
Caro leitor, hoje abordaremos um dos transtornos mentais mais complexos: a Esquizofrenia. É crucial tratarmos este tema com rigor científico, compaixão e uma visão que acolha a integralidade do ser humano.
I. Esquizofrenia: O Quadro Clínico e a Perspectiva da Neurociência
A Esquizofrenia é um Transtorno Psicótico grave, conforme classificado por manuais como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças da OMS). Ela se caracteriza por uma distorção significativa da realidade e prejuízo grave no funcionamento social e ocupacional.
Sintomas Chave (Critérios Diagnósticos):
Sintomas Positivos: Incluem Delírios (crenças falsas e fixas, como ser perseguido) e Alucinações (percepções sensoriais sem estímulo externo, sendo as auditivas as mais comuns).
Fala e Comportamento Desorganizados: Dificuldade em manter um pensamento e discurso coerentes, podendo incluir agitação ou, em casos específicos, Catatonia.
Sintomas Negativos: Redução ou ausência de funções normais, como a Apatia (perda de motivação), Anedonia (incapacidade de sentir prazer) e o Afeto Emocional diminuído.
A Esquizofrenia é vista como uma condição com forte base neurobiológica (desequilíbrios em neurotransmissores como a dopamina e o glutamato) e predisposição genética. Fatores ambientais, como estresse na primeira infância, uso de substâncias psicoativas e infecções, atuam como desencadeantes em indivíduos vulneráveis (Modelo Biopsicossocial).
É essencial reconhecer: O sofrimento de quem vive a psicose é real. A pessoa não consegue distinguir o que é real do que é produto do transtorno – o que é chamado de perda de insight (consciência da doença), embora o grau de insight varie e possa ser recuperado com o tratamento.
II. O Tratamento Baseado em Evidências e o Suporte Terapêutico
O tratamento da Esquizofrenia é multidisciplinar e foca na recuperação da funcionalidade e na redução do sofrimento psicótico.
Tratamento Farmacológico: Os medicamentos antipsicóticos são a base, ajudando a equilibrar os neurotransmissores (como a dopamina) e a diminuir a intensidade dos delírios e alucinações.
Psicoterapia e Reabilitação Psicossocial: Terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e o Treinamento de Habilidades Sociais são vitais para ajudar a pessoa a lidar com os sintomas, restabelecer a vida social, laboral e familiar.
III. Abrindo a Reflexão: O Suporte Além da Clínica
Enquanto a medicina e a psiquiatria oferecem o diagnóstico e o tratamento primário, muitas pessoas buscam sentido, acolhimento e ressignificação da sua jornada em outras áreas, como a espiritualidade e as terapias holísticas.
Colocando cada coisa em seu lugar, podemos refletir:
A Esquizofrenia como um Transtorno Médico: O diagnóstico é dado pela ciência médica e psiquiátrica (DSM-5/CID-11). Os sintomas (delírios, alucinações) são manifestações de um desequilíbrio neurobiológico que causa sofrimento e perda de contato com a realidade consensual. O tratamento primário deve ser médico e psicológico.
A Espiritualidade como Ferramenta de Acolhimento e Sentido: Para muitos, a espiritualidade (como no contexto transpessoal, mediúnico ou holístico) não é a causa da doença, mas uma potente via de suporte. Ela pode oferecer:
Acolhimento e Comunidade: Um espaço seguro onde o indivíduo é visto além do diagnóstico.
Ressignificação: Ajuda a encontrar propósito e sentido, transformando a experiência de vida – que pode ser devastadora – em uma jornada de desenvolvimento pessoal ou espiritual (o que alguns chamam de "Emergente Espiritual", quando o foco é na jornada de crescimento após a crise, e não na confusão entre sintoma e percepção).
Técnicas de Equilíbrio: Práticas como meditação, yoga ou passes energéticos podem promover bem-estar, auxiliando na redução do estresse e na recuperação do equilíbrio emocional, sempre como terapias complementares ao tratamento convencional.
Conclusão: É perfeitamente possível – e necessário – que o tratamento da Esquizofrenia combine a rigidez científica da medicina (para controle dos sintomas psicóticos e restauração da funcionalidade) com o acolhimento integral oferecido por outras abordagens. O fundamental é que estas abordagens alternativas atuem como suporte à recuperação, e nunca em substituição ao tratamento médico e psicoterápico validado, especialmente durante as fases agudas da psicose.
A jornada de quem vive com Esquizofrenia exige ciência, humanidade, amor e muita compreensão.
Li seguramente seu artigo sobre: "Esquisofrenia, o que é". Muito interessante. É uma forma de esclarecer sobre às doenças psicossomáticas, que atingem a muitas pessoas, devido ao pecado original, que todos recebemos a sua imputação, e que todo nós ficamos sujeitos e vulneráveis. Por maior que seja a enfermidade tem uma solução. Acredite! Creio em Deus e sei que ele apontará uma solução para qualquer enfermidade.
ResponderExcluirGrata pela partilha. Saudações!
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