manifestara -, cargo que exerceu durante 26 anos.
A pujança que a ST havia alcançado e o admirável génio de Annie Besant, conjugadamente com o conhecimento de certos riscos mas, também, de certas oportunidades cíclicas - impossíveis de expor neste artigo, por razões de espaço - fizeram-lhe surgir a esperança de se poder induzir uma grande mutação nos valores dominantes no mundo (tão caracterizados pela ignorância, pela superficialidade, pelo sectarismo e pelo ódio, de que os grandes conflitos e horrores deste século XX são exemplos evidentes), substituindo-os pela cultura superior do espírito, pela fraternidade de todos os povos, pela síntese do Poder, do Amor e da Sabedoria, pela acção concertada dos labores político, científico, filosófico, artístico, pedagógico e filantrópico, unidos por um revigoramento religioso, no seu sentido universal e inclusivo.

Assim, cheia de energia e de sensibilidade pelo sofrimento alheio, A.B. trabalhou intensamente em todos estes sectores e apelou ao trabalho, à generosidade e à congregação de esforços de todos os que podiam contribuir para a cons-trução de um mundo melhor. O seu trabalho, a partir da Soc. Teosófica, multiplicou-se em tantas facetas e institui-ções vocacionadas para o Serviço à causa da evolução da Humanidade, que seria exaustivo enumerá-las. Sentiu, entretanto, que era necessário uma figura de referência que pudesse incutir um novo impulso à espiritualidade humana, congregando as forças de regeneração, e (juntamente com C.W.Leadbeater) julgou havê-la encontrado num jovem hindu, de apenas treze anos: J.Krishnamurti. Este veio, efectivamente, a ser um homem excepcional, um dos mais reconhecidos pensadores do Séc. XX, embora tenha enveredado por caminhos algo diferentes dos trilhados pela grande protectora da sua juventude e (no nosso entender meramente pessoal, ainda que muito convicto) tenha mostrado bem pouca gratidão para quem o reconheceu contra toda a evidência formal (aos treze anos, era considerado muito pouco inteligente pelos seus professores e por todos quantos o conheciam), o retirou da miséria, o rodeou de carinho, o educou primorosamente, o projectou para a notoriedade mundial e ainda soube ter solicitude e fraternidade quando essa mesma notoriedade foi usada contra aqueles que a haviam propiciado… Não resistimos à tentação de pensar o que poderia ter acontecido se as coisas houvessem sido de outra forma, quer da parte de Krishnamurti, quer da parte de alguns membros da ST menos sensatos e lúcidos. Na verdade, na verdade, o problema talvez fosse este: Annie Besant, havia apenas uma…

A Índia Bem-Amada

Embora continuando a viajar por todo o mundo, transportando o seu entusiasmo, as suas sempre novas iniciativas, a sua palavra inspirada e alentadora, foi na Índia que, a partir de 1893, Annie encontrou o seu lar. Foram impressionantes a sua dedicação pelo renascimento da cultura e da espiritualidade hindu, o seu amor pelas gentes entre as quais elegeu viver, a sua constante atenção pelos problemas contemporâneos e pelas perspectivas futuras da velha Ariavarta (ou seja, a terra dos antigos hindus). Ela foi uma corajosa anti-colonialista avant la lettre, com a singular peculiaridade de ser nativa do país colonizador. Dirigindo--se aos povos ocidentais, num trecho significativo, escreveu algures: "A Índia tem muito a oferecer-vos no domínio religioso. Pode dar-vos uma religião científica, coisa que mal haveis sequer imaginado. Aqui (no Ocidente), a religião, frequentemente, mais não é do que uma crença cega ou um delírio emocional. Na Índia, a religião é intelectual e científica. A psicologia hindu faz parte da religião. A Índia compreende o mental e o espírito, e sabe como podem ser desenvolvidos e treinados. No que o Oriente e o Ocidente, quanto a isso, diferem, é que a ciência ocidental é limitada ao mundo físico enquanto a Índia é científica na sua religião e conduz a ciência no domínio da psicologia, preferentemente ao domínio físico" (L'Avenir Eminent, 1916, Editions Théosophiques, Paris). É digna de nota a antecedência com que isto foi proclamado relativamente ao grande interesse que muitos proeminentes vultos da ciência, desde há 30/40 anos, vêm demonstrando pela espiritualidade oriental. Não devemos omitir gratidão e justiça a quem a merece: talvez ainda hoje (os que não temos o estúpido complexo de superioridade da nossa desumana e, tantas vezes, brutal e tirânica civilização euro-americana) não nos tivéssemos apercebido dos tesouros da velha e profunda filosofia e psicologia oriental, se não fora a determinação pioneira de Helena Blavatsky, Henry Olcott, Annie Besant…
Todo o ocidental medianamente informado conhece a figura de Gandhi; porém, a cultura oficial continua a silenciar que ele só se tornou consciente do valor da sua Índia (que, até então, considerara vergonhosa) pela influência dos teósofos e, nomeadamente, de H.P.B. e de A.B. De resto, foi Annie Besant quem lhe preparou o caminho e propiciou a ocasião para que se tornasse conhecido, dando-lhe a palavra
na memorável inauguração da Universidade de Benares (a primeira que existiu na Índia), criada sob o impulso da Soc. Teosófica.
É difícil imaginar a magnitude da obra educacional realizada pela ST no Oriente, especialmente pela iniciativa do Cor. Olcott e de A. Besant - centenas e centenas de escolas foram criadas sob o seu auspício. No caso de Annie, revelou-se uma especial preocupação com a mulher indiana, incentivando e promovendo a sua educação (coisa singular há cem anos atrás). A par disso, transportava no seu coração um permanente carinho pela preservação dos melhores valores da Índia e pelo florescimento da sua cultura, filosofia e religião. Um dos seus trabalhos mais notáveis foi a elaboração de um livro de texto cujos princípios filosóficos e éticos acabaram por ser aceites pelos representantes das inúmeras correntes religiosas do hinduísmo - um formoso exemplo, na verdade.
A sua intervenção nos assuntos políticos da Índia (então ainda englobada no Império Britânico) foi tão determinante que ela - uma inglesa - foi eleita Presidente do Congresso Nacional Hindu. Criou e dirigiu vários jornais, onde sustentava ideias de autonomia e denunciava os abusos e violências dos britânicos, simultaneamente se batendo pela amizade entre os dois povos. Este equilíbrio granjeou-lhe não apenas o imenso carinho e respeito dos hindus - em muitas das suas casas, existiam retratos de Annie Besant ao lado de representações dos Rishis, Avatares e divindades do hinduísmo - mas também dos mais sensatos entre os ingleses. Um deles, Lord Haldane, Ministro da Justiça, considerou-a "o melhor estadista que já conheci". Algumas vezes, porém, as autoridades inglesas perturbaram-se com a sua actividade e chegou a ser-lhe fixada residência forçada (o que, segundo testemunho de um amigo, a fez estar como "um leão enjaulado" sofrendo pelo serviço que não podia prestar). Na sequência de uma onda de protestos, foi libertada e o seu regresso foi assim descrito, com rigor, por George Arundale: "… uma apoteose impossível de ser imaginada. Uma multidão imensa amontoava-se à sua passagem, formando um cortejo cada vez mais imponente. Aclamada pelas massas, atravessou povoados e aldeias engalanados como se se tratasse da descida de uma deusa. Flores adornavam os caminhos que os seus pés haveriam de pisar; em Bombaim, girândolas de objectos preciosos balançavam-se das casas e finas pérolas se lançavam à sua passagem. Foi uma contínua ovação, a expressão da entusiasta gratidão pela fiel amiga da Índia. Em Adyar, a sua chegada foi digna de uma epopeia".
Assim, Annie Besant é uma referência incontornável da história da Índia. Tal facto é plenamente reconhecido por Gandhi, Nehru e vários outros líderes indianos (oxalá, contudo, tivesse sido melhor entendida). A certa altura, Besant e Gandhi divergiram politicamente, o que nunca pôs em causa uma mútua admiração. Aquando do 1º centenário do nascimento de A. B., disse ele: "Quando a Dra. Besant veio à Índia e cativou todo o país, entrei em íntimo contacto com ela e, embora tivéssemos diferenças políticas, minha veneração por ela em nada esfriou. Espero, pois, que as celebrações sejam dignas dessa grande mulher". Ao contrário de M.Gandhi, Annie preconizava uma transição mais gradual e menos populista, dava prioridade a uma verdadeira reeducação dos hindus (que despertasse o seu antigo esplendor) e apostava no desvanecimento das tensões internas, sintetizando tudo na paráfrase: "Que valeria à Índia conquistar o mundo, se perdesse a sua alma?". O futuro mostrou que ela tinha razão…

Uma Autoridade Natural
Annie nunca teve receio de enfrentar o mundo para expor as suas ideias, sempre mais amplas. Era uma verdadeira força, falando, escrevendo e actuando com um saber fazer tão aprimorado, que se constituía como uma autoridade natural, cheia de encanto e afecto e, todavia, de sóbria altivez - que nunca soberba - diante da limitada mentalidade comum. Como invariavelmente acontece com todos os grandes pioneiros da evolução humana, sofreu vários dissabores e muitos ataques - mas sempre pela calúnia e pelo ardil, jamais com galhardia e ombridade. Mesmo as clivagens entre terceiros (seus colegas de trabalho) se aplacavam "por respeito a Mrs. Besant", "por consideração por Mrs. Besant" ou simplesmente se desvaneciam diante da sua presença tão digna e poderosa. Tal só deixou de acontecer quando, no crepúsculo da existência, o seu coração de leão se despedaçou e caiu enferma.

A Ardente Peregrina

Alguém escreveu um livro sobre Annie Besant com o título "The Passionate Pilgrim". Tal ela foi - uma ardente peregrina, uma apaixonada guerreira que jamais se permitiu deixar perder o estandarte que se lhe confiara. Usando uma expressão popular, dela se pode dizer que "não brincava em serviço". O seu ritmo de trabalho era impressionante: cerca de 15 horas por dia, mesmo em plenos 80 anos. Que grande, que extraordinário exemplo de quem, não obstante, tinha uma vida interior tão rica e preciosa! Para nós, Annie Besant representa o poder e a inspiração de um mar imenso de estandartes de todas as cores, inscritos com os mais belos símbolos da criatividade humana.
O final da sua vida, entretanto, ficou ensombrado pela dor imensa de ver - justamente quando as forças, enfim, lhe começaram a escassear - como alguns daqueles em quem mais depositara o seu amor e a sua espe-rança enveredavam por atitudes insensatas, de extremos opostos (e, por isso, conflituantes). Em 1931, perto dos 84 anos, como resultado de uma queda, enfraqueceu a ponto de passar grande parte do tempo acamada. Reuniu todas as forças que lhe sobravam para a Convenção Teosófica do final de 1932 e, a partir daí, a sua força vital foi-se abstraindo, até falecer, em 20 de Setembro de 1933 (homenageada, nos dias seguintes, por dezenas de milhares de pessoas), com quase 86 anos de uma existência consagrada a estudar, amar e servir. Ao seu lado estavam dois dos companheiros que, apesar de tudo, melhor puderam compartilhar do seu labor e dos seus anseios: C.W.Leadbeater e (segurando-lhe a mão) C.Jinarajadasa, que viria a ser Presidente da Soc. Teosófica entre 1946 e 1953. No órgão oficial desta instituição, no número de Outubro de 1933, culminou-se o anúncio da morte de Annie Besant com estas palavras:

"Volta em breve, ó combatente, e comanda-nos uma vez mais!"

Tentar Outra Vez
O que se segue poderá ser entendido como uma ficção sobre acontecimentos post-mortem…
M., K.H. e Outro esperavam por ela, que rapidamente se elevou até ao Devachan, estado onde, contudo, não tinha interesse em permanecer - como descansar, se há tanto a fazer?!

Então, reencontrou H.P.B. - quase todas as noites o fazia, mas agora era diferente. Como 44 anos antes, Annie curvou-se para lhe beijar as mãos, sussurrando: "Desculpa. Falhei…". Helena ergueu-a, enquanto os olhares se fundiam - num estado mais acima de uma profunda comoção - e, abraçando-a, disse: "Não, não falhaste. Foste digna e admirável. Quem faria melhor, se não Eles? Bem sabes, tivemos contra nós todos os poderes do mundo, todos os poderes da sombra, e quantas traições! Sim, vê bem, não te iludas, mesmo o teu amado ---- traiu por omissão e por vaidade mascarada de humildade; e ---- e ---- e ----, traíram por acção leviana; e tantos outros, por inércia, tibieza ou ingratidão, igualmente traíram. Mas tu, Annie, foste sempre honrada e autêntica - oh, como lutaste pela Causa Sublime!".

Também Eles estavam presentes e, naquele plano e naquela envolvência, Annie sentiu-se reconfortada. No entanto, disse ainda: "Mas não conseguimos a grande mudança. Não conseguimos vergar o peso dos valores da ignorância. Desafiámos o mundo - e perdemos!…".
Helena sorriu. Tomou-lhe de novo as mãos e respondeu: "Não, Annie. Foi o mundo quem perdeu.

Bem sabes, sempre perdeu quando ganhou, permanecendo como o vale sombrio, o lugar de Myalba. Lembra-te, já muitas vezes foi assim - mas, a pouco e pouco, os muros da grande Babilónia vão-se rompendo. E olha, vamos sendo mais… Alguns prosseguem o trabalho, até que voltemos".

A presença de Annie iluminou-se mais intensamente. Sentiu-se pronta para a batalha e sorriu quando H.P.B. lhe sinalou as palavras "Volta breve, ó combatente…". Então, perguntou: "Iremos juntas?". "Não necessariamente" disse HPB, "e serás tu a ir primeiro". Annie quase se entristeceu, porém logo H.P.B. prosseguiu: "Mas eu estarei sempre por detrás de ti. E irão outros, ----, ----, ----, e o caminho estará um pouco mais facilitado - e nós mais experientes, é claro. Olha, contempla o Plano. Nada se perdeu, algo se avançou. Annie, VAMOS TENTAR OUTRA VEZ!"

José Manuel Anacleto
Presidente do Centro Lusitano de Unificação Cultural

Referências Bibliográficas:
1. Besant, A., "Autobiografia", Ed. Pensamento, São Paulo (todas as citações de Annie Besant contidas no texto, salvo indicação em contrário, são retiradas deste livro)
2. Olcott, H., "Old Diary Leaves" (Vols. IV a VI), Theosophical Publishing House, Adyar
3. Jinarajadasa, C., "A Short Biography of Annie Besant", Theosophical Publishing House, Adyar
4. Jinarajadasa, C., "The Golden Book of the Theosophical Society", Theosophical Publishing House, Adyar
5. Ransom, J., "A Short History of the Theosophical Society", Theosophical Publishing House, Adyar
6. Besterman, T., "Ms. Annie Besant: A Modern Prophet", Kegan Paul, Trench, Trubner and Company, London
7. Prakasa, S., "Annie Besant, as a Woman and as a Leader", Theosophical Publishing House, Adyar
8. Nethercote, A.N., "The Last Four Lives of Annie Besant", Hart-Davis, Londres
9. West, G., "The Mind of Annie Besant", Theosophical Publishing House, Adyar
10. "Portugal Teosófico", nºs 68 e 71, Sociedade Teosófica de Portugal, Lisboa
11. "Biosofia", nº 1, Centro Lusitano de Unificação Cultural, Lisboa