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CIENTISTAS ARMAZENAM RAIO DE LUZ E O REINICIAM À DISTÂNCIA



Por Frédéric Garlan PARIS, 7 fev (AFP) - Uma equipe de físicos da
Universidade de Harvard anunciou ter conseguido armazenar um raio de
luz em matéria submetida a uma temperatura muito baixa e reiniciá-lo à
distância em outro concentrado de matéria.

As duas concentrações de matéria estavam separadas por uma brecha de
160 micrômetros, uma distância ínfima para a escala humana, embora
seja substancial para a física quântica, que rege o mundo do
infinitamente pequeno.


Em um artigo publicado na edição da revista científica britânica Nature, Naomi Ginsberg e seus colegas afirmam ter capturado, usando um laser, átomos resfriados a
baixíssimas temperaturas.

Acima do zero absoluto (273 graus Celsius negativos), no contexto
dos misteriosos condensados Bose-Einstein, a matéria adquire uma forma
que se distingue dos tradicionais estados sólido, líquido e gasoso.

Uma partícula atômica submetida a tais temperaturas se refugia no
estado de energia mais baixo possível. As características dos
condensados Bose-Einstein são tão particulares que por alguns momentos
parecem contrariar a física clássica.

De acordo com a experiência americana, os fótons de laser sofrem uma
drástica desaceleração, como se atravessassem algo viscoso, passando
da velocidade da luz (300.000 km/seg) a 20 km por hora, para em
seguida parar.

"A informação" - a amplidão e a fase do sinal luminoso - ficou
impressa como um holograma na matéria do condensado. "Encontramos uma
cópia absolutamente perfeita da pulsação da luz, mas em forma de
matéria" , explicou uma das encarregadas do estudo, Lene Vestergaard
Hau, entrevistada por telefone pela AFP.

Neste ambiente tão particular, a matéria se comporta de forma muito
similar à das ondas e os especialistas falam, inclusive, de "ondas de
matéria".

A "onda de matéria" carregando as características do sinal luminoso
saiu do primeiro condensado para alcançar, algumas frações de
milímetro mais longe, o segundo condensado, do qual emerge um raio
idêntico ao primeiro.

Em um comentário publicado na mesma edição da Nature, Michael
Fleischhauer, cientista da Universidade de Kaiserslautern, destacou
que os dois condensados foram preparados de forma independente. Por
isto, a experiência só pode ser interpretada se os átomos dos dois
condensadores forem considerados objetos absolutamente idênticos do
ponto de vista quântico.

A investigação poderá resultar em inovações tecnológicas maiores,
como computadores quânticos, nos quais o fóton substituiria o elétron
como vetor de informação.

"Para poder tratar dados quânticos, é preciso construir uma rede. Os
fótons da luz poderiam servir para transmitir informação quântica e os
átomos são ideais para o armazenamento e o tratamento", explicou
Fleischhauer.

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