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Vidas Maiores, O Serviço de Alice Bailey


Biosofia nº4 - Inverno de 1999
Vidas Maiores
O Serviço de Alice Bailey

Nascida na Inglaterra vitoriana do final do Séc. XIX, e falecida em Nova Iorque em 1949, Alice Bailey, uma grande servidora da Humanidade, deixou assentes as bases de um movimento conducente a uma nova cultura de valores espirituais, além de situar de uma forma ordenada e credível a existência e o trabalho dos Mestres de Sabedoria de todos os povos e de fundar a "Escola Arcana", que visa a formação e a preparação de discípulos aptos para o Serviço às necessidades mundiais.

Descrever a vida de Alice Ann Bailey é narrar uma existência plena de trabalho, esforço e abnegação.

Nascida em 1880 em Manchester, no seio de uma família abastada, muito cedo ficou orfã de pai e mãe, passando a estar (juntamente com o seu irmão) ao cuidado de uma tia.
Ainda que nunca lhe tenha faltado nada, não soube adaptar-se ao convencionalismo social da sua época. Quando, aos 20 anos, se tornou independente, logo se começaram a manifestar rasgos do carácter empreendedor e idealista que possuía.

Trabalhou em diferentes obras cristãs para jovens e via, então, toda a experiência de Deus unicamente através do prisma dogmático dessa particular religião, que vivenciava de modo quase fanático. O ingresso de Alice Bailey, como trabalhadora voluntária, nos Lares para Soldados que haviam sido criados pela filantropia da Sra. Elise Sandes, constituiu um marco na sua vida. Aí, para além de desempenhar os rotineiros trabalhos domésticos, dirigia sessões e sermões evangélicos, visto se achar tão segura das crenças religiosas que na época professava.

O labor que desenvolvia levou-a a viajar até à Índia, a fim de tomar a cargo várias das suas delegações. Tal representou um elemento essencial na sua forma de encarar o Divino.

Depois de um desafortunado primeiro matrimónio, de que teve três filhas, e que suscitou a sua ida para os Estados Unidos, conheceu Foster Bailey (em 1919). Este viria a ser seu marido, com-panheiro inseparável e principal ajudante na imensa obra que, a partir de então, assumiriam conjuntamente.

Durante 30 anos, Alice Bailey escreveu (24) livros - que somam vários milhares de páginas -, proferiu centenas de conferências, atendeu a uma multidão de pessoas e, até ter cumprido a totalidade da sua obra, sobrepôs-se a um estado de saúde constantemente precário. Morreu a 15 de Dezembro de 1949, rodeada do carinho dos milhares de pessoas que beneficiaram do seu trabalho. Na tarde desse mesmo dia, afirmara: "Tenho muito que agradecer. Vivi uma existência rica e plena. Inumeráveis pessoas em todo o mundo foram muito bondosas para mim".

Os Livros
Alice Bailey sempre disse que, desde o momento em que com ela (ainda na sua adolescência) se encontrou um "senhor de porte oriental", mais tarde identificado como o grande Instrutor Koot-Hoomi, tinha plena consciência de pertencer a um grupo de discípulos. Na sua "Autobiografia Inacabada", escreveu: "Quero que os Mestres de Sabedoria sejam reais para o mundo, tal como o são para mim e para muitos milhares de pessoas em todo o planeta".

No entanto, o trabalho literário de Alice Bailey foi realizado, numa grande parte, em colaboração (e sobre a direcção) de um outro grande Instrutor Espiritual, chamado Djwhal Khul ou, como é conhecido mais comummente (dada a sua procedência geográfica), "O Tibetano".

Esta obra grandiosa, pelo seu volume e pela informação proporcionada, começou com o livro "Iniciação, humana e Solar", no qual se transmite a realidade da existência da Hierarquia de Mestres de Sabedoria, a que aludem (sob diferentes nomes) as diversas grandes religiões e a que, modernamente, já se haviam referido Helena Petrovna Blavatsky e outros autores da Sociedade Teosófica.

Da colaboração acima referida, que se prolongou durante três décadas, surgiram outros títulos como "A Luz da Alma"- um comentário sobre "Os Aforismos de Yoga" de Patanjali, texto de grande antiguidade e sabedoria tradicional - "Um Tratado sobre os Sete Raios" - obra em 5 volumes, na qual se versam temas tão variados como a psicologia, a cura e a astrologia (não no sentido popularmente conhecido, o qual é uma pura desvirtuação profana e exotérica mas, sim, no sentido profundo, ou seja, esotérico) e, ainda, o caminho da iniciação e suas regras -, "Problemas da Humanidade", "A Exteriorização da Hierarquia", "Discipulado na Nova Era" (2 volumes), etc.

Justifica uma menção à parte o livro "Um Tratado sobre Fogo Cósmico", que se apresenta como uma continuação, fundamentalmente numa perspectiva psicológica, de "A Doutrina Secreta", de H.P.Blavatsky (a quem, em justiça, o mundo nunca poderá pagar a portentosa obra que realizou para a Humanidade). "Um Tratado sobre Fogo Cósmico" é um trabalho de extraordinário volume (mais de 1.200 páginas no original em Inglês), em que se explana o vasto esquema da manifestação e da evolução universal.

Em geral, pode dizer-se que a obra escrita por Alice Bailey representa um marco notável na espiritualidade do século XX, pela ingente quantidade de conhecimento aportado e pela raríssima clareza de expressão, constituindo um quase inesgotável manancial de esclarecimento das grandes e eternas verdades que subjazem ao ensinamento religioso de todas as épocas e de todas as culturas.

Aborda, em simultâneo, temas de invulgar profundidade filosó-fica e questões de imediato interesse prático, transportando um repetido apelo ao serviço sério, inteligente e persistente à causa do verdadeiro progresso da Humanidade e alertando contra os perigos do astralismo ilusório e do psiquismo inferior.

A Escola Arcana

Em 1923, juntamente com o marido (Foster Bailey) e alguns estudantes, AAB criou a Escola Arcana, a que presidiu o conceito de gerar um centro onde os respectivos membros tivessem plena liberdade e não se vissem obrigados a fazer juramentos nem a contrair compromissos; o que, sim, lhes proporciona a referida Escola é a meditação, estudos e ensinamento esotéricos, concedendo liberdade para fazer os seus próprios ajustes e interpretar a verdade de acordo com a natureza e a capacidade própria de cada um.

Na Escola Arcana (que ainda hoje continua a transmitir ensinamento a quem o solicite), não se exige obediência a ninguém ou, tão pouco, a Mestre algum. Em contrapartida, enfatiza-se a existência do Mestre no Coração ("Cristo em nós", como lhe chamava São Paulo), da Alma, do verdadeiro homem espiritual dentro de cada ser humano. Do mesmo modo, não se criam impedimentos a que os estudantes trabalhem em qualquer outro grupo, nomeadamente espiritualista ou religioso; apenas se lhes pede que considerem essa actividade como um campo de serviço a favor da Humanidade.

Boa Vontade Mundial
Uma das mais conhecidas actividades de Alice A. Bailey e Foster Bailey foi a de lançar o movimento de Boa Vontade Mundial (World Goodwill).

Surgiu no período entre as duas grandes guerras mundiais, quando na Europa e nos Estados Unidos da América se gerou um forte ideal pacifista. A Boa Vontade Mundial (BVM), movimento que ainda existe e exerce a sua benéfica influência, fundou-se com o objectivo de congregar vontades, sentimentos e pensamentos de todas aquelas pessoas que tinham e têm a convicção de que os problemas com que se defronta a Humanidade podem ser solucionados através do diálogo, da cooperação e da aplicação da boa vontade - não uma boa vontade passiva, ingénua ou débil mas, sim, forte e enérgica, com toda a carga que está inerente a actuar com o ideal da união e não destruição, fusão e não sectarismo, amor e não ódio.

Curiosamente, produziu-se um desentendimento entre o trabalho da Boa Vontade Mundial e do movimento pacifista, uma vez que este último não compreendeu que a BVM tomasse partido a favor dos Aliados em plena 2ª Guerra Mundial, quando todas as tentativas de negociação já haviam fracassado. O movimento pacifista propugnava a neutralidade total no conflito (mesmo enquanto a Alemanha e o Japão massacravam países e minorias étnicas); a BVM entendia que os Aliados representavam, pelo menos parcialmente, os valores da democracia, liberdade, igualdade e dignidade humana, pelo que sustentou e defendeu a sua causa.
Nos nossos dias, a Boa Vontade Mundial goza do reconhecimento das Nações Unidas, com as quais colabora, e congrega milhares de pessoas (em todo o mundo) que consideram que a Humanidade pode resolver os seus problemas conformemente aos princípios de Amor e Fraternidade, denunciando que o ódio, o separatismo e o egoísmo representam as maiores ameaças para o desenvolvimento mundial.

Conclusão

Alice Bailey foi, como vários outros grandes vultos, um instrumento de descodificação das leis universais. A expensas da sua reputação, dos benefícios e do prestígio da sua classe social e, inclusive, da saúde física, levou por diante um enorme trabalho de divulgação dos princípios espirituais que regem o mundo, nomeadamente:

- Que existe um Deus Transcendente mas que também é Imanente em todo o Universo, podendo os seres humanos expressar em si mesmos os três aspectos da Divindade (Conhecimento, Amor e Vontade);

- Que o Universo se rege pela Lei de Causa e Efeito (conhecida no Oriente por Lei do Karma), que tem por fim equilibrar as forças em toda a manifestação;

- Que o Universo se aperfeiçoa cons-tantemente, através das miríades de elementos (como nós) que o compõem, e que essa é uma Lei de Evolução a que nenhum Plano de Manifestação (ou Mundo) se subtrai;

- Que o processo de levar a cabo essa evolução é regido pela Lei de Renascimento, sob a qual as cons-ciências, cada vez mais desenvolvidas, de todos os elementos que compõem o Universo se vão aperfeiçoando através do acúmulo de experiências nas sucessivas manifestações ou existências. `
Alice Bailey foi, assim, mais um elo na interminável cadeia de grandes vidas que, sem nada pedir em troca, trazem Conhecimento e Inspiração à Humanidade.

Javier Martinez
Licenciado em Direito; Professor Universitário em Madrid; Dirige uma das delegações do CLUC em Espanha.

Entendimento


"Quem nos entende, pode nos transformar."

A inocência e sinceridade enriquece a vida humana.
Desperta a pureza.
Incentiva o amor.
Incluí.
É sábio.
Quando encontramos alguém que acredita em nós, o nosso jardim interior enche-se de beleza e harmonia.
A amizade nos impulsiona a crescer.
O incentivo sincero abre portas.
E novos recursos emergem de dentro.
"A Inocência nós protege.!"


Inspirado na leitura do livro: O Dom Supremo é um livro de Paulo Coelho, adaptação livre do livro "A Melhor Coisa do Mundo" (The Greatest Thing in the World), de Henry Drummond.

O Amor Transforma


"Deus é amor! 
Um amor que ao nos penetrar, suaviza, purifica, e a tudo transforma.
Afasta o que esta errado, renova, regenera, reconstrói o interior do homem. 
O Poder da vontade não transforma o homem. 
O tempo não transforma o homem. 
O Amor transforma.

(O Dom Supremo é um livro de Paulo Coelho, adaptação livre do livro "A Melhor Coisa do Mundo" (The Greatest Thing in the World), de Henry Drummond.)

Injustiça


"O amor não se alegra com a Injustiça, mas regozija-se com a verdade."

Aquele que sabe amar, ama a verdade.

Para se dizer a verdade é preciso estar em contato com a Natureza mais profunda do Ser.

É aceitar aquilo que é.

E reconhecer a si mesmo no outro.

É ser sincero.

 E estar no ser.

Para que um relacionamento de amor dê certo.

Bert Hellinger fala com muito propriedade sobre relacionamento para que ele possa dar certo e quais os desafios que levam a separação.

E eu concordo plenamente.

O primeiro passo para o êxito de uma relação:

- Um precisa respeitar o outro. Isso é básico. Se não há respeito à poucas chances de união.

- Respeitar o outro como ele é! Eis o maior desafio da nossa cultura. Por que o vicio de pensamento que todos possuem é a ideia que temos que mudar o outro para ele ser melhor, muitas vezes por trás disso existe apenas manipulação e controle. Isto é...medo. Medo de entrega. Medo de Amar verdadeiramente.

- Desejar modificar o outro. Grande erro.

- Ter um modelo pré-definido de como a pessoa deve ser.

O que acontece é o seguinte, tudo isso é um ato de desamor ao outro. Quem não se sente amado e nem respeitado pelo jeito que é, não pode permanecer na relação. Todos nós buscamos intrinsicamente o respeito. Respeitar a si mesmo é um ato de coragem que leva a recuperar a auto-estima e a auto confiança.

E a base do amor próprio. Sem isso, você pode estar numa relação destrutiva. Onde um é contra o outro.

Isso não é amor. É guerra silenciosa e tem um efeito destruidor na vida de ambos.

Se você concorda com seu parceiro e aceita ele como ele é, existe base para um amor seguro e nutritivo.

"Amo você, assim como você é, exatamente como você é" 

é a base do amor.

E o amor nutre e faz crescer. Próspera.

 Faz a pessoa se sentir segura, segura em relação ao amor que recebe do parceiro.

Quando você diz para a pessoa:

- Você é a pessoa certa para mim, tal como você é. Alegro-me com você da forma que você é.

Você trás paz e segurança para a união.

Quando você vai além e olha para os pais do seu amado ou amada e diz:

- Alegro-me e respeito sua mãe como ela é, e alegro-me e respeito o seu pai como ele é.

Você acrescenta força à união.

Quando você olha além da pessoa, com todo seu passado, toda sua ancestralidade, o destino dos seus antepassados e tudo de bom e de ruim que fora vivido com respeito e honra, você carrega de Luz a sua vida. Você torná-se um Ser mais luminoso. Passe a irradiar uma qualidade de Ser que todos sentem quando estão em sua presença.

Isso tudo faz parte da vida. Se você quer construir uma relação que possa ser o esteio de sua felicidade, observe esses detalhes. Eles são fundamentais.

Cida Medeiros 

Sabedoria Divina


"Deus está sempre presente em tudo, vivificando e iluminando todos os sêres.

Quem se deixa iluminar pelos raios da Sabedoria, torna-se sábio;

a Sabedoria Divina nêle é uma fôrça viva que o conduz ao conhecimento da imortalidade.

Bhagavad Gitã
A Mensagem do Mestre

Annie Besant: A Alma de Diamante que Moldou o Pensamento e a Ação


Annie Besant - A Alma de Diamante e Seu Legado Incontornável

Annie Wood Besant (1847-1933) foi muito mais que uma figura notável; ela foi uma "Alma de Diamante" – forte, delicada, bela e resistente, brilhando intensamente em múltiplas facetas de sua existência. Sua vida, uma jornada incansável em busca da Verdade, deixou marcas profundas na história do pensamento, da sociedade e da espiritualidade.

Da Infância às Cruéis Dúvidas

Nascida em Londres com forte ascendência irlandesa, Annie teve uma infância marcada pela perda precoce do pai e pela devoção à mãe. Sua educação esmerada e sua profunda religiosidade a levaram a um casamento, aos 19 anos, com o Reverendo Frank Besant. No entanto, essa união revelou-se um tormento, culminando em uma separação difícil e na dolorosa privação da custódia dos filhos, imposta por preconceitos religiosos da época.

Foi nesse período que Annie mergulhou em dúvidas existenciais e religiosas que a levaram ao agnosticismo. Questionava-se sobre o castigo eterno, a justiça divina e a exclusividade do Cristianismo, mostrando uma integridade intelectual inabalável. Sua busca pela verdade era imperiosa: "não me atrevo a comprar a paz com uma mentira", afirmou, demonstrando uma lealdade ao verdadeiro que a levaria a confrontar qualquer convenção.

A Luta Pela Verdade e Liberdade

Após a separação, Annie, aos 25 anos, dedicou-se intensamente ao estudo, à política e ao trabalho social. Tornou-se uma militante socialista destacada, defensora incansável dos direitos das mulheres e da liberdade de expressão. Sua coragem e talento oratório a colocaram ao lado de figuras como Charles Bradlaugh e George Bernard Shaw, tornando-a uma figura pública reconhecida por seu ardor e intelecto, e por um coração imenso voltado à filantropia.

O Encontro Transformador com a Teosofia

Em 1889, como jornalista, Annie deparou-se com "A Doutrina Secreta" de Helena Blavatsky (H.P.B.). A obra foi um divisor de águas, revelando as ligações entre ciência materialista e espiritual, e oferecendo respostas aos seus enigmas filosóficos. Maravilhada, ela buscou H.P.B., ignorando difamações e reconhecendo a sinceridade e nobreza da mestra. Seu ingresso na Sociedade Teosófica (ST) marcou o (re)encontro de dois gigantes do espírito, com H.P.B. a descrevendo como "única" e "incomparável". Annie, por sua vez, tornou-se a maior defensora de H.P.B., assumindo a liderança espiritual da ST após a morte da amiga.

Voz e Liderança Mundial

Como Presidente da Sociedade Teosófica por 26 anos (a partir de 1907), Annie Besant consolidou o legado de H.P.B. e impulsionou a ST a um crescimento notável. Seu trabalho, pautado pela fraternidade universal e pela síntese de Poder, Amor e Sabedoria, reverberou globalmente. Ela escreveu mais de quatro centenas de obras, tornando conceitos profundos mais acessíveis, e tornou-se a "melhor oradora do mundo", segundo Bernard Shaw e inúmeros testemunhos. Suas palestras, muitas vezes para milhares de pessoas sem amplificação, eram eventos de puro magnetismo e eloquência, capazes de prolongar aplausos por minutos e gerar aclamações apoteóticas.

O Amor Incondicional pela Índia

A partir de 1893, a Índia se tornou o lar de seu coração. Annie dedicou-se apaixonadamente ao renascimento da cultura e espiritualidade hindu, lutando corajosamente contra o colonialismo britânico e promovendo a educação, especialmente para as mulheres indianas. Sua visão ia além da independência política, buscando um resgate da alma indiana e a integração da sabedoria oriental com a ciência ocidental. Ela foi eleita Presidente do Congresso Nacional Indiano, uma inglesa liderando a luta pela autonomia de uma nação colonizada, granjeando o carinho e o respeito de Gandhi e Nehru.

Um Legado para a Eternidade

Annie Besant foi uma "ardente peregrina", uma guerreira apaixonada que trabalhou incansavelmente por 15 horas diárias, mesmo aos 80 anos. Seu coração de leão, embora ferido por desafios no crepúsculo de sua vida, jamais vacilou em seu serviço à humanidade. Faleceu em 1933, aos 86 anos, deixando um legado imenso de sabedoria, altruísmo e luta pela verdade.

Sua história nos lembra que a busca incessante pelo conhecimento, a coragem para defender o que é justo e a generosidade em servir são as verdadeiras marcas de uma existência extraordinária. Annie Besant não apenas desafiou o mundo, mas o impulsionou para uma evolução necessária, deixando a mensagem de que, mesmo diante das adversidades, é sempre tempo de "Tentar Outra Vez".


Para aprofundar:

Referências Bibliográficas:
1. Besant, A., "Autobiografia", Ed. Pensamento, São Paulo (todas as citações de Annie Besant contidas no texto, salvo indicação em contrário, são retiradas deste livro)
2. Olcott, H., "Old Diary Leaves" (Vols. IV a VI), Theosophical Publishing House, Adyar
3. Jinarajadasa, C., "A Short Biography of Annie Besant", Theosophical Publishing House, Adyar
4. Jinarajadasa, C., "The Golden Book of the Theosophical Society", Theosophical Publishing House, Adyar
5. Ransom, J., "A Short History of the Theosophical Society", Theosophical Publishing House, Adyar
6. Besterman, T., "Ms. Annie Besant: A Modern Prophet", Kegan Paul, Trench, Trubner and Company, London
7. Prakasa, S., "Annie Besant, as a Woman and as a Leader", Theosophical Publishing House, Adyar
8. Nethercote, A.N., "The Last Four Lives of Annie Besant", Hart-Davis, Londres
9. West, G., "The Mind of Annie Besant", Theosophical Publishing House, Adyar
10. "Portugal Teosófico", nºs 68 e 71, Sociedade Teosófica de Portugal, Lisboa
11. "Biosofia", nº 1, Centro Lusitano de Unificação Cultural, Lisboa

A Intolerância

"O Amor não se exaspera"
A intolerância é considerado o elemento mais destrutivo da nossa maneira de agir.
A intolerância e o preconceito são ervas daninhas que devemos ter cuidado de não deixar proliferar em nosso solo interior.
A gentileza e a nobreza de caráter não combinam com o preconceito e tão pouco com a intolerância.

"Para entrar no reino dos céus, o homem precisa carregar o Paraíso em sua Alma."

Extraído de
(O Dom Supremo é um livro de Paulo Coelho, adaptação livre do livro "A Melhor Coisa do Mundo" (The Greatest Thing in the World), de Henry Drummond.)

Os Sete Princípios


OS PRINCÍPIOS HERMÉTICOS

Hermes Trimegisto, o Três Vezes Grande, era considerado pelos Egípcios o Mensageiro dos Deuses, por ter transmitido os ensinamentos a este grande povo da antiguidade e ter implantado a tradição sagrada, os rituais sagrados, e os ensinamentos das artes e ciências em suas Escolas da Sabedoria.
A medicina, a astronomia, a astrologia, a botânica, a agricultura, a geologia, as matemáticas, a música, a arquitectura, a ciência política, tudo isso era ensinado em suas Escolas e em seus livros, que segundo os gregos somavam 42. Entre eles se encontra "O Livro dos Mortos" ou também chamado "O Livro da Saída da Luz".
A Ciência Hermética é baseada em seus ensinamentos e comprova com seus preceitos, que o Grande Hermes veio transmitir para a humanidade uma Sabedoria Divina, até hoje mal compreendida apesar de amplamente comprovada.
A Filosofia Hermética se baseia nos Princípios Herméticos incluídos no livro "O Caibalion" e parece destinada a plantar uma semente de Verdade no coração dos sábios, que perpetuam e transmitem os seus ensinamentos. Em todas as civilizações sempre existiram ouvidos atentos a estes ensinamentos. Como diz o próprio Caibalion:

Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre,
Os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber
O seu Ensinamento, se abrirão completamente.
Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir,
Então vêm os lábios para enchê-los de sabedoria".
 Porém o Caibalion nos ensina também que:
"Os lábios da Sabedoria estão fechados, excepto aos ouvidos do Entendimento".

Amor


Tenho frases e páginas inteiras memorizadas
Mas nada pode ser dito do amor.
Você deve esperar até que você e eu
estejamos vivendo juntos.
E na conversa que iremos manter
Então... seja paciente... seja paciente...

Os Dez Mandamentos Índigenas

Os Dez Mandamentos Índios

Trate a Terra e tudo o que nela habita com respeito
(Treat The Earth And All That Dwells thereon With Respect)

Mantenha-se próximo ao Grande Espírito
(Remain Close To The Great Spirit)

Mostre grande respeito por todos os seres
(Show Great Respect For all Beings)

Trabalhem juntos pelo benefício da Raça Humana
(Work Together For The Benefit Of All Mankind)

Faça o que Você sabe que é certo
(Do What You Know Is Right)

Cuide do bem-estar da mente e do corpo
(Look After The Well-being Of Mind And Body)

Dedique uma parte de seus esforços para o Bem Maior
(Dedicate A Share Of Your Efforts To The Greater Good)

Seja sempre verdadeiro e honesto
(Be Truthful And Honest At All Times)

Assuma total responsabilidade por seus atos.

Ciúmes


O tormento de Otelo

Descrito na obra de William Shakespeare como o "monstro de olhos verdes", o ciúme congrega sentimentos contraditórios. Influenciado por valores culturais, inspira pintores, compositores e escritores - mas também pode se transformar em doença


por Eduardo Ferreira-Santos

Em Fragmentos de um discurso amoroso, Roland Barthes escreve: "Como ciumento sofro quatro vezes: porque me reprovo por sê-lo, porque temo que meu ciúme machuque o outro, porque me deixo dominar por uma banalidade; sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum". As palavras do escritor e filósofo francês revelam  contradições e multiplicidades desse sentimento polimorfo - ou melhor, de um conjunto deles tão presente no psiquismo humano.
É possível entender o ciúme como uma manifestação do ser humano, tão normal quanto a raiva, o medo ou a inveja. Há, entretanto, fatores a considerar: a origem do sentimento, sua intensidade e duração, a maneira como a pessoa que o sente reage, a importância que assume no cotidiano e interferências que provoca não apenas na vida do ciumento, mas na daqueles que o cercam.
Se para uns surge de forma esporádica, como reação a determinado fato, em outros pode ser considerado traço de personalidade - são esses os ciumentos que, em geral, reconhecem a característica em si em vários momentos da vida, embora nem sempre lidem bem com ela. Em algumas pessoas o sentimento se configura como sintoma. Situações de crise, circunscritas a um determinado período, não se caracterizam necessariamente como processo patológico. Nesses casos, o sujeito costuma apresentar labilidade e descontrole emocional: antigos fantasmas o assombram, levando-o a confundir situações atuais com traumas vividos ou imaginados.

Estudo mostra que pessoas inseguras e com baixa auto-estima são mais propensas a crises de ciúme
Nos bastidores da Psicanálise
O conhecimento psicanalítico provocou profundas transformações na forma de compreender o homem contemporâneo; e é nesse conhecimento que estão ancoradas a psicologia e as diferentes linhas psicoterápicas atualmente praticadas. Nem todos se dão conta, porém, de que na origem delas há importante contribuição do ciúme, ainda que indireta.
No fim do século XIX, o jovem Sigmund Freud, recém-saído da faculdade de medicina, foi estimulado pelo clínico vienense Joseph Breuer a levar adiante suas pesquisas. Vários pacientes do médico experiente sofriam de afecções nervosas e, entre eles, estava a bela e culta Bertha Pappenheim, que passou para a história com o codinome Anna O. Diagnosticada como histérica, ela apaixonou-se por Breuer e passou a enviar-lhe quase diariamente flores e outros presentes. Em momentos de confusão mental, insistia que o médico a tinha engravidado. A situação, bem como o tempo que Breuer dedicava à moça, despertaram a irritação de sua mulher. Enciumada, ela exigiu que o marido parasse de atendê-la.

Para contornar o impasse, ele encaminhou a paciente para Freud, com quem o encantamento se repetiu. Mais tarde, em sucessivas ocasiões, a jovem voltou a se interessar pelos médicos que a atendiam. A repetição foi percebida, estudada e descrita na teoria freudiana como transferência, um conceito que abriu campo para o direcionamento do atendimento psicanalítico.
Em 1922, mais de duas décadas depois, Freud escreveu: "Embora possamos chamá-lo 'normal', o ciúme não é, em absoluto, completamente racional, isto é, derivado da situação real, proporcional às circunstâncias reais e sob controle do ego consciente; pode achar-se profundamente enraizado no inconsciente, ser uma continuação das manifestações da vida emocional da criança e originar-se no complexo de Édipo ou nas relações entre irmãos do primeiro período sexual. Além do mais, é digno de nota que, em certas pessoas, ele é experimentado bissexualmente - o homem não apenas sofrerá pela mulher que ama e odiará seu rival, mas sentirá pesar pelo homem a que ama inconscientemente e pela mulher, sua rival".

Por causa do ciúme da esposa, o clínico vienense Joseph Breuer encaminhou a paciente Anna O.(foto)  para o jovem Sigmund Freud

Novos Otelos
Um dos temas mais discutidos durante a conferência do Colégio Real de Psiquiatras, na Inglaterra, em julho de 1992, foi a "síndrome de Otelo". O protagonista da obra de William Shakespeare inspirou compositores como Antonin L. Dvorak (que criou uma abertura para a montagem), Giuseppe Verdi e Gioacchino Rossini, o pintor romântico Eugène Delacroix e, mais recentemente, o cineasta Franco Zefirelli, além de tantos outros. No drama inglês, o mouro de Veneza estrangula sua mulher, Desdêmona, desesperado pela desconfiança de ter sido traído. Depois do assassinato, crava o punhal no próprio peito. A mulher, porém, não cometera adultério. Cego de ciúme e influenciado pelo invejoso Iago, Otelo se deixa levar pelo que considera ser prova da infidelidade da mulher.
O psiquiatra Dinesh Bhugra, professor do Instituto de Psiquiatria de Londres, coordenou durante o evento um treinamento específico para o atendimento de "Otelos". Segundo ele, nas últimas quatro décadas a literatura vem registrando  inúmeros pacientes que podem ser enquadrados nessa categoria.

É possível que o maior número de casos nos consultórios tenha a ver com o estranhamento que determinados sentimentos desconfortáveis provocam, bem como o desejo de aplacá-los, em nome de uma vida psíquica mais saudável. É provável que sociedades capitalistas, marcadas por competição, tensão e desemprego inerentes ao modelo econômico vigente tornem as relações afetivas mais tênues, por um lado, e mais sujeitas ao rebote do efeito social frustrador, por outro. Como se fosse um mecanismo de deslocamento, o indivíduo que se vê em constantes embates internos e externos, em busca da realização de anseios de consumo e posse, transfere essa tensão para o relacionamento, concretizando, na esfera particular, sua raiva e agressividade.

Quando o ciúme deixa de ser uma manifestação tolerável? O sofrimento psíquico talvez seja uma medida adequada - embora subjetiva -, já que anuncia quando a situação passa a causar mal-estar intenso, repetindo-se de forma obsessiva (invadindo pensamentos) e compulsiva (na qual o indivíduo passa ao ato, sem controle de suas ações), até comprometer aspectos da vida da pessoa.

Sem Fim
Em seu polimorfismo, o sentimento adquire contornos de cada época e cultura. Os critérios para caracterizá-lo como doença são sutis, principalmente em situações limítrofes, nas quais vários quadros patológicos podem se sobrepor. Muitos não conseguem imaginar o ciúme dissociado de sentimentos amorosos. Em alguns meios, é considerado uma contingência do afeto: aquele que não o desperta duvida da veracidade do sentimento do outro, como se fosse uma "prova de amor". Há pessoas que se empenham em chamar a atenção do parceiro e despertar seu interesse tentando deixá-lo enciumado. No Brasil, um dos reflexos dessa "normalização" do ciúme se reflete nos raros estudos acadêmicos sobre o tema. A herança judaico-cristã contribui para perpetuar essa postura. Em outras sociedades a visão é bem diversa. Para o americano moderno, por exemplo, identificado com a postura liberal, defensor ferrenho dos direitos individuais e da política de não-intervenção nos assuntos íntimos (pelo menos em tese), a pessoa a quem se dirige o ciúme se sente invadida, como se tivesse seus direitos desrespeitados.
 
Os americanos Gordon Clanton, sociólogo, e Lynn Smith, psicóloga, pesquisam o assunto levando em conta transformações culturais e sociais. Eles afirmam que entre americanos adultos (de 25 a 40 anos) de classe média houve uma significativa mudança de atitude em relação ao tema, em especial a partir do início da década de 70. O ciúme "normal", encarado como inevitável acompanhante do amor e, portanto, suporte do casamento, passou a ser visto por muitos como uma expressão de fragilidade do relacionamento e de insegurança do cônjuge que o demonstrava portanto, uma ameaça ao sucesso da parceria íntima.

Estudo coordenado pelos psicólogos Elliott Aronson, da Universidade da Califórnia, e Ayala Pines, da Universidade de Berkeley, mostrou que pessoas inseguras são mais propensas a arroubos de ciúme. Minuciosos questionários aplicados a 100 voluntários com idade entre 20 e 50 anos permitiram traçar o perfil do ciumento como uma pessoa que, embora muitas vezes não duvide da própria capacidade de atrair interessados e de iniciar relacionamentos, tem dificuldade de acreditar que possa manter uma relação estável. A baixa auto-estima a leva não só a acreditar que o amado possa traí-lo como o faz esperar constantemente por isso.

Pleno de contradições, num dos extremos o ciúme personifica a aspiração de um modelo de relação humana e o protesto pela perda do compromisso idealizado de fidelidade. Ao mesmo tempo,  a convivência é contaminada pela tentativa de imposição de desejos e prioridades de uma pessoa sobre a outra. Por isso mesmo o ciúme tem uma faceta marcante: a tentativa de negação da alteridade, da subjetividade do outro. De maneira aparentemente contraditória, a possibilidade ilusória de realização e completude muitas vezes é projetada na pessoa que se deseja, isto é, no objeto amoroso. Ocorre, ainda que provisoriamente, um movimento de "esvaziamento" do ego. Daí a identificação do ciumento com as sensações de exclusão, desprezo e inferioridade. Outro componente importante nesse quadro é o tormento da imaginação obsessiva. Não raro, a pessoa constrói fantasias paranóides, sentindo-se ameaçada pela perda e pela humilhação. Em muitos casos, a comprovação da traição chega a atenuar o sofrimento.

Um exemplo dessa construção mental paranóica, marcada pela desconfiança, é apresentada no filme Ciúme (1994), de Claude Chabrol, cujo título original, em francês, é L'enfer (O inferno). O protagonista, Paul, é subitamente tomado pela absoluta certeza de que a esposa, Nelly, mulher bonita e extrovertida, mantém relacionamentos extraconjugais. Mesmo quando ela se esforça para evitar eventuais encontros com outras pessoas, o marido interpreta o comportamento como evidência de sua culpa. Transtornado, ele a segue e a agride verbal e fisicamente. Levado ao médico, Paul está certo de que também o profissional tem um caso com Nelly. Seu sofrimento é flagrante. Numa alusão à tortura que se perpetua, Chabrol encerra com a legenda: "sem fim".
 
Em Ciúme (1993), o protagonista é dominado pela desconfiança paranóica de que a mulher mantém relações extraconjungais

Desde a infância

O ciúme que atormenta os adultos tem raízes na vida infantil. A criança o revela de forma explícita: o nascimento do irmão faz explodir o sentimento de ter sido traído pelos pais. Surgem indignação, dor, raiva.  E mais: ressentimento, culpa, angústia de abandono e ferimento narcísico. Por que todas essas sensações que parecem um furacão desde os primórdios da vida e permanecem pulsando, ressoando e revisitando todos que amam, insistentemente, até o fim da vida?

Desde o nascimento o ser humano está submetido a forças e tensões que surgem do corpo e do ambiente e, no início, não se distinguem de vivências somáticas: fome, sede, frio  necessidades fisiológicas que precisam ser descarregadas e recarregadas. Depois surge a necessidade de ser reconhecido, receber atenção, sentir-se incluído e querido. Essas demandas e pulsões precisam se transformar em figuras e fantasias e, mais tarde, em palavras e memórias, para que possam circular, virando experiência vivida e comunicável ao outro que escuta. Das pulsões aos nomes, às figuras e às memórias, estamos descrevendo o início da vida psíquica: desde os primórdios ou mais tarde, no divã do analista, é somente pela escuta e pela ressonância que podem nascer as palavras com que vamos nomear o que não tem sossego nem nunca terá. A vida psíquica se assenta sobre este tecido primordial e inconsciente, base da memória mais arcaica, da camada pré-verbal da experiência  formada por sentimentos e sensações ilimitados, infinitos, que disparam à nossa revelia.

O ciúme expressa o desejo de controlar e possuir unicamente para si a pessoa que se quer bem. Nasce de uma demanda de exclusividade, do desejo de ser tudo para alguém, da situação de não suportar dividir a atenção da pessoa amada com mais ninguém. O ciúme traz consigo uma grande angústia de ser excluído, sentir-se fora dos jogos amorosos de nosso bem-amado e correr o risco de perder sua atenção e seu amor. Uma das tarefas mais difíceis do crescimento é superar a forma infantil de amar, que permanece pulsando na penumbra. A criança atemporal que vive escondida em nós é exclusivista, possessiva, onipotente e não quer saber de autonomia e independência do outro. A personalidade adulta não pode ficar dominada pelo modo infantil de ser, mas precisa conter, transfigurada, a intensidade infantil, povoada de indestrutíveis desejos de perfeição, posse, exclusividade e controle. Há em nós uma criança cheia de onipotência, raiva, desespero, desamparo, medo de abandono: ela luta com seus fantasmas bons e maus, com suas fantásticas figuras imaginárias - as imagos  que foi criando e não a deixam em paz.

A experiência mostra que a mãe e as pessoas que cuidam do bebê representam tudo o que ele deseja: uma fonte inesgotável de alimento e amor que a criança reserva para sua própria satisfação e não se digna a dividir com mais ninguém. Tendo perdido a "unidade pré-natal" com a mãe, a amamentação, o colo, os abraços e carinhos parecem sempre insuficientes. Nenhum cuidado materno, por melhor que seja, poderá proporcionar a plenitude e a segurança da situação intra-uterina. Desse diferencial de prazer surge a inevitável margem de insatisfação que acompanha tudo que vivemos depois do nascimento. Assim como a inveja, o ciúme nasce da saudade de um estado ideal, pleno da satisfação que se teve e foi perdida, misturado a um enorme  ressentimento. Esse ódio, que parece justificado, alimenta na pessoa uma condição de vítima privilegiada que lhe dá o direito de vingança sobre aqueles que perturbaram a ilusão de perfeição infantil.

Diante de emoções tão intensas, o filósofo Spinoza já aconselhava: não se deixe indignar, não chore, mas com-preenda. A psicanálise propõe a transformação da forma infantil de amar pela via da escuta das onipotentes e desmedidas paixões - amor, ciúme, controle, posse, ambição, inveja, raiva - com seu caráter indomável, ilimitado e insaciável,  "que não tem governo nem nunca terá". Tal demanda de amor absoluto e pleno precisa ser atravessada, conhecida, mas não sufocada, pois aí reside toda a criatividade. Talvez essa seja a tarefa mais exigente e difícil da análise: aprender a elaborar o sentimento de exclusão e transfigurar o ciúme, a possessividade e a onipotência, transmutando-as em dom criativo e singular. Tarefa de fôlego que leva uma vida inteira e pode parecer impossível. A sede tem de virar fonte. A criança viva que nos habita é ao mesmo tempo o tormento e a fonte inesgotável.

Elisa Maria de Ulhôa Cintra é psicanalista e professora da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

O Amor basta

"O Amor basta a si mesmo"

Você procura grandes coisas em sua vida?
pergunta o profeta
"Não as procure"
Porque?
Porque não exite grandeza nas coisas. 
As coisas não podem ser maiores do que elas mesmas. 
A única grandeza que existe é na entrega proporcionada pelo Amor.
Henry Drummond

Sabedoria de Gurdjieff


O pensador russo Gurdjieff, que no início do século passado já falava  em autoconhecimento e na importância de se saber viver, traçou algumas regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris.
Segundo os especialistas em comportamento humano, quem consegue praticar a metade dessas lições, com certeza terá mais harmonia íntima e menos stress.


As regras são as seguintes:



  • Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. 
  • Repita essas pausas na vida diária e pense em você, reflita sobre as suas atitudes.
  • Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou.
  • Querer agradar a todos é um desgaste enorme
  • Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.
  • Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.
  • Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, a não ser você mesmo, tudo anda sem a sua atuação,.
  • Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.
  • Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.
  • Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os, porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.
  • Tente descobrir o prazer de factos quotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem achar que isso é o máximo que se pode conseguir na vida.
  • Evite envolver-se na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.
  • Saiba que a família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.
  • Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.
  • É preciso ter sempre alguém em quem se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros.
  • Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância subtil de uma saída discreta.
  • Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.
  • Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.
  • A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.
  • Uma hora de intenso prazer substitui com folga três horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca as oportunidades de se divertir.
  • Não abandone as suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.
Você é responsável pelo que fizer de você mesmo.

A História da Cegueira do Amor

A História da Cegueira do Amor

E contam que uma vez todos os sentimentos e qualidades dos homens se reuniram em um lugar na Terra. Quando o aborrecimento reclamou pela terceira vez, a loucura, como sempre tão louca, lhe propôs:

- Vamos brincar de esconde-esconde?

A intriga levantou a sobrancelha e a curiosidade, sem poder conter-se perguntou:

- Esconde-esconde? Como é isto?

O Mal de Alzheimer

A sombra de Alzheimer

Até que ponto lapsos de memória se tornam normais com o envelhecimento?
Testes neuropsicológicos e imageamento cerebral revelam o tênue limite entre
distúrbios cognitivos leves e demência grave

Por Gaël Chételat e Catherine Lalevée

Seu Vitório está ficando esquecido. Aos 65 anos, vive procurando seus objetos pessoais, sem conseguir lembrar onde os colocou. Às vezes vai até a cozinha e se pergunta, confuso, o que pretendia fazer lá. A família está preocupada e quer que ele procure um médico. Será que é mesmo tão grave andar um pouco desligado? Guardar a carteira no lugar errado, esquecer um aniversário - isso pode acontecer com qualquer um, vez ou outra. Afinal, não é comum que pequenos "brancos" se tornem mais freqüentes com a idade? Seu Vitório nunca viu motivo para preocupação até o dia em que esqueceu de buscar o neto na escola. A partir daí também ficou cismado: até que ponto esse tipo de esquecimento é normal? Seriam os primeiros sinais da doença de Alzheimer? Seria necessário fazer exames?

A preocupação de seu Vitório tem fundamento. A doença de Alzheimer é extremamente rara em pessoas com menos de 60 anos, nas quais problemas de memória quase sempre são conseqüências do stress ou da depressão. A partir da sexta década de vida, porém, o risco de desenvolver a doença aumenta significativamente. Para ter uma idéia, entre 60 e 65 anos, uma em cada 20 pessoas é diagnosticada com o distúrbio; acima dos 85, essa relação é de um para quatro.

O Poder do Pensamento


Você cria a sua realidade, e a vida só poderá ser para você como pensas que ela  será.


Você quer que sua vida realmente melhore?


Então mude a sua idéia em relação a ela e a você.


Pense, fale e aja como o Deus que você é.


Não há nada que você não possa ser ou fazer,  nada que não possa ter.


Que outro tipo de promessa você acha que Deus faria?


Você acreditaria em Deus se ele prometesse menos?


Porque se você é igual a Deus, isto significa que nada está sendo feito para você e que todas as situações são criadas por você não há mais vítimas e nem vilões então só há resultados de seu pensamento em relação a alguma coisa.
(Neale Donald Walsh)

Sobre ser feliz


Correr atrás de borboletas
(Mário Quintana)

"Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa,
você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que
aquele Homem (mulher) que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com
você, definitivamente, não é o Homem (a mulher) da sua vida. Você aprende a
gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também
gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas...  é cuidar do jardim para que
elas venham até você.   No final das contas, você vai achar,  não quem você
estava procurando, mas quem estava procurando por você!".

Os Reis Magos


O nascimento de Cristo coincide com o solstício de inverno (Equador) e 
comemora-se São João no solstício de verão (Equador), com a fogueira.

Os dois momentos extremamente importantes nas cerimônias cristãs.

Ao celebrar a benção da Divindade Solar, os celebrantes de percepção xamânica invocam a força do Sol
e suas bênçãos para si, outros, demais seres e para o meio ambiente.

Jesus teve seu nascimento cercado de simbolismos xamânicos.  
Primeiramente os Reis Magos do Oriente :Rei Baltazar




O seu reino estava em decadência. Ele ficava num país longe de Jerusalém.
O templo estava em ruínas, o último sacerdote falecera há anos, e sempre lhe dizia que uma Nova era iria iniciar.
Uma Nova Luz iria descer à Terra.Ele sonhou com uma criança envolta em ouro e brilhante como o sol, que lhe dizia:

 - Quando me vires na Estrela a hora estará próxima.

 Nas noites claras ele ia para as ruínas do templo e olhava para olhar o céu a espera de um sinal.

 Um dia, sentiu um perfume de incenso, que veio dos campos ao mesmo tempo em que via uma brilhante estrela no céu 
 e ouvia a voz de uma criança dizendo :

 - Eis-me aqui !

Pegou o mais veloz dos seus camelos, preparou-se para uma grande viagem, seguindo a estrela,
e levou consigo um dos últimos incensos preciosos do templo para presentar  a criança.

Rei Melchior




No sul do oriente, o país de Melchior vivia em guerra, era sempre invadido.
Marcou uma reunião com sua corte para encontrar uma solução no salão dos nobres,
que tinha taças de ouro, pratos de prata e cadeiras adornadas com os brasões dos cavaleiros.

Tinha a cadeira do urso, da águia, do leão, do abutre e do falcão.
Havia um brasão com um relâmpago e outro com uma estrela cadente, e no trono real, o Sol.

Na noite Melchior teve um sonho, as figuras do brasão tomaram vida e lutavam,
até que a estrela saiu do brasão circulando por toda a sala e fazendo com que tudo voltasse ao normal

Na hora da reunião, Melchior olhando para uma taça de ouro, teve uma visão:
O fundo da taça se abriu formando uma gruta, onde havia um bebê com uma estrela por sobre a cabeça, que lhe disse:

- Segue a estrela, pois ela trará à Terra a verdadeira paz !

Depois que todos foram embora, Melchior olhou para a janela, e viu no céu a estrela que brilhara em sua taça.
E saiu em viagem, seguindo a estrela e levando consigo uma taça de ouro para presentear a criança.


Rei Gaspar
Gaspar vivia na África. Seu país era muito abundante, até que chegou a seca, e foi aumentando, até tudo secar.
Os sábios diziam que os deuses não mais escutavam seu povo.

Animais morreram, as árvores secaram, doenças matavam o seu povo.
Gaspar liberou, então o poço real, mas um dia ele viu que também estava acabando.
Nesta noite não dormiu, e de madrugada teve um sonho.
Sonhou que caiu dentro do poço, e conseguiu, na queda, agarrar-se a um pé de mirra, que tinha nascido no poço.
Viu que onde estava plantada a mirra havia uma nascente e nela uma estrela com uma criança adormecida.

Neste dia ele foi orar numa montanha com muita devoção e inesperadamente nuvens formaram-se no céu e começou a chover bastante.
E, no topo da montanha ele podia enxergar uma estrela igual a que ele viu no sonho.

No dia seguinte colocou num bauzinho o último galhinho de mirra com a resina  que estava no poço real, e viajou na direção da estrela

Quando os três estavam próximos de Jerusalém, uma neblina ocultava a estrela, e sem saberem, desceram do camelo no Monte Gólgota,
e sentiram uma profunda tristeza, sem saberem o motivo. (era o local, onde seria a crucificação).

Ao amanhecer do dia fiaram admirados por estarem seguindo a mesma estrela, e a mesma criança,
abraçaram-se e decidiram visitar o Rei Herodes em Jerusalém.


Ao mesmo tempo, Herodes também tinha tido um sonho.
Sonhou com um rei que invadiu seu país, com luzes poderosas, e recebeu desconfiado os tres reis.


Os três reis perguntaram se algum rei tivera nascido. Também disseram que estavam seguindo a estrela.
Assustado chamou os sábios do palácio, mas eles não sabiam de nada,
até que um deles lembrou-se dos livros que falavam da vinda de um Messias.


Quando os reis saíram do palácio, viram novamente as estrelas,
e Herodes mandou que seus guardas encontrassem e destruíssem a criança.


Seguindo a estrela, numa noite de Lua Cheia, notaram que a estrela parou por sobre um estábulo,
num campo diante de uma gruta. Seu brilho aumentou. Uma Luz Divina iluminava o ambiente.
Viram a Criança e a Mãe, envoltas em Luz.
A alegria foi tão grande que cairam e joelhos e beijaram o chão.


 Melchior pegou a taça de ouro e diz:
 "Até hoje somente reis beberam nesta taça. Agora ela será iluminada pela Tua Luz . Aceita o Ouro."


 Baltazar entregando o incenso disse:

 " Criança Divina ! Trago-te o incenso do mesmo que era queimado nos rituais sagrados do velho templo da montanha. Abre-nos uma Nova Era. "


 Gaspar ofereceu mirra dizendo:

 " Menino da Estrela ! Aceita a mirra que nasceu no poço que continha a última água. Sob tua luz a Fonte da Vida vai começar fluir.


Nesse momento, os reis entraram em transe. E viram tudo o que iria acontecer para frente.
Ao levantarem-se estavam transformados.
Despediram-se dizendo que a estrela estava em seus corações.

Ao voltarem tinha decidido descansar no palácio de Herodes, mas um anjo apareceu em seus sonhos,
dizendo-lhes para não irem, pois ele queria o mal da Criança.


Depois de voltarem para seus países, contando as boas novas para o povo,
foram para um retiro espiritual no alto das montanhas.

José. É o padroeiro da família, o modelo de pai, dos bem-casados, dos agonizantes, dos trabalhadores.
Seu cajado simbolizava a força, o poder, a condição que se adquire na magia mística.

Paz segundo Lama Padma Samten

A paz na vida cotidiana pode ser examinada em vários níveis. Num sentido absoluto, a paz é iluminação, liberação completa. Enquanto não se obtém essa condição, a paz não é possível.

Podemos trabalhar pela paz, avançar na sua direção, mas, enquanto não atingimos a liberação, estamos presos à experiência cíclica - e, por definição, perdemos a paz. Entretanto, mesmo dentro da experiência cíclica podemos ter momentos de paz. Existem ensinamentos que nos auxiliam a aumentar a paz e reduzir a ansiedade.

A primeira coisa que podemos analisar em relação à paz é que se trata de nossa experiência natural, uma condição não-construída. Não podemos conquistar a paz, pois ela é nossa experiência básica.

Podemos perdê-la se surgirem perturbações, mas ganhá-la não tem sentido. Se pensarmos que a paz surgirá por uma boa razão ou sob condições externas, nunca a encontraremos. Uma vez perdida, a paz só retornará se removermos as perturbações que surgiram.

A paz não surge de um processo lógico sob condições; se a nossa paz estiver baseada em argumentos lógicos, não será verdadeira, mas uma condição construída e frágil. Por outro lado, todas as experiências de aflição são construídas e surgem sob condições específicas que podemos localizar analiticamente. A análise de nossa situação permitirá descobrir as condições sob as quais perdemos a paz, mas o processo para recuperá-la consiste apenas na remoção de obstáculos - não iremos agregar coisas, mas remover as artificialidades que impedem a experiência original.
Lama Padma Samten

Feliz 2012


A Alquimia do Amor: Despertando o Jardim Interior e a Verdadeira Conexão


"A indiferença é o amor ferido.

É uma porta que se encontra fechada, e ninguém quer abri-la com medo de ferir-se novamente.

Muitas pessoas estão unidas, apesar da distância de muitos quilômetros, e muitas estão separadas, estando lado a lado, convivendo no mesmo lugar.

Muitas vezes nos importamos com o que acontece no mundo, nos sensibilizamos e pensamos até em fazer alguma coisa, mas nos esquecemos do que se passa ao nosso lado: com nossos amigos, em nossa casa, em nossa família e na vizinhança.

Colocamos, sem querer, barreiras entre os corações que nos cercam.

A indiferença mata lentamente, anula qualquer sentimento e, assim, criamos distâncias quando estamos tão próximos.

Oração do Pai Nosso

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Pater noster, qui es in cælis,
sanctificetur nomen tuum.
Adveniat regnum tuum.
Fiat voluntas tua,
sicut in cælo et in terra.

R] Panem nostrum quotidianum da nobis hodie.
Et dimitte nobis debita nostra
sicut et nos dimittimus debitoribus nostris
Et ne nos inducas in tentationem:
sed libera nos a malo.
Amen.Pai nosso, que estás no céu
santificado seja o teu nome.
Venha a nós o vosso reino,
Seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no céu:

R.] O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
E perdoai as nossas ofensas
como perdoamos àqueles que no têm ofendido.
E não nos deixai cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.
Amen.