Bem Vindo ao Blog Cida Medeiros! Caleidoscópio do Saber com Cida Medeiros: Esquizofrenia: Do Diagnóstico Médico à Jornada de Recuperação e Sentido

Esquizofrenia: Do Diagnóstico Médico à Jornada de Recuperação e Sentido

Caro leitor, hoje abordaremos um dos transtornos mentais mais complexos: a Esquizofrenia. É crucial tratarmos este tema com rigor científico, compaixão e uma visão que acolha a integralidade do ser humano.

I. Esquizofrenia: O Quadro Clínico e a Perspectiva da Neurociência

A Esquizofrenia é um Transtorno Psicótico grave, conforme classificado por manuais como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças da OMS). Ela se caracteriza por uma distorção significativa da realidade e prejuízo grave no funcionamento social e ocupacional.

Sintomas Chave (Critérios Diagnósticos):

  • Sintomas Positivos: Incluem Delírios (crenças falsas e fixas, como ser perseguido) e Alucinações (percepções sensoriais sem estímulo externo, sendo as auditivas as mais comuns).

  • Fala e Comportamento Desorganizados: Dificuldade em manter um pensamento e discurso coerentes, podendo incluir agitação ou, em casos específicos, Catatonia.

  • Sintomas Negativos: Redução ou ausência de funções normais, como a Apatia (perda de motivação), Anedonia (incapacidade de sentir prazer) e o Afeto Emocional diminuído.

A Esquizofrenia é vista como uma condição com forte base neurobiológica (desequilíbrios em neurotransmissores como a dopamina e o glutamato) e predisposição genética. Fatores ambientais, como estresse na primeira infância, uso de substâncias psicoativas e infecções, atuam como desencadeantes em indivíduos vulneráveis (Modelo Biopsicossocial).

É essencial reconhecer: O sofrimento de quem vive a psicose é real. A pessoa não consegue distinguir o que é real do que é produto do transtorno – o que é chamado de perda de insight (consciência da doença), embora o grau de insight varie e possa ser recuperado com o tratamento.


II. O Tratamento Baseado em Evidências e o Suporte Terapêutico

O tratamento da Esquizofrenia é multidisciplinar e foca na recuperação da funcionalidade e na redução do sofrimento psicótico.

  1. Tratamento Farmacológico: Os medicamentos antipsicóticos são a base, ajudando a equilibrar os neurotransmissores (como a dopamina) e a diminuir a intensidade dos delírios e alucinações.

  2. Psicoterapia e Reabilitação Psicossocial: Terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e o Treinamento de Habilidades Sociais são vitais para ajudar a pessoa a lidar com os sintomas, restabelecer a vida social, laboral e familiar.


III. Abrindo a Reflexão: O Suporte Além da Clínica

Enquanto a medicina e a psiquiatria oferecem o diagnóstico e o tratamento primário, muitas pessoas buscam sentido, acolhimento e ressignificação da sua jornada em outras áreas, como a espiritualidade e as terapias holísticas.

Colocando cada coisa em seu lugar, podemos refletir:

  • A Esquizofrenia como um Transtorno Médico: O diagnóstico é dado pela ciência médica e psiquiátrica (DSM-5/CID-11). Os sintomas (delírios, alucinações) são manifestações de um desequilíbrio neurobiológico que causa sofrimento e perda de contato com a realidade consensual. O tratamento primário deve ser médico e psicológico.

  • A Espiritualidade como Ferramenta de Acolhimento e Sentido: Para muitos, a espiritualidade (como no contexto transpessoal, mediúnico ou holístico) não é a causa da doença, mas uma potente via de suporte. Ela pode oferecer:

    • Acolhimento e Comunidade: Um espaço seguro onde o indivíduo é visto além do diagnóstico.

    • Ressignificação: Ajuda a encontrar propósito e sentido, transformando a experiência de vida – que pode ser devastadora – em uma jornada de desenvolvimento pessoal ou espiritual (o que alguns chamam de "Emergente Espiritual", quando o foco é na jornada de crescimento após a crise, e não na confusão entre sintoma e percepção).

    • Técnicas de Equilíbrio: Práticas como meditação, yoga ou passes energéticos podem promover bem-estar, auxiliando na redução do estresse e na recuperação do equilíbrio emocional, sempre como terapias complementares ao tratamento convencional.

Conclusão: É perfeitamente possível – e necessário – que o tratamento da Esquizofrenia combine a rigidez científica da medicina (para controle dos sintomas psicóticos e restauração da funcionalidade) com o acolhimento integral oferecido por outras abordagens. O fundamental é que estas abordagens alternativas atuem como suporte à recuperação, e nunca em substituição ao tratamento médico e psicoterápico validado, especialmente durante as fases agudas da psicose.

A jornada de quem vive com Esquizofrenia exige ciência, humanidade, amor e muita compreensão.

2 comentários:

  1. Li seguramente seu artigo sobre: "Esquisofrenia, o que é". Muito interessante. É uma forma de esclarecer sobre às doenças psicossomáticas, que atingem a muitas pessoas, devido ao pecado original, que todos recebemos a sua imputação, e que todo nós ficamos sujeitos e vulneráveis. Por maior que seja a enfermidade tem uma solução. Acredite! Creio em Deus e sei que ele apontará uma solução para qualquer enfermidade.

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  2. Grata pela partilha. Saudações!

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